AS EMPRESAS MUDARAM. E VOCÊ?

AS EMPRESAS MUDARAM. E VOCÊ?

Roselí Parrella

As organizações já não são mais as mesmas. Depois do Airbnb, a maior rede de hospedagem do mundo não dispõe mais de hotéis; a locomoção não é mais a mesma depois do UBER e uma série de outras atividades estão fadadas à obsolescência graças à evolução constante da tecnologia. O fato é: a economia compartilhada está mudando a forma como o mundo opera e isso definirá um novo perfil de mercado.

Olhe para os jovens. Eles não valorizam mais a posse, não almejam mais ter um carro ou casa própria. Preferem viajar e ter a melhor experiência de vida ao invés de possuir bens. Pense em como isso afetará a indústria automobilística e a de real state. Se quiser dar um passo adiante, pense nas universidades. Qual será seu futuro frente a uma oferta imensa de conteúdos gratuitos na Internet?

Tudo isso tem, como pano de fundo, um cenário econômico que se apresenta cada vez mais disruptivo e com altas doses de incerteza. Aqueles que não aprenderem a ler o jogo rapidamente (e não souberem responder a ele) terão o mesmo destino: a irrelevância e o esquecimento.  

Vivemos momentos, não apenas difíceis, mas sobretudo, desafiadores. E essa realidade está impondo uma nova atitude de nossa parte. Para serem bem sucedidas, as empresas precisam se manter competitivas em uma escala que supera, de longe, os parâmetros tradicionais. Os sinais dessa mudança se acumulam há algum tempo, mas há um instante no qual a virada, definitivamente, acontece. E nesse processo, não há volta atrás.

Creio que um primeiro aspecto que precisamos questionar é o do paternalismo/assistencialismo tão presentes na cultura brasileira. Muitos profissionais têm a expectativa de planos de carreira claros e definidos quando o mundo dos negócios está em ebulição. Outros clamam ainda por investimento em suas carreiras, esperando que a grande “mãe” ou “pai” venham prover conhecimentos, caminhos, investimento em idiomas e até tecnologia. Se isso fez algum sentido no passado, hoje não faz mais.

As empresas precisam contar com protagonistas. Com profissionais que as ajudem a desenhar o futuro com os olhos da reinvenção, da curiosidade e da inovação. E precisam de profissionais que, tal como elas, busquem os recursos necessários onde eles estiverem.

Não faz sentido, tomando um exemplo simples, que um profissional não domine ao menos a língua inglesa, quando há uma oferta generosa de cursos de idiomas, muitos deles gratuitos. Especializações? MBAs? Esses são investimentos que caberão a nós — porque é com eles que poderemos nos manter vivos nesse novo e disputado mercado de trabalho.

Ora, se esses profissionais ainda não acordaram é importante avisarmos a eles que seus dias estão contados nas organizações que se transformam. Reinventar-se é a palavra de ordem que precisamos assumir!

As organizações já mudaram. Mais até do que nós que nelas atuamos. E você? O que vai fazer pela sua carreira? Continuar choramingando por investimento; pedir para alguém desenhar o seu caminho; ser seu patrocinador? Acorde! Este mundo acabou.

Não vivemos numa fábula...


Excelente texto Roseli. Realmente temos que nos adaptar para sobreviver a todas essas mudanças.

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