Insegurança: como esse sentimento pode limitar seu crescimento?

Nossas emoções e sentimentos são parte de quem somos. Embora muitas pessoas tentem suprimir suas emoções, evitando ou negando seus efeitos, elas estão sempre presentes. E quanto mais consciência e responsabilidade tivermos em relação ao nosso estado emocional, melhores condições teremos para viver com equilíbrio e maturidade diante dos desafios da vida. Podemos ter nossas emoções como aliadas e nessa condição, elas nos fortalecerão bastante.

Na minha experiência, pude perceber na pele e também acompanhando o desenvolvimento de outras pessoas, os efeitos salutares que a compreensão e o domínio das emoções provocam. E neste artigo, quero compartilhar um pouco sobre a insegurança. Um sentimento que qualquer um já experimentou e sentirá novamente em algum momento da vida. Estive refletindo sobre os riscos que pode provocar, quando muito intenso e frequente.

Quando uma pessoa experimenta insegurança, ela tende a não confiar em suas próprias capacidades, pede apoio e opinião e outras pessoas com muita frequência, o que pode acabar provocando uma dependência muito grande dos outros.  Essa pessoa também evita correr riscos e possivelmente se submeterá a situações às quais tem condição de se libertar, mas não consegue perceber. Então, ela acaba ficando num círculo vicioso representado pela falta de confiança em si mesma e uma dependência externa enorme, fazendo com que ela tenha cada vez menos possibilidades de evoluir e crescer.  

Como identificar se você ou alguém próximo apresenta um nível de insegurança muito alto?

Aqui estão alguns indícios:

Pedir conselhos com muita frequência, dependendo da opinião alheia para tomar decisões. Evitar se posicionar em conversas, reuniões de qualquer tipo, por receio de ser mal interpretado(a) ou julgado(a). Demorar muito para tomar decisões e até mesmo evitar tais situações. Pedir permissão, mesmo em situações em que ela não é necessária.  Duvidar de si mesmo(a), desenvolver dependência nos relacionamentos. Dificuldade para conseguir novas oportunidades de trabalho, dificuldades nos relacionamentos interpessoais em geral.

Enfim, a pessoa que apresenta insegurança exacerbada duvida das suas próprias capacidades e por evitar se expor e tomar riscos, acaba tendo poucas oportunidades para se testar e perceber suas potencialidades e seu valor. Desta forma, investir no autoconhecimento e no desenvolvimento da autoconfiança através de um processo terapêutico representa um caminho importante e necessário.

Antes de terminar, quero deixar dois exemplos sobre como apoiar pessoas que precisem de um empurrãozinho nesse quesito:

1.       Havia uma pessoa na minha equipe, que se mostrava sempre muito reticente em fazer coisas novas, e eu percebia que ela não só tinha condições para assumir outras atividades, como poderia experimentar mais prazer e crescer com essas experiências. Fui introduzindo aos poucos as atividades e acompanhando de perto. Com o tempo, foi incrível perceber sua evolução e o aumento da sua autoconfiança. Até mesmo sua postura corporal se modificou!

2.       Eu tinha o hábito de ajudar sempre. E só via o lado benéfico disso. Mas com o tempo, comecei a perceber que em certa medida, eu impedia o crescimento dos outros por estar sempre disponível. Identifiquei inclusive, que ajudar a todo momento também era uma forma velada de dominação. Diante de um pedido de ajuda, comecei a responder que poderia ajudar se fosse preciso, mas que seria importante que a pessoa tentasse por si mesma e vivesse a experiência, deixando claro que eu estaria ali para apoiar diante de uma dificuldade maior.

Vou terminando por aqui, sugerindo que fique de olho nas suas emoções e sentimentos e perceba como elas vêm impactando suas ações. E, claro, observe as pessoas aos seu redor. Estimule o desenvolvimento de todos. Se desafie e desafie os demais! Há sempre algo a aprender e também a ensinar, sobre nós mesmo e as relações que estabelecemos. Procure ser uma força que eleva e fortalece a si mesmo e aos outros!