Experiência negativa pode ser estratégica?
Técnica do Kitsugi (conceito de transformação e crescimento a partir de falhas)

Experiência negativa pode ser estratégica?

Partindo do princípio que TODAS as empresas falham em algum momento da sua existência, é possível concluir que as experiências negativas deveriam fazer parte da estratégia de evolução de qualquer empresa. Ocorre que, para as experiências negativas se transformarem em algo de valor estratégico, elas precisam ser bem gerenciadas e integradas aos processos de melhoria contínua. Muito embora, à primeira vista, uma experiência ruim possa parecer um fator prejudicial para a marca, eu declaro que ela também pode representar uma oportunidade espetacular de crescimento, desenvolvimento e inovação. As empresas que utilizam as suas falhas para identificar pontos de melhoria e construir lealdade com os clientes estão transformando-as em elementos estratégicos de evolução.

Quando um cliente encontra dificuldades ou problemas em sua interação com a empresa, na maior parte das vezes isso ocorre por causa de falha nos processos, problemas com produtos, problemas de comunicação, com o atendimento etc. Muitas vezes, vemos questões que dificilmente seriam percebidas pela empresa que acabam sendo expostas através de experiências negativas dos clientes. E é aí que, cada feedback ou reclamação se torna uma oportunidade direta de aprimorar o serviço, melhorar um processo ou o produto, impactando diretamente o cliente com o resultado dessa evolução.

Além disso, a forma como uma empresa trata a experiência negativa pode ser a diferença entre um cliente detrator e um cliente que advoga a seu favor. Quando a empresa resolve rapidamente e de forma eficaz o problema de um cliente, isso pode gerar um impacto positivo ainda maior do que se não tivesse ocorrido problema algum. Um exemplo disso é a sensação de confiança que surge quando um cliente vê que a empresa se importa genuinamente com sua satisfação e está disposta a tomar ações rápidas para corrigir erros. Essa capacidade de recuperação muitas vezes surpreende o cliente e fortalece a relação com a marca, criando um vínculo de fidelidade que pode ser ainda mais forte do que o de uma experiência sem falhas.

As empresas também podem fazer isso de forma proativa, realizando testes controlados (mystery shopper), onde propositalmente criam problemas e/ou situações difíceis, para avaliar como sua equipe lida com situações adversas. Esses testes ajudam a empresa a entender o quão preparada ela está para enfrentar crises reais e a pensar em mecanismos de resposta rápida e eficaz.

Enfim, uma experiência negativa não precisa ser o fim da relação do cliente com a empresa. Pelo contrário, pode ser o catalisador de uma estratégia de evolução, onde a resolução de problemas fortalece o relacionamento com os clientes e direciona a empresa para um constante aperfeiçoamento. Para que isso funcione, é fundamental que a organização adote uma postura ativa e receptiva, enxergando o problema como uma oportunidade real de crescimento e aprendizado. Assim, uma experiência negativa pode deixar de ser uma simples falha e se transformar em um pilar estratégico para a evolução do negócio.

Aproveitando a ideia do Carlos Zardo Jr. , deixo aqui a minha provocação para quem quiser criar um artigo, falar sobre o tema abaixo e dividir com a gente:

Clientes que pagam mais devem receber um tratamento diferenciado?

Eduardo Pinheiro

Planejamento | Governança | Serviços Financeiros | Indicadores de Desempenho | Riscos | Compliance

3 m

Sobre a sua provocação no final, não vou fazer um artigo, mas deixo abaixo uma opinião. Acho normal oferecer benefícios adicionais a clientes que gastam mais ou têm um relacionamento de longo prazo com a empresa. Pode ser um atendimento prioritário, descontos exclusivos ou serviços personalizados. Acho que a lógica dessa abordagem é recompensar a lealdade e incentivar gastos mais elevados, o que pode ser benéfico tanto para o cliente quanto para a empresa. Por outro lado, entendo que precisa ser bem comunicado para evitar um entendimento errado de privilégio, pois na verdade são serviços diferenciados e remunerados de forma diferenciada.

Eduardo Pinheiro

Planejamento | Governança | Serviços Financeiros | Indicadores de Desempenho | Riscos | Compliance

3 m

Belo texto, Mariana Filizola. Concordo bastante com a sua abordagem, pena que a maioria das empresas não vêrem o erro como uma oportunidade estratégica.

Ricardo Freitas

Cx Leader Sênior na Claro Brasil | Executive MBA em Gestão de Projetos e Empresarial

3 m

Genial Mari! Depois de uma conversa contigo eu passei a olhar momentos de atrito com um olhar muito mais estratégico.

Carlos Zardo Jr.

Autor do livro "13 Exemplos do Efeito Parallax" | CMO | Strategy Leader | Experience Designer | Empreendedor | Professor | Podcaster | Músico

3 m

Obrigado por fazer parte e trazer um conteúdo tão incrível! Em um mundo onde apenas os acertos são valorizados, as empresas tendem a esquecer a importância do uso estratégico do que é inicialmente negativo.

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