Já Não Existe Direita!! O Fim dos Direitos Individuais e a Falsa Coletividade dos Conservadores - (português/español)
“O liberalismo e a direita, deixaram de existir a partir do momento em que o Estado Liberal e Democrático deixa de lutar pelos direitos individuais e adota uma falsa coletividade excludente, fruto de uma visão deturpada de unidade normalmente com origem religiosa ou elitista, sem levar em consideração a própria diversidade social, gerando uma falsa dicotomia entre o indivíduo e a sociedade, como se as liberdades pessoais fossem antagônicas ao bem-estar comum promovendo um autoritarismo disfarçado de proteção da sociedade, que prejudica a própria coesão social, já que a verdadeira ordem depende do respeito à autonomia e à diversidade de cada cidadão, como bem prega o liberalismo” Wesley S.T Guerra
Com o fim da Guerra Fria, o capitalismo se consolidou como a maior força política, econômica e social do planeta, promovendo uma onda de transformações que pareciam irreversíveis. A vitória do bloco ocidental, liderado pelos Estados Unidos, foi interpretada como a validação do modelo capitalista e das democracias liberais, em que os direitos e as liberdades individuais emergiram como pilares fundamentais para a organização social e a legitimidade das nações, o que promoveu uma crescente privatização e descentralização dos Estados, gerando um ingente número de novos atores no cenário internacional e nas dinâmicas de poder sejam estas internas ou externas.
A Globalização, apoiada na financeirização da economia mundial e no discurso liberal produziu um incremento da riqueza até então nunca visto, assim como um crescente número de novo atores que aos poucos foram minando a hegemonia dos Estados Unidos e o surgimento do multilateralismo.
O multilateralismo se transformou no novo paradigma da diplomacia global, com a criação de organismos internacionais destinados a promover a cooperação entre Estados, a resolução de conflitos e a expansão dos direitos humanos. Em um mundo cada vez mais interligado, os direitos individuais passaram a ser um valor universal, e o discurso liberal se difundiu como o ideal de progresso e liberdade.
Nas últimas décadas, no entanto, esse cenário idealizado começou a se transformar. Uma nova onda de conservadorismo e nacionalismo ganhou força, sobretudo nos países que antes eram os principais defensores dos direitos individuais e da integração global. Em nome da "coletividade", esses movimentos têm promovido políticas que não só limitam as liberdades civis, mas também desafiam os princípios básicos do multilateralismo e da cooperação internacional. A retórica conservadora, que inicialmente se apresentava como um resgate das tradições e da moral, tornou-se um instrumento de controle e repressão, levando ao fim de muitas das conquistas obtidas na era pós-Guerra Fria. A falsa coletividade promovida por esses líderes ameaça não apenas as liberdades individuais, mas a própria ideia de um mundo cooperativo e interdependente.
A retórica da “coletividade e os bons costumes” como ferramenta de controle
Nos últimos anos, uma onda de conservadorismo, promovida por líderes e movimentos ao redor do mundo, tem se consolidado como uma força significativa no cenário político global. Curiosamente, embora esses movimentos se apresentem como defensores de valores nacionais e da coletividade, suas políticas frequentemente sacrificam direitos individuais e reduzem liberdades civis em prol de uma "unidade" que serve mais aos interesses de poder e controle do que ao bem-estar social. Essa falsa coletividade, propagada como um resgate de tradições e identidades, frequentemente mascara uma agenda de autoritarismo, em que a retórica de proteção da sociedade é utilizada como justificativa para minar as liberdades fundamentais dos cidadãos.
Para muitos líderes conservadores, a ideia de coletividade é moldada em torno de uma visão idealizada de unidade nacional. Esse conceito, no entanto, costuma ser excludente, baseando-se em valores e normas que limitam a diversidade e as liberdades pessoais. Em nome de preservar a “moral” e a “identidade nacional”, esses movimentos acabam restringindo o que consideram como comportamentos, escolhas e até crenças desviantes, impondo um padrão rígido de conduta que não corresponde à realidade multicultural e plural dos países, estabelecendo um único sistema de crenças ou religião válido, uma única visão etnográfica válida ou até mesmo um único padrão de comportamento sexual e social.
O discurso de unidade, embora pareça inclusivo, raramente leva em conta a diversidade intrínseca de cada sociedade (Imigrantes, população LGBTQIA+, religiões minoritárias, etnias excluídas etc.). Em vez disso, ele relega certos grupos, minorias e indivíduos com perspectivas divergentes ao ostracismo, sob a justificativa de que representam uma ameaça aos valores tradicionais. Esse tipo de coletividade conservadora, que se baseia em conformidade e uniformidade, ignora as nuances da sociedade moderna, promovendo uma visão unidimensional que deixa pouco espaço para a diferença e para a autonomia individual.
A falsa dicotomia entre ordem social e liberdades individuais
Os movimentos conservadores tendem a defender que, para manter a ordem social e a segurança, é necessário limitar as liberdades individuais. Em muitos casos, essas restrições são justificadas com a ideia de que certos direitos precisam ser sacrificados para o bem coletivo. Esse argumento, porém, cria uma falsa dicotomia entre o indivíduo e a sociedade, como se as liberdades pessoais fossem antagônicas ao bem-estar comum. Na realidade, o fortalecimento dos direitos individuais e das liberdades civis é essencial para a criação de sociedades mais justas e equilibradas, onde o bem coletivo surge naturalmente do respeito às diferenças.
A proposta de limitação das liberdades civis é, na verdade, uma forma de garantir o poder do Estado sobre a vida dos cidadãos impondo limites devido a determinadas crenças religiosas ou culturais. O controle sobre as liberdades pessoais frequentemente se traduz em um aparato estatal mais opressor, em que os direitos individuais são subordinados aos interesses políticos e ideológicos dos governantes. Esse autoritarismo, disfarçado de proteção da sociedade, prejudica a própria coesão social, já que a verdadeira ordem depende do respeito à autonomia e à diversidade de cada cidadão.
O paradoxo conservador: privatização econômica e intervenção moral
Curiosamente, os líderes conservadores frequentemente defendem a liberdade econômica e o papel central do mercado na vida dos cidadãos, pregando a mínima intervenção estatal nos assuntos financeiros e comerciais. Paradoxalmente, essa liberdade não se aplica às esferas sociais e culturais. No âmbito da moralidade e dos comportamentos individuais, o Estado conservador busca impor uma disciplina rigorosa, muitas vezes promovendo censura, regulamentações e até penalidades que limitam a autonomia pessoal.
A liberdade econômica, portanto, é vista como um direito, mas a liberdade moral e cultural é suprimida em nome de uma ordem supostamente benéfica. Essa contradição revela o caráter seletivo da liberdade promovida pelo conservadorismo, que só é incentivada quando se trata de fortalecer o capital e os interesses econômicos de determinados grupos. Quando se trata dos direitos dos cidadãos sobre suas próprias vidas, como a liberdade de expressão, a liberdade de identidade e a liberdade de escolhas pessoais, o conservadorismo demonstra seu caráter intervencionista e punitivo.
A desinformação e o controle social
A falsa coletividade promovida pelo conservadorismo também é sustentada por uma máquina de desinformação que alimenta temores e preconceitos. As fake news e a manipulação da informação desempenham um papel central nesse processo, transformando minorias e indivíduos discordantes em bodes expiatórios, acusados de ameaçar a moral e a segurança social. A criação de inimigos imaginários serve para legitimar ações repressivas e para consolidar o apoio popular ao cerceamento das liberdades individuais.
Essa estratégia de desinformação gera um ambiente de medo e desconfiança, onde o diálogo e a compreensão são substituídos pela polarização e pelo antagonismo. Em vez de promover o entendimento entre os diversos setores da sociedade, o conservadorismo fomenta uma mentalidade de “nós contra eles” o famoso “Cidadão de Bem”, em que o outro é constantemente visto como uma ameaça a ser combatida. A coletividade, então, se torna um conceito excludente e violento, onde as liberdades individuais são sacrificadas em nome de uma suposta segurança e estabilidade social.
O fim dos direitos individuais como ameaça à democracia
Por fim, o ataque aos direitos individuais é uma ameaça direta à própria democracia. O conservadorismo, ao promover uma falsa coletividade, enfraquece o Estado de Direito e limita a capacidade dos cidadãos de exercerem suas liberdades básicas. A democracia só se sustenta quando há respeito pelos direitos individuais, pois são eles que garantem a pluralidade de ideias, o debate público e a participação ativa da população.
Quando o Estado se torna o controlador das normas morais e das escolhas pessoais, a democracia se transforma em um sistema opressor, onde a coletividade é, na realidade, um mecanismo de controle social. A verdadeira coletividade, em uma sociedade democrática, deve ser baseada no respeito mútuo, na liberdade de expressão e na valorização da diversidade, e não na imposição de uma moral única que limita o potencial dos indivíduos.
Desinformação e o ataque ao multilateralismo
Um dos elementos centrais da retórica conservadora é a criação de narrativas que demonizam o multilateralismo e os organismos internacionais, vistos como ameaças à soberania nacional. Para esses líderes, o sistema internacional de cooperação representa uma interferência indesejada nos assuntos internos dos países, especialmente em temas de direitos humanos e questões ambientais. Essa postura leva a uma postura isolacionista, onde o nacionalismo é incentivado, enquanto os esforços de integração e cooperação global são desvalorizados.
A desinformação e a manipulação de narrativas são ferramentas utilizadas para sustentar esse isolamento e gerar desconfiança em relação a instituições globais. A criação de inimigos imaginários, como imigrantes, minorias e instituições internacionais, serve para legitimar o cerceamento das liberdades individuais e justificar políticas repressivas. O multilateralismo, que surgiu como uma esperança de cooperação e paz, agora é retratado por muitos conservadores como uma ameaça ao “povo” e à soberania, criando um clima de tensão e isolamento que dificulta a resolução de problemas globais.
O impacto da falsa coletividade na democracia e nos direitos humanos
A falsa coletividade defendida pelo conservadorismo contemporâneo enfraquece os direitos individuais e ameaça a própria estrutura democrática. A democracia depende da proteção das liberdades civis, da liberdade de expressão e da diversidade de ideias, elementos que são fundamentais para um debate público saudável e para a participação ativa dos cidadãos na vida política. Quando o Estado se torna o principal controlador dos comportamentos e das escolhas pessoais, a democracia se transforma em um sistema opressor, onde a ideia de coletividade é apenas uma ferramenta de controle.
Para que uma verdadeira coletividade floresça, é essencial que os direitos individuais sejam respeitados e promovidos, permitindo que cada cidadão contribua para o bem comum sem que suas liberdades sejam cerceadas. A era pós-Guerra Fria trouxe avanços significativos para as liberdades individuais e para a criação de uma ordem internacional cooperativa. No entanto, o renascimento do conservadorismo ameaça esses avanços, colocando em risco o futuro das democracias e o próprio conceito de coletividade.
O Capitalismo Liberal em Xeque e a Busca por um Novo Modelo
A interdependência econômica e a padronização do sistema capitalista global, promovidas pela globalização, trouxeram ganhos significativos de eficiência e expansão dos mercados. Contudo, os desafios atuais mostram que o capitalismo liberal talvez precise de ajustes para se adaptar às realidades de um mundo multipolar e altamente diversificado. Assim como o neoliberalismo abriu espaço para a emergência de novas correntes políticas e econômicas, como o socialismo de mercado na China ou o desenvolvimentismo estatal de países emergentes, é possível que o sistema atual evolua para incorporar princípios mais flexíveis e inclusivos, buscando uma resposta às crescentes desigualdades e demandas sociais.
Em um cenário onde tanto conservadores quanto progressistas apresentam visões polarizadas, a governança global se vê desafiada a buscar um novo ponto de equilíbrio. O aumento da complexidade nos debates políticos e econômicos, combinado com a necessidade de enfrentar desafios globais urgentes, como a crise climática e a crescente desigualdade, exige que tanto as democracias liberais quanto os mercados globais repensem suas estruturas e modos de operação. A busca por um sistema que respeite a diversidade cultural e política, ao mesmo tempo que promove a cooperação e a justiça social, pode ser o caminho para superar as tensões do mundo atual e evitar que a globalização se transforme em um novo ciclo de crises e retrocessos.
Dessa forma, a construção de um modelo híbrido, que concilie os valores do liberalismo com uma maior preocupação social e ambiental, pode ser a alternativa para uma convivência pacífica e produtiva entre as diversas ideologias e sistemas econômicos que coabitam o cenário global.
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Conclusão
A falsa coletividade promovida pelos movimentos conservadores contemporâneos revela-se como uma ameaça aos direitos individuais e, consequentemente, à democracia. Sob o pretexto de proteger a ordem social e os valores tradicionais, esses movimentos sacrificam a liberdade dos cidadãos, promovendo um ambiente de conformidade e exclusão. Em vez de fortalecer a sociedade, essa abordagem autoritária enfraquece a coesão social e mina a confiança nas instituições democráticas.
A verdadeira coletividade só é possível em um contexto onde os direitos individuais sejam respeitados e promovidos, permitindo que cada cidadão contribua para o bem comum de acordo com suas próprias convicções e valores. É necessário, portanto, que a sociedade esteja alerta para as armadilhas da falsa coletividade e para os discursos que, em nome da moralidade e da segurança, buscam restringir as liberdades fundamentais que sustentam uma democracia saudável e inclusiva.
Versión Español
“El liberalismo y la derecha dejaron de existir en el momento en que el Estado Liberal y Democrático deja de luchar por los derechos individuales y adopta una falsa colectividad excluyente, resultado de una visión distorsionada de unidad, generalmente de origen religioso o elitista, sin tener en cuenta la propia diversidad social. Esto genera una falsa dicotomía entre el individuo y la sociedad, como si las libertades personales fueran antagónicas al bienestar común, promoviendo un autoritarismo disfrazado de protección de la sociedad, que perjudica la propia cohesión social, ya que el verdadero orden depende del respeto a la autonomía y a la diversidad de cada ciudadano, tal como bien promueve el liberalismo.” Wesley S.T Guerra
Con el fin de la Guerra Fría, el capitalismo se consolidó como la mayor fuerza política, económica y social del planeta, promoviendo una ola de transformaciones que parecían irreversibles. La victoria del bloque occidental, liderado por los Estados Unidos, fue interpretada como la validación del modelo capitalista y de las democracias liberales, donde los derechos y libertades individuales emergieron como pilares fundamentales para la organización social y la legitimidad de las naciones. Esto promovió una creciente privatización y descentralización de los Estados, generando un vasto número de nuevos actores en el escenario internacional y en las dinámicas de poder, tanto internas como externas.
La globalización, sustentada en la financiarización de la economía mundial y en el discurso liberal, produjo un incremento de la riqueza nunca antes visto, así como un número creciente de nuevos actores que, poco a poco, comenzaron a minar la hegemonía de los Estados Unidos y propiciaron el surgimiento del multilateralismo.
El multilateralismo se transformó en el nuevo paradigma de la diplomacia global, con la creación de organismos internacionales destinados a promover la cooperación entre Estados, la resolución de conflictos y la expansión de los derechos humanos. En un mundo cada vez más interconectado, los derechos individuales pasaron a ser un valor universal, y el discurso liberal se difundió como el ideal de progreso y libertad.
En las últimas décadas, sin embargo, ese escenario idealizado comenzó a transformarse. Una nueva ola de conservadurismo y nacionalismo ganó fuerza, especialmente en los países que antes eran los principales defensores de los derechos individuales y de la integración global. En nombre de la "colectividad," estos movimientos han promovido políticas que no solo limitan las libertades civiles, sino que también desafían los principios básicos del multilateralismo y de la cooperación internacional. La retórica conservadora, que inicialmente se presentaba como un rescate de las tradiciones y la moral, se ha convertido en un instrumento de control y represión, conduciendo al fin de muchos de los logros obtenidos en la era pos-Guerra Fría. La falsa colectividad promovida por estos líderes amenaza no solo las libertades individuales, sino también la propia idea de un mundo cooperativo e interdependiente.
La retórica de la “colectividad y los buenos valores” como herramienta de control
En los últimos años, una ola de conservadurismo, promovida por líderes y movimientos en todo el mundo, se ha consolidado como una fuerza significativa en el escenario político global. Curiosamente, aunque estos movimientos se presentan como defensores de valores nacionales y de la colectividad, sus políticas sacrifican frecuentemente los derechos individuales y reducen las libertades civiles en aras de una "unidad" que sirve más a los intereses de poder y control que al bienestar social. Esta falsa colectividad, propagada como un rescate de tradiciones e identidades, a menudo enmascara una agenda de autoritarismo, donde la retórica de protección de la sociedad se utiliza para minar las libertades fundamentales de los ciudadanos.
Para muchos líderes conservadores, la idea de colectividad se moldea en torno a una visión idealizada de unidad nacional. Este concepto, sin embargo, suele ser excluyente, basándose en valores y normas que limitan la diversidad y las libertades personales. En nombre de preservar la “moral” y la “identidad nacional,” estos movimientos acaban restringiendo lo que consideran comportamientos, elecciones e incluso creencias desviadas, imponiendo un patrón rígido de conducta que no corresponde a la realidad multicultural y plural de los países, estableciendo un único sistema de creencias o religión válido, una sola visión etnográfica aceptada, o incluso un único estándar de comportamiento sexual y social.
La falsa dicotomía entre orden social y libertades individuales
Los movimientos conservadores tienden a defender que, para mantener el orden social y la seguridad, es necesario limitar las libertades individuales. En muchos casos, estas restricciones se justifican con la idea de que ciertos derechos deben sacrificarse para el bien colectivo. Este argumento, sin embargo, crea una falsa dicotomía entre el individuo y la sociedad, como si las libertades personales fueran antagónicas al bienestar común. En realidad, el fortalecimiento de los derechos individuales y de las libertades civiles es esencial para la creación de sociedades más justas y equilibradas, donde el bien colectivo surge naturalmente del respeto a las diferencias.
El paradoxo conservador: privatización económica e intervención moral
Curiosamente, los líderes conservadores defienden frecuentemente la libertad económica y el papel central del mercado en la vida de los ciudadanos, predicando la mínima intervención estatal en los asuntos financieros y comerciales. Paradójicamente, esta libertad no se aplica a las esferas sociales y culturales. En el ámbito de la moralidad y los comportamientos individuales, el Estado conservador busca imponer una disciplina rigurosa, promoviendo a menudo censura, regulaciones e incluso penalidades que limitan la autonomía personal.
Desinformación y el ataque al multilateralismo
Uno de los elementos centrales de la retórica conservadora es la creación de narrativas que demonizan el multilateralismo y los organismos internacionales, vistos como amenazas a la soberanía nacional. Para estos líderes, el sistema internacional de cooperación representa una interferencia no deseada en los asuntos internos de los países, especialmente en temas de derechos humanos y cuestiones ambientales. Esta postura lleva a una política aislacionista, donde el nacionalismo es incentivado, mientras que los esfuerzos de integración y cooperación global son desvalorizados.
El impacto de la falsa colectividad en la democracia y en los derechos humanos
La falsa colectividad defendida por el conservadurismo contemporáneo debilita los derechos individuales y amenaza la propia estructura democrática. La democracia depende de la protección de las libertades civiles, de la libertad de expresión y de la diversidad de ideas, elementos que son fundamentales para un debate público saludable y para la participación activa de los ciudadanos en la vida política. Cuando el Estado se convierte en el principal controlador de los comportamientos y de las elecciones personales, la democracia se transforma en un sistema opresivo, donde la idea de colectividad es simplemente una herramienta de control.
Para que una verdadera colectividad florezca, es esencial que los derechos individuales sean respetados y promovidos, permitiendo que cada ciudadano contribuya al bien común de acuerdo con sus propias convicciones y valores. La era pos-Guerra Fría trajo avances significativos para las libertades individuales y para la creación de un orden internacional cooperativo. Sin embargo, el renacimiento del conservadurismo amenaza estos avances, poniendo en riesgo el futuro de las democracias y el propio concepto de colectividad.
El Capitalismo Liberal en Jaque y la Búsqueda de un Nuevo Modelo
La interdependencia económica y la estandarización del sistema capitalista global, promovidas por la globalización, han traído importantes ganancias en eficiencia y expansión de mercados. Sin embargo, los desafíos actuales muestran que el capitalismo liberal quizá necesite ajustes para adaptarse a las realidades de un mundo multipolar y altamente diversificado. Así como el neoliberalismo dio lugar a nuevas corrientes políticas y económicas, como el socialismo de mercado en China o el desarrollo estatal en países emergentes, es posible que el sistema actual evolucione para incorporar principios más flexibles e inclusivos, buscando dar respuesta a las crecientes desigualdades y demandas sociales.
En un escenario donde tanto conservadores como progresistas presentan visiones polarizadas, la gobernanza global se ve desafiada a encontrar un nuevo punto de equilibrio. El aumento de la complejidad en los debates políticos y económicos, combinado con la necesidad de enfrentar desafíos globales urgentes, como la crisis climática y la creciente desigualdad, exige que tanto las democracias liberales como los mercados globales repiensen sus estructuras y modos de operación. La búsqueda de un sistema que respete la diversidad cultural y política, al tiempo que promueve la cooperación y la justicia social, podría ser el camino para superar las tensiones del mundo actual y evitar que la globalización se convierta en un nuevo ciclo de crisis y retrocesos.
De esta forma, la construcción de un modelo híbrido, que concilie los valores del liberalismo con una mayor preocupación social y ambiental, podría ser la alternativa para una convivencia pacífica y productiva entre las diversas ideologías y sistemas económicos que coexisten en el escenario global.
Conclusión
La falsa colectividad promovida por los movimientos conservadores contemporáneos se revela como una amenaza a los derechos individuales y, en consecuencia, a la democracia. Bajo el pretexto de proteger el orden social y los valores tradicionales, estos movimientos sacrifican la libertad de los ciudadanos, promoviendo un ambiente de conformidad y exclusión. En lugar de fortalecer a la sociedad, este enfoque autoritario debilita la cohesión social y mina la confianza en las instituciones democráticas.
La verdadera colectividad solo es posible en un contexto en el que se respeten y promuevan los derechos individuales, permitiendo que cada ciudadano contribuya al bien común de acuerdo con sus propias convicciones y valores. Es necesario, por tanto, que la sociedad esté alerta a las trampas de la falsa colectividad y a los discursos que, en nombre de la moralidad y la seguridad, buscan restringir las libertades fundamentales que sustentan una democracia saludable e inclusiva.
Wesley Sá Teles Guerra, poliglota e hispanobrasileiro, escritor, professor e internacionalista. Gestor do Fundo de Triangulação e Cooperação Internacional Portugal - América Latina - Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa na Secretaria Geral Ibero-Americana. Autor dos livros "Cadernos de Paradiplomacia," "Paradiplomacy Reviews the Rise of the Subnations, Cities and Smartcities" e "Manual de Sobrevivência das Relações Internacionais," fundador do CERES - Centro de Estudos das Relações Internacionais e membro de diversas instituições internacionais. Especialista em Relações Internacionais, Paradiplomacia, Cooperação Internacional e Gestão de Smartcities. Mestre em Políticas Sociais com Especialização em Migrações pela Universidade da Corunha, Mestre em Gestão de Smartcities e Doutorando em Sociologia e Transformações da Sociedade Contemporânea.
Wesley Sá Teles Guerra, políglota y hispanobrasileño, escritor, profesor e internacionalista. Gestor del Fondo de Triangulación y Cooperación Internacional Portugal - América Latina - Países Africanos de Lengua Oficial Portuguesa en la Secretaria General Iberoamericana. Autor del libro "Cadernos de Paradiplomacia", "Paradiplomacy Reviews the Rise of the Subnations, Cities and Smartcities" y "Manual de Sobrevivência das Relações Internacionais", fundador del CERES - Centro de Estudios de las Relaciones Internacionales miembro de diversas instituciones internacionales. Especialista en Relaciones Internacionales, Paradiplomacia, Cooperación Internacional y Gestión de Smartcities. Máster en Políticas Sociales con Especialización en Migraciones por la Universidad de A Coruña, Máster en Gestión de Smartcities y Doctorando en Sociología y Cambios de la Sociedad Contemporánea