IoT: os impactos no mercado profissional e tecnológico
Como a Transformação Digital pode ajudar a impulsionar a Indústria no Brasil
Seja qual for seu ramo de atuação, uma coisa é certa: todo mundo já ouviu alguém reclamando por ter de fazer alguma tarefa repetitiva. Pode ser conferir ou organizar arquivos, montar planilhas, analisar números sem fim ou, por que não, o seu próprio exemplo de trabalho manual que demanda atenção, concentração e uma boa dose de checagem – afinal de contas, quase sempre, são esses os processos que menos admitem erros. A boa notícia, porém, é que essas demandas rotineiras podem estar perto de encontrar suas soluções, graças à Transformação Digital e à ascensão de conceitos como Inteligência Artificial (IA), Machine Learning (Aprendizado de Máquina), Internet das Coisas (IoT – de Internet of Things, em inglês) e por aí vai.
Para avançar nesse ponto, contudo, é preciso deixar claro que a Transformação Digital não precisa ser uma disrupção completa e futurística. Costumo dizer que a verdadeira Transformação Digital não é nem o mundo dos Jetsons nem o contexto hipnótico de Black Mirror. A inovação prática está (e precisa estar) mais perto da vida real, resolvendo os desafios que as pessoas e empresas têm no dia a dia. O grande ponto, portanto, é esse: as novas tecnologias devem ser pensadas a partir da realidade para propor as aplicações mais úteis. É com este pensamento em mente que podemos iniciar um novo momento para a indústria brasileira, simplificando as rotinas e potencializando os diferenciais de cada companhia e segmento.
É isso o que mostram as previsões, inclusive. Segundo estudos feitos pela consultoria FrontierView, a maior adoção de recursos de Inteligência Artificial pode ajudar a elevar o PIB do Brasil em cerca de 4,2% até 2030. Imagine-se, então, esse potencial somado a outras tendências importantes, como Internet das Coisas, Big Data, Deep Learning e outros. Podemos dizer, sem dúvidas, de que o uso das inovações é um caminho chave para o crescimento da indústria no Brasil, bem como a adequação dos negócios frente às questões do mundo pós-pandemia.
É preciso ponderar, todavia, que, apesar de serem verdadeiros oceano de oportunidades para as operações, a digitalização (por meio de recursos como Inteligência Artificial e Nuvem) não faz a transformação sozinha. Em outras palavras, de nada adianta colocar tecnologia se a adoção for feita sem razão ou aderência com as demandas reais das empresas. Temos de olhar a inovação como parte estratégica dos negócios, fornecendo o suporte para que as transformações aconteçam e elevem, de fato, os resultados.
Exemplo disso é a própria utilização dessas tecnologias em nossa vida. De serviços médicos ao pedido de uma refeição via App, há mil momentos em que a Inteligência Artificial, ou outra solução, é utilizada. Isso, porém, não é nada. A adoção dessas ferramentas só faz sentido se esses serviços (de médicos ou do delivery, no caso) ficarem melhores.
Sem dúvida, esse deve ser o grande ponto ao se utilizar algoritmos e ferramentas inteligentes de aprendizagem de máquina. Temos de tornar o trabalho das pessoas mais simples e a vida dos clientes mais práticas. A partir desse ponto, claro, temos mil possibilidades.
O primeiro ganho é a possibilidade de automatizar as linhas de produção e as operações, colocando as máquinas na linha de frente para a execução de trabalhos repetitivos – a sua planilha, por exemplo. Com isso, podemos acelerar as tarefas diárias (menos estratégicas) e diminuir os erros em processos que demandariam alta capacidade de checagem e qualidade – da produção automotiva à conferência de documentos na área financeira.
Outros potenciais benefícios da inovação pragmática nas empresas são a capacidade de escalar operações complexas com menor custo, por meio de um ecossistema digital e com enorme capacidade de evolução, e a chance de otimizar o trabalho e o tempo de entrega, mitigando falhas de todos os tipos e reduzindo os retrabalhos de todas as ordens.
Ganhos como estes, por si só, dizem muito. Ainda mais em um cenário sempre tão competitivo em que margens e tempo valem mais do que ouro. Os ganhos da Transformação Digital são enormes, mas repito: não se trata apenas de ter a tecnologia em si; antes disso, é imprescindível que as companhias busquem parceiros e talentos que ajudem a definir o que faz mais sentido para as etapas e estágios da operação, e o que realmente pode ser melhorado a partir do uso dessas ferramentas.
Ter recursos de ponta é apenas parte do que a digitalização inteligente pode oferecer. Menos aparente que isso – e tão importante quanto – é poder contar com a ferramenta mais efetiva para se alcançar ou entregar o resultado esperado pelos consumidores. A inovação não é a invenção da tecnologia, mas como ela muda nossa vida na prática. E se cada organização é única, é bastante importante que cada uma tenha planos específicos, feitos sob medida também.
É exatamente por esse motivo que cada vez mais as companhias precisam estar atentas ao que acontece, sem querer abraçar o mundo. Nesse universo tão dinâmico, reunir parceiros e vozes de diferentes áreas é um caminho indispensável para encontrar as respostas certas (e com rapidez). A tecnologia é uma resposta estratégica às necessidades. Afinal, TI, organizações e negócios andam cada vez mais juntos e os novos tempos digitais certamente estão fazendo com que esse entrelaçamento aconteça de forma muito mais preeminente e forte. Construir o futuro digital é, hoje, investir em inteligência. E resta apenas saber como a indústria brasileira entenderá esse chamado para buscar as oportunidades nesse mundo mais móvel, descentralizado e único.
Alexandre Martinez , CEO da IT-ONE .
Transformação digital é questão de sobrevivência para negócios em manufatura
A indústria de manufatura no Brasil vem perdendo participação no produto interno bruto (PIB). De acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), essa participação, que já foi superior a 25% nos anos 1980, caiu para pouco acima dos 10%, no início da atual década. A retomada da importância desse setor, tão amplo, passa por uma série de providências, entre elas de ordem da estrutura econômica e política do país. Mas há um componente imprescindível também: a transformação digital.
É sobre ela que quero me ater agora. É, digamos assim, "minha praia", a seara onde atuo. Na COGTIVE, startup da qual sou um dos fundadores e hoje ocupo o posto de CEO, desenvolvemos software para o chão de fábrica de plantas da indústria de manufatura. Atendemos o segmento farmacêutico, de cosméticos, de vestuário, de alimentos e bebidas, química e plástico, o eletroeletrônico e o automobilístico.
A rotina e a experiência acumulada vivenciando essas atividades me permitem afirmar: a transformação digital não é mais um "diferencial". Para negócios que lidam com manufatura, é questão de sobrevivência.
Alguns países já se deram conta disso há pouquinho mais de tempo. Levantamento de três anos atrás da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) indicava que em países como Estados Unidos, Alemanha, Coreia do Sul e Israel a manufatura 4.0, isto é, com alto grau tecnológico nos processos produtivos, alcançava 15% de seus respectivos setores industriais, ao passo que no Brasil atingia 2%. É verdade que depois tivemos a pandemia de covid-19, que acelerou a digitalização em alguns setores, mas na indústria é ainda processo aquém do necessário.
De modo que serei taxativo: a transformação digital passa a ser obrigatória. E, evidentemente, quando falamos em transformação digital não estamos nos referindo apenas à digitalização de processos, trâmites, operações, procedimentos. Tampouco da automação de máquinas e equipamentos. Estamos falando de um estágio em outro patamar.
A transformação digital é investir em soluções em que a robotização, a inteligência artificial e mesmo a internet das coisas estejam presentes não por luxo, status, requinte, mas por necessidade. As inovações em tecnologias da informação e comunicação se tornam indispensáveis para que tenhamos processos mais ágeis, com menos desperdício, menos sujeitos a gargalos, interrupções, atrasos. As soluções que startups e outros empreendimentos em TI colocam no mercado vêm para atender essa necessidade.
É bem verdade que esses avanços devem estar acessíveis às empresas. Isso inclui soluções que tenham operacionalização e manutenção simplificadas ao máximo, dentro da complexidade que as envolve. Aliás, por essas duas razões – a imprescindibilidade da transformação digital, e que esta se encontre ao alcance de todos – é que trabalhamos incansavelmente para combinar tecnologias disruptivas às interfaces de fácil utilização, ajudando nossos clientes a aumentar sua eficiência.
Afinal, o investimento em mais linhas produtivas, em mais fábricas, só faz sentido e dá retornos à empresa e à sociedade se vier acompanhado de maior produtividade e eficiência. Nos tempos atuais, e em um futuro em curto e médio prazo, é a transformação digital o passo decisivo para se viabilizar as almejadas produtividade e eficiência.
A mensagem que aqui transmito é válida a negócios de todos os portes. Por sinal, é outra barreira que devemos superar: transformação digital não é feita só para grandes corporações. Ao contrário. Até por dependerem sobremaneira de produtividade e eficiência, é que os empreendimentos de menor porte precisam incorporar soluções tecnológicas que proporcionem tais ganhos.
Aliás, essas soluções podem estar sendo desenvolvidas mais perto do que se imagina. Não é preciso recorrer à importação de tecnologia para impulsionar a transformação digital de seu negócio. Assim como tantas startups brasileiras, a COGTIVE põe no mercado soluções reconhecidas no mundo. Tanto que, agora no final de 2022, estamos nos instalando em Chicago, Estados Unidos, para atendermos indústrias de lá.
Ou seja, a manufatura brasileira pode e deve contar com o ecossistema tecnológico nacional para impulsionar sua transformação digital.
Reginaldo Ribeiro, fundador e CEO da Cogtive BR .
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A robotização pode roubar seu emprego?
Dentro do conceito de IOT, sigla em inglês para "Internet das Coisas", um dos pilares mais controversos é a robotização, que nada mais é que o processo de automação de tarefas realizadas por inteligência artificial no lugar de pessoas. Um exemplo real disso é a Petrobrás que se prepara para ter sua primeira embarcação sem qualquer pessoa a bordo em 2030, e será operada por drones e robôs. No entanto, os profissionais especializados continuarão atuando, mas de forma segura e em terra firme.
O movimento da Petrobrás só corrobora algo que já prevíamos há tempos: a robotização. E o mercado de trabalho vai sentir cada vez mais e de forma positiva os efeitos disso. Inclusive, um levantamento da McKinsey aponta que menos de 5% dos empregos podem ser completamente substituídos pela tecnologia em 2030, embora quase todos os trabalhos envolvem tarefas que os robôs podem aprender a fazer.
Neste cenário, há um segmento cujo profissionais devem se tornar cada vez mais relevantes: os prestadores de serviços, que possuem uma perspectiva positiva para o setor, com a adoção de mais tecnologia.
Mas antes que as pessoas comecem a pensar em um pelotão de C3POs (androide do mundo fictício de Star Wars) "tomando" os empregos desses profissionais, a realidade deve ser diferente. Em uma entrevista à revista Time, Malcolm Frank, CEO da Talent Genius e autor do livro "O que fazer quando as máquinas fazem tudo", diz que os prestadores de serviços, como encanadores, eletricistas e empreiteiros não serão substituídos, pois eles resolvem desafios únicos em ambientes variados – o que atualmente as máquinas não conseguem fazer.
A Revista Time criou uma ferramenta onde conseguimos descobrir qual a porcentagem do nosso trabalho pode ser feita por um robô. E algumas destas profissões relacionadas ao setor de serviços, são: Personal Trainer (11%); Advogado (23%); Nutricionista (44%); Maquiador (47%); e Pedreiro (53%).
Esses percentuais refletem o impacto da robotização nesses trabalhos, dando luz aos benefícios das inovações e à necessidade de adaptação dos trabalhadores às novas tecnologias. Dou aqui o exemplo dos analistas de investimentos e especialistas em segurança cibernética, que utilizam softwares com frequência para tomar decisões mais assertivas. E isso deve ser expandido para outros setores.
A robotização dificilmente será capaz de substituir a subjetividade e a personalização realizada por um ser humano. Um marceneiro irá entender a necessidade específica do seu cliente, e de acordo com cada particularidade fará apontamentos no planejamento inicial e irá adaptar os detalhes da demanda. Isso é muito mais amplo do que simplesmente viabilizar um pedido.
Embora a humanização salve os profissionais de serviços da automação, o setor não passará imune às ondas de inovação. Devemos começar a enxergar essas novidades como novas soluções ao invés de obstáculos para o avanço de nossos negócios. A adaptação será fundamental para um futuro de sucesso.
Eduardo Orlando LHotellier , fundador e CEO do GetNinjas .
Por que o JavaScript ainda é uma tendência de mercado?
A linguagem de programação JavaScript foi criada durante os anos de 1990, mas ainda segue como uma forte tendência no mercado. Dados do W3Techs indicam que a tecnologia é a mais popular da categoria há oito anos entre desenvolvedores do mundo todo e mais de 96% dos websites a utilizam para front-end, dentre eles gigantes como YouTube e Google. Não à toa, outra pesquisa, desta vez produzida pelo HackerRank, revela que 48% das empresas globais precisam de profissionais que dominem a ferramenta.
Porém, a grande pergunta sobre esses números é: como o recurso se mantém relevante e atual até hoje? Bem, há uma série de motivos, sendo que, no sentido de usabilidade, não há como não ressaltar a sua versatilidade. A linguagem que é baseada em texto está presente em quase todas as páginas de internet e é capaz de criar conteúdos interativos e dinâmicos, como reproduzir uma prévia ao passar o mouse sob um vídeo, uma animação ao rolar para baixo, fazer aparecer um menu e criar atalhos ou uma galeria de fotos.
Por essa razão, é normalmente aplicada em conjunto com outras duas tecnologias muito conhecidas, HTML e CSS, inserida diretamente no código da primeira. Apesar de, sozinhas, as duas linguagens em questão serem o bastante para criar páginas relativamente robustas, toda a experiência do usuário nesses casos fica estática, sem interações com caixas de diálogo ou itens semelhantes, limitando-se ao design geral e layout de um website. Assim, a Javascript chega justamente dando mais agilidade à jornada, gerando formulários, botões de login e gráficos.
No âmbito operacional, ainda vale destacar que a linguagem pode ser usada na própria máquina do cliente, da empresa ou no servidor – nessa última situação, o código será executado em um hosting. Dessa forma, não há uma perda na performance independente do navegador ou dispositivo utilizado, poupando fortes dores de cabeça na correria cotidiana dos desenvolvedores, sem falar no aspecto de adaptação a tarefas complexas, que precisam ser feitas em um espaço curto de tempo.
Tudo bem, a JavaScript possui uma série de benefícios para o dia a dia dos especialistas de TI, mas e para o mercado em si? Em poucas palavras, não só há também muitas vantagens, como fortes expectativas. Toda a fundamentação intuitiva e assertiva da tecnologia fez a linguagem se expandir para outros segmentos que cresceram nos últimos anos. O cenário gamer, por exemplo, é extremamente beneficiado por essa ferramenta, que faz parte do desenvolvimento de diversos produtos da área.
Paralelamente a esse movimento, alguns dos projetos de última geração presentes em ramos tecnológicos absurdamente avançados e populares atualmente, como big data, blockchain, IoT (Internet of Things, ou em português "Internet das Coisas") e IA (Inteligência Artificial), requisitam times inteiros que possuam entendimento na ferramenta. Atualmente, nesse último tópico o recurso ajuda a criar apresentações com maior rapidez e escrever softwares executados em um sistema embarcado.
Por fim, também poderíamos pensar em todas essas vantagens como aplicáveis a apenas especialistas natos e experientes em JavaScript. Mas não, é exatamente nesse ponto que a linguagem de programação se estabelece por completo como uma ferramenta tecnológica atemporal. Quem busca se aperfeiçoar no tema, pode até mesmo aprender os seus conceitos básicos sozinho, uma vez que são formatos rápidos e práticos para tirar ideias do papel. Com cursos e bootcamps que estão disponíveis atualmente no mercado, essa jornada de desenvolvimento se acelera ainda mais.
Portanto, o fato da linguagem de programação permanecer como uma tendência na área de tecnologia não é um mero acaso. Por um lado, ela é uma porta de entrada rápida para empreendedores iniciantes com ótimas ideias para um aplicativo, ou aspirantes a desenvolvedores de games, poderem reproduzir seus projetos nas empresas. Por outro, é uma via 100% prática e eficiente para aqueles que já são experientes no ramo de TI construírem soluções disruptivas no ambiente digital. É uma junção que, sem a menor sombra de dúvidas, faz o recurso se tornar imprescindível para o meio tech e, dado o seu crescimento causado por novos hábitos sociais, continuará com essa mesma qualidade por muitos anos.
Alexandre Tibechrani, General Manager Americas da Ironhack.
Dias 25 e 26 de abril, 2023 – 7ª edição
IOT BUSINESS FORUMO uso de soluções, redes e dispositivos baseados em dados é uma necessidade para se alcançar um ambiente social e econômico sustentável após a pandemia. Os dispositivos habilitados para IoT provavelmente serão onipresentes, da indústria às residências.
TÓPICOS
Conectividade – 5G – rede – Inteligência Artificial – Blockchain – segurança – cases de sucesso – construções inteligentes – cidades conectadas – veículos autônomos – agricultura de precisão – saúde conectada – indústria 4.0 – -monitoramento – logística – manutenção preventiva – edge computing – sensores – rastreamento de ativos – manufatura 4.0 – varejo 4.0
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🧑🏻🦽Arquiteto de TI no Itaú Unibanco e Professor Especialista na UniFECAF.
1 aPedro Britto