Finanças para Conselheiros
Quando tratamos do tema finanças ligado ao desempenho do papel do conselheiro consultivo de empresas, devemos partir de um pressuposto básico que, em sua experiência profissional pretérita, o mesmo tenha adquirido conhecimento sobre o assunto que o permita participar de tal colegiado de forma a agregar, mesmo que não seja um expert no assunto.
Além disso, busca-se outras experiências ao redor do tema finanças, mas não no conhecimento dos números em si, mas sim o que fazer com tais informações numéricas.
Pode-se dizer que é mais importante que o conselheiro saiba analisar os números que lhe são apresentados do que entender como se chega àqueles números em si.
Também se exige do conselheiro um conhecimento generalista, mas com um perfil questionador, pois em muitos casos, como dito acima, os membros do conselho não serão experts, mas devem entender as finanças da organização em que estão inseridos no sentido de suscitar questões que levem a gestão a se aprofundar no assunto e nas decisões dali provenientes.
Isto é, o conhecimento em finanças e suas análises é um importante item de acompanhamento por parte dos conselheiros, pois desdobra em diversos outros pontos relevantes da governança corporativa.
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E é aí que entra a capacidade de compreensão das informações financeiras constantes de instrumentos como o Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício – DRE, Fluxo de Caixa Operacional ou Livre, Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido, Orçamento, Investimentos, entre outros, e a segunda parte, que é saber quais decisões tomar em cima de tais apreciações, ou seja, ter uma abordagem estratégica e avaliação dos impactos de potenciais eventos futuros.
Através desses instrumentos, o conselheiro deve avaliar os resultados da empresa de uma forma mais abrangente, avaliar lucratividade e rentabilidade, avaliar decisões de investimento e, principalmente, de financiamento, também risco de liquidez, sempre fiscalizando a consistência da execução das estratégias.
E de forma mais abrangente, todas as análises originadas nos números apresentados pela gestão da empresa serão fundamento para análises sobre assuntos estratégicos a serem abordados em conselho, como por exemplo: ampliação da produção, através de compra de maquinários, montagem de outra unidade fabril, nova fábrica em outro município, mais contratação de terceirizados, etc; aquisições, sejam estas de empresas concorrentes, de fornecedores, de unidades fabris, etc; alavancagem financeira, por empréstimo bancário, emissão de dívida, capital próprio, etc; ou ainda, os investimentos/aplicações do caixa excedente e do próprio capital de giro, entre outros assuntos.
De certa forma, tudo estará constante em documentos/infomações-chave que refletirão a gestão propriamente dita e que toda empresa que possui um conselho consultivo deve gerar para alimentar tal órgão, como o Planejamento Estratégico, Orçamento, Relatórios de Auditoria, e claro, as Demonstrações Financeiras completas.
Isto posto, a função básica do conselheiro e do conselho será, como bem definido pela Endeavor, a de manter, na tomada de decisões, o direcionamento estratégico dos negócios, de acordo com os principais interesses da organização como um todo, protegendo seu patrimônio e maximizando o retorno sobre seus investimentos.