Identidade, não é só no 20 de novembro.
Não é de hoje que negros buscam expor suas ideias e conquistar o seu espaço no mundo. Por muitos anos, toda a cultura negra foi mal vista, até mesmo nossa língua influenciou e influencia até os dias atuais na de forma pejorativa do “negro”. Desde a cultura, religião, costumes e aparências, o ser negro sempre foi inferiorizado na cultura do homem Branco.
No trecho: Se preto de alma branca pra você, É o exemplo da dignidade, Não nos ajuda, só nos faz sofrer Nem resgata nossa identidade A música nos lembra que negros têm uma identidade, e que por preconceito e discriminação a identidade do negro foi silenciada, traz de forma clara que para ser aceito no mundo dos brancos e ter o mínimo de dignidade, o negro acabou adquirindo a habilidade: Alma Branca, que nada mais é do que abrir mão de sua cultura e costumes e aceitar a cultura do homem branco como se fosse sua como forma de sobrevivência.
No trecho a seguir fica clara a separação entre brancos e negros, a superioridade do branco sobre o negro, como no trecho que fala do elevador social e de serviço:
Elevador é quase um templo, Exemplo pra minar teu sono, Sai desse compromisso, Não vai no de serviço, Se o social tem dono, não vai.
Como Aragão fala ‘não nos ajuda, só nos faz sofrer’ e não é egocentrismo, como já ouvi de raças que acham que a luta contra o racismo é mimimi de quem não tem coisa melhor pra fazer.
A música é um poema, mas também um grito de liberdade, um já chega e um conselho de que devemos honrar e nos orgulhar de nossa história: “Quem cede a vez não quer vitória, somos herança da memória, Temos a cor da noite, Filhos de todo açoite, Fato real de nossa história”.
Pequenos passos, mas muito importantes tem sido dados na recuperação da identidade negra: a lei de cotas, o dia da consciência negra em 20 de novembro e todo um trabalho movido por grandes homens e mulheres negras para empoderar a população negra e mostrar a beleza de sua cultura, a ter orgulho de nossos antepassados e que há muita beleza em ser preto!
Toda a música, desde sua melodia quanto a letra, nos fazem refletir sobre todos esses fatos que citei, mas acima de tudo, toca a alma, de quem um dia já sentiu na pele o que é ser negro.
Difícil colocar em palavras uma luta que por mais obvia que pareça, ainda hoje existe, pois o racismo disfarçado de brincadeira e desqualificação de políticas afirmativas fazem com que muitas pessoas desqualifiquem a luta ou a definam como mimimi.
Letra da música Identidade do compositor Jorge Aragão:
Se preto de alma branca pra você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade
Se preto de alma branca pra você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade
Elevador é quase um templo
Exemplo pra minar teu sono
Sai desse compromisso
Não vai no de serviço
Se o social tem dono, não vai
Quem cede a vez não quer vitória
Somos herança da memória
Temos a cor da noite
Filhos de todo açoite
Fato real de nossa história
Se preto de alma branca pra você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade
Se preto de alma branca pra você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade
Elevador é quase um templo
Exemplo pra minar teu sono
Sai desse compromisso
Não vai no de serviço
Se o social tem dono, não vai
Quem cede a vez não quer vitória
Somos herança da memória
Temos a cor da noite
Filhos de todo açoite
Fato real de nossa história
Se preto de alma branca pra você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade
Se preto de alma branca pra você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade, ô!
Se preto de alma branca pra você
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Se preto de alma branca pra você