Encanto ao novo
Decidi publicar, nos dias que se passam desta quarentena, traduções de sensações aprendidas no meio acadêmico e corporativo nesse momento, vividas não apenas por mim mas, por todas as pessoas que se empenham em acreditar que "nosso amanhã" será sim, muito diferente do "ontem". Na verdade, já estamos acompanhando a cara do nosso planeta sob outro óptica porém, com as mesmas ferramentas que tínhamos em mãos e não utilizávamos. A transformação digital esteve aí, só que agora, com mais latência. Outro tópico humanitário perdido a muito e por muitos: empatia. Home Office? Estava nos acenando e a solidariedade começou a dar fortes sinais. Empresas que investiram em e-commerce cresceram largamente, com uma autenticidade soberana. Influenciadores mudaram as cara, plataformas se transformaram e starups que traziam, além de lindas canecas e ambientes, camisetas para as salas de reuniões.
Num curto prazo, nosso mundo passou a ser filosófico, científico e aprendiz. A chave começou a ser pessoas, bons livros, bons filmes, colaboração, parceria, debates on line...mas, qual surpresa nisso tudo? A resposta é simples: nada. Nós já estávamos vendo isso tudo acontecer e, em alguns momentos, até dedicávamos algum tempo para experimentar algumas destas sensações mas, não era o suficiente.
Agora estamos em Home Office, de camiseta, bermuda, chinelo, cuidando dos idosos em casa e os valorizando (como deveriam sempre ser), cuidando da casa, vendo os filhos aprenderem a ler e escrever...estamos nos dedicando às entregas que o mundo sempre queria de nós porém, não tínhamos tempo de nos dedicar a elas...agora que este é o novo normal fica a questão: o quê tem cara daquilo que fazíamos? Ou nem isso nem tampouco nada?
Temos novos heróis - e os aplaudimos em janelas e nas ruas, praticamos (ainda) o distanciamento social e estamos usando máscaras...mas será que já não usávamos? Foram estas máscaras que nos permitiram ir fundo para construir de fato o que precisamos? Quero ser otimista. Sempre fui, mas quero ser mais. Ser ao ponto de acreditar que seremos sim, melhores. E mesmo nessa dura travessia à qual estamos passando, onde muitos não são poupados, que tenhamos saúde e agradecimentos e que, nosso isolamento social seja superado em todas as suas faces...torço para que as mãos que sempre se apertaram possam juntas, construir valores percebidos em forma de lucro sim, mas também, deixando um legado de riquezas proporcionalmente maiores.
Assim espero.