Estratégias competitivas genéricas
O segundo pressuposto na construção da Vantagem Competitiva é a Estratégia como visto no artigo anterior aqui . Neste ponto Porter coloca que somente através de uma posição estratégica distinta é que podemos conseguir diferenças de desempenho sustentáveis. Para tanto nos apresenta um modelo tido como das Estratégias Genéricas de Competição a partir das quais, uma empresa poderá optar para enfrentar seus competidores.
Neste contexto “(...) significa escolher, de forma deliberada, um conjunto diferente de atividades para proporcionar um mix único de valores.” São elas:
1- Liderança em custos
2- Diferenciação e,
3- Foco.
Essa abordagem genérica concebe uma maneira ampla da empresa competir. Cada estratégia é uma forma distinta para se criar uma Vantagem Competitiva sustentável.
A estratégia de liderança no custo envolve a orientação da empresa em operar com o menor nível de custo possível, possibilitando a liderança por custo. Aqui, o custo baixo em relação ao concorrente é o tema central da estratégia. Quais os movimentos necessários para se adotar esta estratégia:
• Gestão de Processos
• Matéria-prima
• Planejamento tributário
• Local de fabricação
• Planta de produção
• Fornecedores exclusivos
• Sistema de distribuição e vendas
• Aparato tecnológico para otimizar custos
• Perseguição vigorosa na redução e controle de gastos
• Minimizar custo em vendas
• Construção agressiva de escala
A estratégia de diferenciação constitui uma maneira de oferecer um produto ou serviço exclusivo e único em algum aspecto valorizado pelos atuais e potenciais clientes. Essa diferenciação leva a uma proteção contra as forças competitivas da indústria, segundo Porter. Criar algo que seja considerado único no âmbito de toda a indústria. Os métodos para essa diferenciação podem assumir muitas formas como:
• Projeto ou imagem da marca;
• Tecnologia;
• Peculiaridades;
• Serviços sob encomenda;
• Rede de fornecedores;
• Distribuição, entre outras
E para tanto a organização necessita de alguns requisitos como:
• Atenção a P&D
• Gestão de Marketing
• Domínio tecnológico.
• Produtos e reputação
• Tradição no mercado ou combinação única de experiência.
Quando alcançada auxilia a organização a obter retornos acima da média, mas diferente da liderança em custo que normalmente requer alto Market-Share, na diferenciação, ás vezes, é impossível a obtenção de uma alta parcela de mercado, pois requer um sentimento de exclusividade que é incompatível com alta parcela de mercado.
Quando a empresa opta por um escopo restrito – foco, ela focaliza um determinado grupo de compradores, um segmento da linha de produtos ou um mercado geográfico específico. A estratégia de foco visa a um ambiente competitivo restrito, podendo assumir a forma de diferenciação ou de baixo custo naquele segmento específico.
A estratégia é enfocar determinado grupo comprador, um segmento da linha de produtos ou um mercado geográfico. Visa atender muito bem ao alvo determinado
Em termos práticos temos 4 caminhos possíveis: Atuar de forma ampla (em todo o setor ou mercado) através de produtos diferenciados ou através de baixo custo.
Não sendo possível atuar de forma ampla, deve-se optar por atuar em determinados segmentos através de custo ou diferenciação.
As estratégias genéricas são uma maneira de se lidar com as forças competitivas da indústria. O que Porter condena é a indefinição, ou seja, não conseguir desenvolver, nenhuma das opções, o que leva a empresa a uma situação de mediocridade estratégica e, claro, menor rentabilidade. A falta de uma escolha deliberada sobre qual Estratégia seguir e, em qual escopo competitivo, constitui um problema para a Vantagem Competitiva das organizações.
Porter (1985) vê como inimigos da Vantagem Competitiva a ideia da dispersão e da conciliação, “a estratégia competitiva visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a competição industrial” e o seu lema é ser diferente.
O autor nos dá a clara mensagem da importância de não convergir com seus oponentes em meio a uma competição. Pois a essência da Vantagem Competitiva sustentável consiste em escolher uma posição diferente daquelas dos rivais. Para Porter, a gestão operacional de uma empresa está relacionada a uma mudança constante enquanto que a estratégica demanda disciplina e continuidade, tendo como seus inimigos a dispersão e a conciliação.
O que foi apresentado aqui não esgota, mas não mesmo, o tema estratégia. Esse material apresenta de forma bastante concisa a visão de um estudioso sobre o assunto e que é muito discutido, ainda hoje.
Proponho, então abordarmos o tema a partir da visão de outros autores. O que acha?