Empresas que caem sem ao menos emitir avisos de Mayday, Mayday.
Empresas nascem quase sempre da união de uma visão empreendedora (comercial), e de uma visão produtora (produção).
Essas qualidades dificilmente se encontram numa mesma pessoa, pois são de características conflitantes de postura e comportamento.
Normalmente são duas pessoas pessoas tocando um empreendimento desde seus primeiras passos, um dizendo sim para as oportunidades e o outro focada em entregar as promessas vendidas.
O passar do tempo traz para as empresas o papel da administração (ausente até então), e a administração bate de frente com as ideias e as constantes mudanças geradas pelo comercial, que por natureza quer criar, criar e criar.
Nesses embates "administração x comercial", muitas vezes faz com que o fundador empreendedor se desiluda com sua própria empresa, pois a administração que chegou para organizar diz não para tudo que há de novidades, pois ela quer um ambiente estável para agir.
Sem liberdade para agir, o espírito empreendedor abandona o empresa e normalmente a direção geral do negócio fica com a cara-metade que ficou, isto é, aquele que cuida da produção.
Na aviação quando vemos um avião monomotor pensamos no alto risco de algo de errado acontecer com o único motor da aeronave, pois não há opção ou motor reserva. Ao vermos um avião bimotor já pensamos diferente (e ouvimos também afirmações), se um motor falhar esse avião consegue voar apenas com o outro e por aí vai essa ideia confortadora.
Ouvindo pilotos que sabem bem desse riscado, o que eles dizem em tom de ironia e prática verdade é que realmente num bimotor se um motor falhar, o outro motor consegue fazer o avião voar, mais precisamente consegue fazer o avião voar até o local da queda.
Empresas que perderam o pulso criativo e estão voando com apenas um motor, podem até achar que ainda estão voando, estão mas...
Matosalém de Freitas Jr