Envelhecimento vs Longevidade
@gracacostasilva

Envelhecimento vs Longevidade

Nunca vivemos tanto tempo. Na Europa um adulto com mais de 60 anos hoje, deve preparar-se para viver, em média, mais 20 anos.

“Estima-se que o número de idosos, com 60 anos ou mais, duplique até 2050 e mais do que triplique até 2100, (…) Em todo o mundo, a população com 60 anos ou mais está a crescer mais rapidamente do que todos os grupos etários mais jovens. A população com mais de 60 anos está a crescer a uma taxa de cerca de 3% ao ano. (…) Globalmente, o número de pessoas com 80 anos ou mais deverá triplicar até 2050 passando de 137 milhões, em 2017, para 425 milhões em 2050.”

Fonte: Nações Unidas

No entanto viver mais, está longe de significar viver bem até ao fim da vida. São inúmeras as razões para isso, uma das mais óbvias tem a ver com nosso contexto social, mas não podemos esquecer o fator económico nem mesmo o fator cultural.

 É comum na nossa sociedade catalogar uma pessoa pela idade, pensar nela como menos válida, menos bela e menos propensa a aprender algo novo. Mas será mesmo assim?

Vou contar-vos um episódio que sucedeu comigo recentemente: Decidi comprar um novo smartphone. Numa das lojas onde fui, um funcionário dirigiu-se a mim, muito solicito e perguntou-me se precisava de ajuda, expliquei-lhe que estava a ver os smartphones porque o meu já estava um pouco cansado.

Qual não é o meu espanto quando o funcionário me pergunta se o meu telemóvel era de teclas, porque esses sim tinham sido realmente muito bons. Olhei para o meu marido e respondi a sorrir ao funcionário que apesar de ter idade para ser mãe dele, queria fazer um upgrade no meu smartphone.

Gostava de ter gravado o momento de estupefação e surpresa do funcionário.

E isto acontece com mais frequência do que possamos imaginar. Há uma tendência das pessoas mais novas em pensar que a nossa geração não sabe falar línguas, não entende sobre matérias mais inovadoras e não acompanha o desenvolvimento tecnológico.

Ora, eu tenho muito gosto em contrariar tudo isso, sou curiosa, gosto de aprender e enquanto eu viver, quero estar informada e perceber o mundo que me rodeia.

Para isso é preciso não ter medo de experimentar, de correr o risco de errar e perguntar a quem sabe, nem que essa pessoa tenha menos ou mais 30 ou 40 anos do que eu.

Admitamos que é aqui que começam muitos conflitos geracionais. Se por um lado os mais jovens têm muito para aprender, também já têm muito para ensinar. Por outro lado, os menos jovens têm de perceber que por muita bagagem que já possuam, nunca sabemos tudo e existe sempre espaço para aprender algo novo.

Viver deve ser uma troca constante de conhecimento, aprendizagem e evolução, sempre sem juízos de valor em que ganhamos todos com essa partilha.

“As pessoas mais velhas são cada vez mais vistas como contribuintes para o desenvolvimento, cujas competências devem estar interligadas com políticas e programas transversais. “

Fonte: Nações Unidas

Este é o desejo de todos e para o qual todos devemos contribuir. Mas para que isto se torne uma realidade é necessário que ocorra uma mudança de mentalidade.

Mudança de mentalidade

Muitos de nós a partir dos 50 ou 60 anos, começamos a cuidar mais da saúde física, alteramos hábitos que ajudem a manter a autonomia física e cognitiva e frequentemente associamos o envelhecer bem a uma imagem esteticamente bela, sem rugas e sem cabelos brancos.

Parecemos esquecer que envelhecer não é apenas uma etapa que começa numa determinada idade, que envelhecer é um processo que se inicia quando nascemos, que dura toda a nossa existência e que não pode ser separada de tudo o que já vivemos.

Isto leva-nos a uma reflecção mais profunda sobre o conceito de envelhecer bem. É que para além da autonomia física e cognitiva é imperativo trabalhar a autonomia emocional e isso implica mudar mentalidades em relação ao envelhecimento.

É necessário aprender a compreender o envelhecimento como mais uma fase, como todas as outras experiências que vivemos nas nossas vidas. Para isso é imprescindível continuar a aprender, a persistir e desenvolver capacidades, combatendo assim a discriminação e os estigmas impostos pela sociedade sejam eles de limitação física ou cognitiva.

“Estudos demonstram que desenvolver crenças positivas em relação ao envelhecimento, como entender este momento como mais uma fase de crescimento pessoal e felicidade, ajuda a reduzir o risco de demência em idosos com mais de 60 anos, mesmo aqueles com predisposição genética para a doença.”

Fonte :  Escola de Medicina de Yale (EUA)

Este processo requer trabalho, que cada um de nós deve começar por fazer gradualmente para garantir o sucesso desse planeamento futuro. Por essa razão o ideal será não esperar chegar à maturidade para se preocupar com ela, mas como diz o velho ditado, se é para começar… “mais vale tarde do que nunca”.

Planear o futuro

Como já percebemos até aqui, sendo esta apenas mais uma etapa das nossas vidas é premente aprender a envelhecer. Desde a infância começamos a preparar a adolescência, momento em começamos a preparar a idade adulta, definimos a carreira, os objetivos de vida, familiares e outros, então porque não fazer o mesmo relativamente ao nosso processo de envelhecimento? 

“(…) No entanto, nas próximas décadas, muitos países irão enfrentar pressões fiscais e políticas na esfera dos sistemas públicos de saúde, providência e proteção social para a população com a faixa etária mais avançada.” 

Fonte: Nações Unidas

A lógica de planear o envelhecimento é criar reservas que permitam viver uma velhice, com menos preocupações, com mais sentido e satisfação pessoal, uma vez que sabemos que com o envelhecimento podem surgir algumas perdas funcionais, cognitivas, sociais e até financeiras que podemos e devemos tentar acautelar.

Cuidar da saúde física e mental, fazer uma alimentação cuidada, manter a mente ativa, relações saudavelmente verdadeiras e com sentido de vida, estabelecer uma vida organizada familiar e financeiramente é algo que deve prever com antecedência.

O nosso cérebro é passível de ser exercitado tal como qualquer outro músculo do nosso corpo, e este processo passa por manter uma mente aberta a novos desafios, curiosidade em aprender e acolher visões diferentes do mundo que nos rodeia.

É possível desenvolver uma inteligência emocional que nos ajuda a envelhecer de forma mais saudável, porque quanto mais contato tivermos com novos estímulos, mais diversidade e capacidade de adaptação teremos e assim continuamos a favorecer os processos cognitivos.

A curiosidade e a disposição para se manter ativo, física e mentalmente, são as características encontradas nos chamados “superidosos”, nome dado ao grupo acima de 80 anos com desempenho em testes de memória comparável ao de pessoas 20 mais jovens.

Outro fator muito importante é a capacidade de aceitar as limitações naturais que inevitavelmente vão surgir. Mais importante ainda é saber compreender que fazem parte do processo de envelhecimento.

Acolher os nossos erros com um sorriso, ajuda a espantar o medo dessas pequenas vulnerabilidades e torna-nos mais fortes. Não se trata de negar o envelhecimento, mas antes de aceitar o momento e abraçar o futuro, sem lamentar o que já passou.

É importante ainda aceitar a finitude como parte da nossa existência, e uma mente mais aberta permite que tenhamos a capacidade de pedir ajuda e até planear um cuidado especializado caso seja necessário na velhice.

Mentoria de longevidade

Reconhecer que se está a envelhecer envolve vários fatores como, tomar consciência da finitude, a sua e dos seus entes queridos. Em alguns casos passa por perdas físicas reais, pela alteração do papel social que podem derivar em desânimo e consequentemente em depressões é, pois, importante que a preparação para esta fase das nossas vidas seja realizada com antecedência e cuidado.

O envelhecimento enquanto processo passível de ser preparado pode ser acompanhado por um processo de mentoria.

O processo de mentoria de longevidade é uma alternativa não apenas para preparar e chegar bem à maturidade, mas também pode proporcionar autoconhecimento, ajudar na organização dos pensamentos e criar metas que se traduzam em autoconfiança e mais vontade de viver.

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