Em um grupo esquecido de profissionais pode estar a virada de seus resultados
Após uma leva de desligamentos de profissionais +50 e ver a dificuldade da reposição do conhecimento, chegou a hora de repensar este processo.
Nos últimos anos a necessidade de transformação cultural para atender às novas demandas de um mundo em constantes mudança ocasionou movimentos na gestão de pessoas que agora começam a gerar impacto dentro das empresas, com lacunas de conhecimento que impactam muitos negócios.
Temas importantes como ESG, Diversidade, Inovação, Automação, Inclusão, dentre outros passaram a fazer parte das pautas de todas as grandes empresas brasileiras, o que consequentemente molda todo o mercado nessa direção.
Decorrente dessas mudança, muitos profissionais da geração X, mais precisamente uma turma que hoje está na faixa +50 foram desligados com a justificativa de não adaptação a este novo cenários que estava sendo imposto.
As substituições dessas saídas geralmente foram feitas por profissionais oriundos de outras empresas e pessoas mais jovens com a intenção de uma adaptabilidade mais rápida.
No entanto, passados quase 5 anos da aceleração deste movimento podemos verificar anomalias dentro deste processo que precisam serem solucionadas rapidamente para sobrevivência das empresas que embarcam neste louvável propósito.
O primeiro ponto que posso verificar, pois semana após semana, discuto em meus grupos de mentorias, assim como com o profissionais que desenvolvo na Comunidade Vida de Líder é o seguinte.
A vinda de profissionais de outras empresas não garante que vão absorver a cultura da empresa atual. Até porque a atração pode ter sido feita por um salário muito interessante adicionada a promessa de um ambiente cultural que não é o que é encontrado pelo novo entrante. Com isso, a permanência de tempo deste no local se torna passageiro.
E outras vezes, o profissional que é contratado, por mais que passe no crivo dos conceituados processos de seleção, ao chegar na área torna a situação pior que estava, por não estar preparados para liderar através da cultura local.
O segundo ponto que posso compartilhar pelas percepções e vivência é a entrada de jovens nas posições de liderança como forma de acelerar a transformação.
Eles são mais acelerados, se aculturam mais facilmente, mas também querem o retorno mais rápido. Não querem esperar 10, 15, 20 anos como um profissional da geração x esperou para serem reconhecidos e promovidos.
Se você contratou um, tenha a certeza de que ele não quer ser mandado por você por muito tempo, ele que estar no seu lugar (E não tem nada de errado nisso). E é isso que o torna diferenciado e faz sim o negócio crescer. Portanto, assuma a responsabilidade de que você precisa crescer ou ele vai te passar.
Na contramão da situação anterior, nem sempre este líder novo (os quais admiro) desenvolveu a maturidade necessária para lidar com as situações de cargos superiores e se frusta com a necessidade de entrega, dedicação, estresse, pressões e cobranças decorrentes de estar nestas posições.
Seja por não crescer ou crescer e não conseguir lidar, acabam acelerando suas saídas das empresas, gerando novas e perigosas lacunas de gestão e conhecimento, pois continuidade é fundamental para solidificação de mudanças e processos.
E por último, em um grupo onde talvez possa estar grande parte da solução, é onde justamente as empresas, através de seus gestores e RH, se esquecem completamente de aproveitar o potencial.
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Estou falando aqui de profissionais +50 e vou explicar por quê.
Como já disse, trabalho há anos desenvolvendo líderes e dentro deste grupo recebo diversos perfis para trabalhar.
Mas a turma +50, que saiu das empresas por não estarem de acordo com as premissas de transformação cultural, tem características fundamentais para ajudar negócios que estão sem rumo e precisando dar resultados.
É uma geração que está altamente ativa, com saúde e capacidade plena produtiva.
São apaixonados pelo trabalho e geralmente fiéis aos seus líderes e empresas, com o perfil de ficar por vários anos em um mesmo local.
E tem conhecimento técnico, o qual falta em gerações mais novas não porque essas são piores (nada disso). Mas somente porque tempo é fundamental para solidificar aprendizado de técnicas e processos.
Por que eu trouxe essa questão neste artigo de hoje?
Porque tenho treinado vários líderes +50 para se recolocarem no mercado de trabalho, com muito conhecimento e até consciência de que precisam se renovar.
E na maioria das vezes, o único motivo pelo qual ele saiu da empresa, foi não estar se adequando à transformação cultural em andamento.
E aqui deixo uma reflexão:
O que é mais fácil? Dar um feedback duro, verdadeiro e oferecer desenvolvimento para este líder +50 se aculturar?
Ou começar do zero com alguém que vá precisar percorrer muitos anos para acumular este mesmo conhecimento?
Hoje tem muita gente confundindo o “eu acho” com “o que realmente é”. E para conhecimento técnico nada vence o tempo exercendo aquela função.
Por isso, avalie bem as mexidas que você vai fazer na equipe e faça um investimento em profissionais +50 para acelerar seu negócio. Muito em breve você vai este movimento acontecer de forma mais latente e pode sair na frente com seus resultados.
Tenha uma ótima semana e boravencer!!!
Sempre cirúrgico hein KS. E com uma visão de tendências que poucos veem. Muito bom o artigo.