Gestão empresarial e práticas integrativas
foto tirada durante uma reunião com cliente para desenvolver seu planejamento estratégico

Gestão empresarial e práticas integrativas

Recentemente fui questionada sobre minha atuação como gestora dentro das empresas, agora que resolvi caminhar pela estrada do bem-estar e das terapias integrativas.

Eu também já me fiz essa pergunta e, durante muitos anos, não via como conectar uma coisa com a outra, mas nada como o tempo para nos mostrar o óbvio, aquele que sempre precisa ser dito.

Pois eu devolvo a pergunta: Como uma empresa é capaz de fazer gestão sem se preocupar com o bem-estar das pessoas?

Durante esses meses de caminhada fora do mundo corporativo tradicional pude perceber que sempre há um outro jeito de se fazer as coisas e, se fizermos de um jeito diferente, o resultado também será diferente. Acontece que para muitos, esse resultado diferente significa ruim e é aí que a empresa volta para o modo antigo de fazer gestão, com prazos curtos, imputando a culpa das entregas malfeitas em sua equipe e fomentando a cultura do medo, do certo e errado, da demissão etc.

Isso tem acontecido com algumas startups, por falta de um planejamento estratégico que envolva aspectos de governança, com definições de papeis, com expectativas de entregas bem definidas, encontros periódicos para alinhamento, entre outros. Pelo medo de engessar, de burocratizar e de criar obstáculos, muitas empresas nascem com a mesa de ping-pong no meio do salão, pufes coloridos espalhados, espaços coletivos de trabalho sem divisórias e aplicativos com emojis para dizer “como me sinto hoje” e consideram que essas alegorias vão representar uma atuação diferente, disruptiva e que gere resultado financeiro, ou seja, lucro.

Todo esse cenário gera um impacto agradável na equipe de trabalho, sem dúvida, pois é muito mais prazeroso trabalhar em um ambiente descontraído do que em um todo cinza e com um ar de opressor, mas precisamos ter sabedoria e maturidade para identificar que o caminho do meio tende a ser o mais efetivo.

E é nesse momento que respondo ao questionamento inicial, sobre como atuar em gestão empresarial, sendo que agora trabalho com terapias integrativas e bem-estar das pessoas.

Insisto em dizer: a mesa de ping-pong no meio do salão será utilizada somente se as pessoas estiverem bem o suficiente para frequentar o ambiente de trabalho presencial. As pessoas serão comprometidas com suas entregas, trabalhando no formato remoto ou híbrido, quando elas souberem exatamente o que é esperado de sua atuação, quando se sentem amparadas e seguras com a definição de papeis, gerenciamento de expectativas e remuneração adequada.

Cada um de nós vivemos questões existenciais em graus de profundidade diferentes e é isso que torna imprescindível uma atenção com olhar amplo, integrativo e focado no bem-estar do ser humano. Podemos estar comprometidos com uma entrega que é importante para nós, que precisa ser feita, mas por algum motivo, nossa energia criativa não está correspondendo na mesma velocidade que precisamos. É nesse momento que aplicar ações de bem-estar são fundamentais para aliviar a densidade dessa tensão. Pode ser uma conversa terapêutica, pode ser um escalda-pés com massagem, pode ser uma sessão sobre alimentação consciente que auxilia em um melhor relacionamento consigo e que vai, além de tudo, melhorar a cognição, concentração e relaxamento essenciais para que a criatividade encontre um caminho livre para se manifestar.

Hoje eu posso afirmar que uma empresa, seja ela tradicional ou não, não sustenta mais sua equipe sem um bom programa de bem-estar voltado para a saúde integrativa, alinhado a um bom programa de valorização de pessoas, com remuneração adequada, direitos assegurados, ambiente amistoso, flexibilidade de horário, produtividade mensurada por qualidade na entrega e resultados analisados com base nos impactos empresariais e sociais.

Como costumo dizer, não há nada melhor que um arroz e feijão bem-feito, com temperos básicos, feitos por quem amamos e apreciados onde nos sentimos amparados. O óbvio precisa ser dito e precisa ser feito.

Ótima semana!

Juliana Berbert

Mestre em Gestão, Especialista em Novos Negócios | Palestrante, mentora e conteudista | Gestora de Entregas de Valor com foco em inovação e desenvolvimento.

2 a

Que artigo precioso!!! As empresas precisam demais desse olhar! Parabéns Ju.

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