Eleição: A dois pontos, no primeiro turno

A eleição pode ser decidida no primeiro turno.

Estamos a dois pontos de Lula subir, para isso, ou a dois pontos de ele perder, para irmos para o segundo turno.

O problema de Lula é que ele, o PT e Dilma estão falando muitas bobagens, tropeçando na língua e trazendo à tona, todos os fantasmas que levaram o PT a perder a eleição em 2018.

Parece a revisão de uma história de terror, de temporadas passadas.

Bolsonaro também não se ajuda, mas, agora, está estável. Fala as mesmas impropriedades, não perde votos.

A pequena oscilação positiva de Bolsonaro não se dá pelos motivos que analistas e jornalistas chutam: auxílio, economia, etc...

Isso ajuda, mas não é o mais importante.

O que se destaca, agora, no frigir dos ovos, quando se está prescrutando um grupo do eleitorado que está indeciso e sensível, e, no fundo, não aprecia Lula, nem Bolsonaro, são as contradições e vícios do PT, que emergem, com protagonismo dominante de Lula,.

Ele ouve a quase ninguém, hoje, seguro de si, apenas se mostra para Janja, numa atitude, provavelmente inconsciente, mas, egóica e personalista.

Hoje tem Lula na TV. Será apertado pela dupla Renata/Bonner, que foi bastante grosseira e nada imparcial com Bolsonaro, principalmente Bonner e suas caras e bocas, revelando o que é na realidade, diferente do quer parecer, quando apresenta o JN. Perdeu muitos pontos.

Bonner foi na linha contrária de um bom jornalista, que, embora tenha opinião, deveria se comportar numa entrevista com mais imparcialidade e menos demonstrações de desagrado no tom da fala e na linguagem corporal, como alguém que quis representar a repulsa que o grupo Globo tem por Bolsonaro. Em parte, com razão. Só que entrevista não é editorial.

Lula será apertado no item corrupção, claro, e contradições como Cuba, Venezuela, a quem não só concretizou apoio passado, como ignorou que ambos dariam calotes nos generosos empréstimos do BNDES.

Circula vídeo de Dilma, no passado, dizendo que Fidel Castro não foi ditador para Cuba. Pergunte aos cubanos. Principalmente aos gays perseguidos, e aos oposicionistas torturados.

Esse cinismo da esquerda infantil tem sido um grande fator a ajudar Bolsonaro, que não deveria merecer ajuda.

Mas, na esquerda infantil, a teimosia vence a honestidade intelectual, e aos próprios objetivos. Atuam contra os princípios que defendem.

Tão autoritária quanto à direita incivilizada, a esquerda infantil crê ter privilégio de açoitar o que prega, por supostamente estar lutando a favor do "bem". Bem, dela.

As respostas de Lula serão cruciais para o processo. Ele não vai poder tergiversar, como tem feito.

Se fizer dois pontos a mais, e Bolsonaro oscilar positivamente na mesma dimensão que os outros candidatos cedem votos para Lula ou para os votos não-válidos, Lula liquida no primeiro turno.

Se escorregar, vai para uma guerra brutal, onde não deve perder, mas, o país entra numa turbulência dolorosa. Uma guerra que não se sabe sobre as armas que serão utilizadas.

A maior probabilidade, no caso de haver segundo turno, é não ter golpe, pela falta de apoio da sociedade, mas haver muita contestação e confusão, a se estender bastante tempo após as eleições, impedindo a consolidação do novo governo e o esclarecimento dos projetos genéricos e arcaicos que Lula vaticinou, sem estruturá-los. Que pregou, se colocando como avalista sem ter uma estrutura de implantação. Assim como Ciro faz.

Instabilidade na veia. Mercado nervoso. Bem ruim.

Numa hipótese absurda de Bolsonaro vencer as eleições, aí teríamos uma "ViktorOrbanização", inspirada no estilo do governo da Hungria, e depois, uma tentativa sim de golpe, adiante, uma vez que Bolsonaro estaria legitimado pelas urnas.

Ou seja, Bolsonaro vencer não é só a perspectiva de mais 4 anos ruins, é golpe no horizonte, sim.

A notícia boa, que isso tende a zero.

Lula vai depender de si mesmo, tem dois grandes passos:

JN , hoje; e o início da propaganda de TV, que, em duas semanas, já dá o mote necessário para o voto decisivo.

Voto é uma energia no ar disparada pelos candidatos.

José Luiz Portella Pereira

Professor, Engenheiro, Gerente de Projetos, Consultor Político e Sócio Proprietário Consultoria JLPP

2 a

muito obrigado

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