Em terra de julgadores quem tem empatia é rei!

Em terra de julgadores quem tem empatia é rei!

“Achadores” de plantão é o que estamos nos tornando dia a após dia. Temos nos dado o direito de criticar o outro sem entender o que está por trás de suas escolhas e assim seguimos em um universo onde ao invés de abraços o que se tem são dedos maldosos apontando para todos os lados.

Você deve estar pensando que só de escrever esse texto eu já estou sendo uma “julgadora”, mas o que venho propor aqui é que pensemos sobre um comportamento que não só eu ou você, mas todos temos. Afinal, convenhamos, quem nunca apontou o dedo sem reflexão que atire a primeira pedra!

De algumas gerações para cá, filhos mimados têm crescido cercados de exaltações sobre o quanto são bons, mas não têm aprendido a reconhecer os talentos dos outros (pelo menos não sem algum interesse). Além disso, estes têm sido lembrados sobre o quanto suas dores são grandes e sempre maiores e mais importantes que as das outras pessoas.

Assim, o mundo está cada vez mais cheio de adultos que acreditam serem bons demais para julgar o próximo sem pudor e sem o mínimo de empatia.

“A empatia é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação, compreendendo seus sentimentos e perspectivas e usando essa compreensão para guiar as próprias ações.” John Donne

Seja em casa, na rua, na internet ou no trabalho, olhares estão sempre atentos quando o assunto é criticar. Já a mente, esta permanece, quase, sempre fechada quando é preciso desarmar-se e entender ou até reconhecer. Tal dificuldade está não só na criação mas, em traços ligados a fatores como preconceito, autoridade, distância e negação.

Precisamos lembrar que:

O mundo não gira ao redor do seu (nosso) umbigo!

Provavelmente todos já encontramos (ou até somos) aquelas pessoas que estão “sempre” certas. Que mesmo quando estão erradas tentam dar todas as voltas possíveis, desarticular os outros e se colocar como as donas da verdade. A propósito, não é nada fácil conviver com elas quando se está disposto a questionar — normalmente elas sentem-se melhor em meio a pessoas passivas.

Ao contrário do que muitos pensam, esse comportamento pode ser definido como “modo de defesa” que é ativado quando se está em uma zona de pura insegurança. O problema é que tal conduta cria não só pessoas antipáticas e incapazes de entender (ou pelo menos tentar) o que o outro está sentido mas, personalidades manipuladoras e egocêntricas.

“Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único.” Paulo Coelho

Estamos falando de seres humanos como eu, como você!

Não é preciso ir longe para ver como nos esquecemos de que por pior que possamos achar que os outros são, são seres humanos com sentimentos assim como nós.

Lembram-se do caso da menina que ficou, infelizmente, conhecida nacionalmente depois de ser estuprada por vários caras? Lembremos também que muitas pessoas tentaram entender o lado dela enquanto outras apenas disseram que ela “procurou”.

Não sou feminista nem nada mas, a reflexão que trago é que poucos foram os que colocaram que, independente do comportamento da menina, antes do cruel ato pela qual passou, antes de qualquer coisa, ela também é um ser humano. Foram poucos os que tiveram empatia.

“Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia.” Paulo Coelho

Poderia ser você!

Imagine-se na mira dos seus próprios dedos, sendo apontando, criticado ou “compartilhado”. Ou tendo que lidar com alguém que antes de saber pelo que você passou já sai com “cinco pedras nas mãos”. Imaginou? Então continue exercitando, porque isso é empatia. E lembre-se, não pratique-a só com quem está no seu “círculo” mas, com todos que cruzarem o seu caminho.

“A maior expressão de empatia é sermos
compreensivos com alguém de quem não gostamos.” Mark W. Baker

Mas como praticar a empatia?

Use a imaginação!

Quando crianças, a cada passo e aprendizado descobrimos o maravilhoso poder da imaginação. Assim, nos colocamos no lugar de reis, rainhas, fadas e muito mais. Do mesmo modo, você deve se imaginar vivendo a vida do outro, sentindo o que ele sente.

Seja curioso(a)!

Antes de “achar” algo, pergunte, puxe papo, descubra! As vezes podemos ter impressões equivocadas sobre o que está acontecendo com o outro ou sobre como ele está agindo. Antes de ter pré-conceitos, tente conhecer o universo do seu semelhante!

Desarme-se! 

Tente arrancar aqueles conceitos que você tem enraizados dentro de si. Antes de ficar argumentando, desarticulando, pare, escute, pense e tente sentir como o outro. Abra os ouvidos, a mente e o coração!

Por fim, temos que ter empatia até com aqueles que não têm empatia. Afinal, não somos perfeitos e nem sabemos o por quê do outro não exercitar essa tão fabulosa habilidade.

Até a próxima!


Instagram: @renatasbokshelf


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