Jornada, Leveza e Vida!

Jornada, Leveza e Vida!

Amo essa época de final de ano.

Desde criança sempre amei. As luzes, as músicas, os cheiros, as comidas.

É a época que tenho nas minhas melhores lembranças, grandes recordações.

Lembro-me de como as pessoas ficavam mais felizes, mais solidárias. Quando criança era uma época muito esperada, mas mesmo já na adolescência e depois adulta, sempre foi minha época favorita.

Sempre ouvi de muitas pessoas, que esta é uma época de aproximações ou reaproximações falsas, perdões pela metade, sentimentos fingidos e que depois, tudo volta ao normal.

Discordo porque entendo que é sua responsabilidade decidir que tipo de sentimento oferecerá aos outros. E quais aceitará receber.

Certa vez, uma amiga psicóloga falou: o que acontece se alguém te der um presente e você não aceitar? O presente fica com quem ofereceu. E é assim com tudo. Não, realmente não é fácil alguém que você ama ou confia, te desferir palavras rudes, te enganar, te prejudicar ou te trair. E também não é fácil você não revidar, não pensar em vingança. Porém, cabe a você e somente a você, decidir o que fará com aquele sentimento, o qual gerará ações, que talvez tragam arrependimentos futuros.

Você jamais terá poder ou controle sobre os sentimentos ou ações do outro, mas você tem poder e controle sobre os seus sentimentos, palavras e ações.

Já feri e magoei a muitos e já me feriram e me magoaram muito.

Não somos tão bons e honestos como muitas vezes queremos ser. E mostrar que o somos.

Todos tem seu lado “sombra”, caso contrário, pessoas que são super do bem não teriam sentimentos de raiva e até inveja.

Tudo o que fazemos passa primeiro por uma decisão. Equivocada, algumas vezes.

Temos nos deparado com muitas, muitas notícias, tristes, trágicas, de violência e egoísmo humano e acredito que isso gera em nós, sentimentos de revolta e amargura e nos fecham para o mundo, para tudo e todos.

Então ontem, logo no início do dia, conversando com algumas pessoas, as notícias trágicas, tristes, de violência, vieram a conversa. Porém, tem um rapaz que acredito ser uma pessoa em situação de rua, que sempre cumprimenta a todos com um grande sorriso e palavras amáveis.

Nunca pediu nada.

Com isso, passou um filme rapidamente na minha frente: como eu, apesar de vários problemas (quem não os tem?), muitas vezes me permito ficar triste, deprimida, fechada, se comparada a esse rapaz, tenho tanto de tudo? E ele mesmo despossuído de bens materiais, tem o principal, que é leveza, alegria e amor a vida!

Por isso decidi (sim, tudo passa primeiro por uma decisão, lembra?), que a partir daquele momento, eu seria gentil com todos os que encontrasse pela frente. Independente de como me tratassem. Eu agiria e não reagiria. Ser mais leve.

Ao final do dia, fazendo um inventário de tudo o que havia vivido, fiquei chocada.

Todas as situações em que vivi ontem, fui tratada com uma gentileza incrível. E não foram poucas as situações, pois ontem foi um dia de muitas coisas a se resolver e em vários lugares.

Com tudo isso, chego ao ponto de que como estamos tão acostumados com notícias ruins, acabamos generalizando e acreditando que tudo e todos nos prejudicarão.

O mundo é cruel e somos apenas vítimas.

Neste momento cabe a pergunta: se todas as pessoas são do mal, isto significa que alguém também acredita que você não é uma pessoa boa. Concorda? E você é do mal? Sob seu ponto de vista, espelho, autocrítica?

Acredito que precisamos rever nossa fala, nossa postura, nossas ações.

Não que o mundo virará o paraíso na terra e teremos o mundo de Polyana, mas faremos a nossa parte de mudarmos o nosso mundo e o mundo ao nosso redor. O mundo das pessoas com as quais convivemos. Da minha família. Dos meus colegas de trabalho.

Ajude alguém. Estenda suas mãos, não esperando nada em troca. Já posso ouvir você falar, que já ajudou tanta gente e quando precisou, viraram as costas para você.

Entendo perfeitamente. Com quem isso não aconteceu? Sinto informá-lo que você não é exceção.

Se essa ajuda fosse realmente sem interesses ou visando troca, você não estaria esperando retorno. Não se magoaria. Então não foi uma “ajuda” sem interesse.

Doe, se doe. Lembro de tantas situações difíceis de serem resolvidas e o socorro veio de lugares que eu nem imaginava.

Gentileza, gera gentiliza. Mesmo que não do mesmo lugar, ou da mesma pessoa à qual você tratou com gentileza.

Para encerrar, e retomando ao início deste texto, ontem à noite voltando para casa, fui novamente presenteada.

Sabe aquele ônibus todo iluminado, lindo (pelo menos eu acho!), me faz lembrar que sempre devemos ser luz por onde passamos.

Não me contive e quando notei, estava gritando no meio da rua, igual criança: olha o ônibus do Papai Noel!

Amei ser surpreendida com algo que gosto tanto e que enche meu coração de esperança!

Volte ao início de tudo se for preciso. Busque você.

Não se deixe abandonado em algum lugar pelo caminho. Quando se olhar no espelho, veja você. Não se perca. Sei que a jornada, na maioria das vezes é bem cansativa e árdua, mas isso se chama vida. Tudo faz parte da jornada. Por mais que doa e que não entendamos.

Mas ressignifique o que for preciso, aja com leveza e seja feliz!

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