Inflação salgada... e eu com isso?
Inflação, segundo a definição que encontramos no dicionário, significa: “aumento de volume”, porém, trazendo para o contexto econômico nós encontramos o seguinte resultado: “aumento de preços”. Os dois significados estão corretos, porém a nossa abordagem nesse tema pode e deve ser mais profunda. Inflação não é um simples aumento de preços como o dicionário sugere, inflação é um dos fenômenos econômicos mais interessantes e letais que temos na economia. Não acredita na letalidade desse fenômeno? Pergunte a seus pais e avós como era ir ao mercado entre a década de 70 e 90, eles não terão boas lembranças dos reajustes diários nas gondolas. Acha uma visão ultrapassada? Gaste um pouco do seu espanhol e converse com um argentino a respeito da alta de mais de 50% nos últimos 12 meses.
Inflação fora de controle afeta não somente o bolso das pessoas, afeta com uma intensidade muito maior a sua vida como um todo. Uma país inflacionado tende a apresentar 3 características base: Fiscal descontrolado, Moeda desvalorizada, infraestrutura comprometida. Como isso afeta a vida de um cidadão? Pense no seguinte: com um gasto fiscal completamente descontrolado o governo fica sem espaço no orçamento para investir em áreas essenciais (educação, saúde, segurança, infraestrutura). Sem esse investimento a parcela da população que depende desse serviço irá ficar sem essa assistência, afetando sua qualidade de vida. Uma moeda desvalorizada faz com que os produtos importados fiquem mais caros, inclusive commodities negociadas em moeda estrangeira, então não se trata apenas de não consumir importados. Com matérias primas (commodities) mais caras, o consumidor acaba arcando com as consequências no final das contas.
Legal, mas o que leva um país a ter um índice de inflação tão elevado? Essa resposta, assim como tudo na economia, depende de uma série de fatores. No cenário atual o fator que está fazendo o IPCA disparar é o risco fiscal, desde o final de 2020 os economistas falam sobre o excesso de gastos e como isso poderia influenciar na dívida pública. Junto do fiscal descontrolado podemos colocar a política expansionista tomada durante a pandemia, cujo principal ponto foi a taxa Selic no menor patamar da história: 2%a.a. Com uma taxa de juros muito baixo os consumidores se sentiram instigados a consumir, o que era necessário para que não houvesse uma crise em cadeia devido as restrições da COVID-19. Porém, o consumo em alta e muitas indústrias fechadas ou com uma capacidade de produção abaixo do ideal nos levaram a atual situação: escassez de matéria prima em alguns setores. Quando a oferta de algo é inferior a demanda o preço sobe.
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O tradicional churrasco de virada de ano ficou levemente salgado em dezembro de 2020, isso porque o IPCA fechou o ano em 4,4%, acima da meta do Banco central (4%). Desde então sentimos a boca cada vez mais seca com o passar dos meses, e estamos frente a uma situação ainda pior para o fim do ano de 2021. Em setembro de 2021 o IPCA atingiu 10,25% nos últimos 12 meses. Infelizmente nós não conseguimos comprar carne hoje e fazer com que ela siga a inflação durante os anos, isso seria inviável. Porém o que podemos fazer é proteger o nosso poder de compra e manter as condições o churrasco em uma data futura. Eu poderia continuar citando exemplos de como a inflação é letal para uma economia, porém é preciso ter objetividade e levantarmos a pergunta correta: Como me proteger da inflação?
Dinheiro embaixo do colchão, cofre de metal no armário, dinheiro na gaveta de meias, dentro da parede, dentro do quadro, dentro da carteira... Todas essas foram soluções adotadas por nossos antepassados, e todos eles sofreram com troca de planos econômicos. O método mais eficaz para manter o poder de compra de seu capital é através de ativos indexados a inflação. Assim, seu capital se mantém “colado” com os indicadores de inflação ao longo dos anos. É uma parte importante da carteira de qualquer investidor, do mais conservador ao mais agressivo. Como vimos no início do texto, nós brasileiros sabemos bem o que é ver o poder de compra sendo corroído pela inflação, você não quer passar por isso novamente, não é? Converse com seu especialista sobre o assunto!
Especialista em Investimentos Íon Private Itaú Unibanco
3 aExcelente abordagem Luccas, objetiva e clara. Parabéns.
Especialista de Investimentos Íon Gestão de Patrimônio
3 aTop! Adorei !
Especialista em Investimentos Íon Itaú Gestão de Patrimônio
3 aMuito bom Luccas Macario ! Conteúdo muito pertinente e abordado de forma simples, clara e objetiva. Perfeeeeito! 👏💸💸💸