Foi como um sopro!

Guardar rancor é como tomar um copo de veneno esperando que o outro morra.

Hoje estou a jantar onde tudo começou! Já é memória, mas eu não posso deixar de contar. Esta história poderia ter acontecido junto à praia, num dia chuvoso ou numa noite estrelada.

Como acontece com muitas histórias, esta também é inspirada numa história verídica, só não vou especificar qual a parte verídica, mas foi um acontecimento marcante, de uma forma inesperada e num conteúdo enigmático.

Durante este tempo foi tomando notas, porque os acontecimentos eram tão rápidos e incoerentes que não podiam ser apagados da minha memoria.

Linda, dócil, sensível, tinha um encontro marcado num final de uma tarde chuvosa. Quando viu o raio de sol, deu-lhe o braço e protegeu-se. Ansiosa por falar, falou, falou, falou para disfarçar a ansiedade. O seu ativismo era o modo que encontrou para se acalmar.

A conversa corria tão depressa, com excesso de passado e a ansiedade de futuro. Sobrava poucos minutos para viver o presente. Mágoas e ressentimentos continuavam apegadas a lembranças e acontecimentos há muitos anos atrás, punindo aqueles que agora não estavam por perto. Umas vezes ria outras vezes chorava, umas vezes abraçava, outras vezes vitimizava-se, alternava os momentos de tristeza com a paixão.

A verdade é que todos os aspetos da nossa vida estão conectados com a maneira como sentimos a nossa independência financeira, mas quando usamos as relações como tábua de salvamento, pode parecer que está tudo sob controle a princípio, mas, com o passar do tempo, começamos a perceber o reflexo da má saúde mental na nossa conduta e nas decisões que tomamos

Existem tantas formas de te relacionares, tantos combinados explícitos e implícitos, verdade? Se estás em permanente conflito, com muitas variáveis e muitos pontos de vista diferentes, poderás passar anos a tentar mapear uma vida imaginada, que não existe na ausência da verdade.

Nem imaginas o quanto a mágoa e o rancor pelos nossos próprios erros ou o nosso infortúnio prejudicam a nossa vida. Guardar rancor é como tomar um copo de veneno esperando que o outro morra.

Perdoar-te e viver em verdade é uma questão de inteligência, uma escolha que só tu o podes fazer por e para ti. Esse é o caminho que te liberta do passado para construir um presente e um futuro feliz.

Em qualquer lugar que estejas, espero que possas ler a folha do meu diário que escrevi naqueles 90 dias vertiginosos com uma paixão fulgurante. Aproveita a reflexão e começa a trazer para dentro de ti uma outra perspetiva de vida.

Escupa esta musica em silêncio, como forma de explicar o inexplicável.

Liberta-te e segue em frente!

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MLS 15/05/2024