[Inclusão] Daltonismo
Uma das grandes missões de trabalhar diversidade e inclusão é desmistificar que se tratam apenas de PCDs, LGBTQIA+, negros e mulheres. Existem várias outras questões que transpassam o tema, conhecimento é o melhor caminho e hoje decidi falar de assunto que ainda é pouco explorado, mas que pra mim faz muito sentido, principalmente por ser daltônico.
Você sabe o que é daltonismo?
É a redução da capacidade de diferenciar algumas cores.
Diferente do que muita gente pensa, o daltônico enxerga sim as cores, porém, de uma forma diferente do usual. Claro, existem também pessoas com visão monocromáticas, aquelas que enxergam tudo em escala de cinza.
Na maioria dos casos, o daltonismo, é causado por fatores hereditários que causam ausência ou redução das células fotorreceptoras e afetam, predominantemente, os homens, porém, é possível adquirir o daltonismo por conta de doenças e traumas oculares. As cores envolvidas são o verde e o vermelho e, com menor frequência, a pessoa também tem dificuldade de diferenciar azul e amarelo.
É importante saber que existem tipos e graus de daltonismo. Basicamente são três tipos e a pessoa pode apresentar apenas um ou mais:
- Protanopia – diminuição ou ausência do pigmento vermelho, sensível às ondas de comprimento longo. Nesse caso, a pessoa enxerga em tons de bege, marrom, verde ou cinza;
- Deuteranopia – ausência ou diminuição dos cones verdes sensíveis às ondas de comprimento médio. Na falta deles, a pessoa enxerga em tons de marrom;
- Tritanopia – dificuldade para enxergar ondas curtas como os diferentes tons de azul e o amarelo, que adquire tons rosados.
O diagnóstico é realizado pelo médico oftalmologista, através da realização de alguns exames e testes, como o teste de Ishihara, da imagem abaixo. Por mais curioso que seja, em alguns círculos o daltônico não consegue diferenciar a imagem e enxergar a letra/número no fundo.
Agora que você já conhece um pouco mais sobre essa condição, vamos a parte da inclusão. Durante toda minha vida, passei por diversos constrangimentos e situações desconfortáveis relacionadas ao daltonismo. Lembro saber que era daltônico desde pequeno, pois meu avô também é. Falar cores erradas, escolher camisas, comentários, risos e a principal e famigerada pergunta: Que cor você está vendo/que cor é essa?
Lembro-me de uma professora que quando soube da minha condição, sentou do meu lado, perguntou as cores que enxergava e adaptou as provas e atividades para mim. Quando falamos de incluir, é disso que falo.
Saber respeitar, evitar comentários e perguntas indiscretas, mas entender as dificuldades da pessoa e tentar ajudar, quando for preciso. Hoje eu lido muito bem com a situação. Aonde eu chego falo, brinco e dou risada. Mas lembro de quando eu tinha vergonha de comprar roupa e sempre ia acompanhado por não conseguir definir a cor da camisa e a combinação da roupa. Entre outras inúmeras situações que geravam constrangimento.
Espero que esse texto contribua com seu conhecimento e que você saiba lidar melhor quando conhecer e interagir com um daltônico. No mais, fico a disposição para responder a quaisquer dúvidas. E se você for daltônico e queira compartilhar alguma informação ou contar alguma situação, sinta-se a vontade!