Lições da Mineração 2014 - part II

Lições da Mineração 2014 - part II

Personalidades do Ano do Setor Mineral de 2014 foram escolhidas pelos leitores da revista Brasil Mineral, através de votação direta. A entrega dos troféus foi realizada no dia 27 de novembro de 2014, em São Paulo, durante o Forum Brasil Mineral, no qual os premiados falaram sobre as perspectivas para o setor mineral em seu segmento de atuação com membros do conselho da revista e representantes da imprensa especializada.

O primeiro painel cobri em meu post anterior, e agora comento minhas impressões e o que conversaram na segunda parte. Nela estavam no palco:

Rodrigo Vilela representando o presidente da Anglo American Brasil, Paulo Castellari.

Elcio Guerra, VP Latam AngloGold Ashanti.

Tito Martins, Presidente da Votorantim Metais.

Tito iniciou comentando sobre a performance boa e uma perspectiva razoável, em 2015, para o segmento de não-ferrosos. Disse que eles estão mais confortáveis do que os grupos posicionados no segmento de minério de ferro. Zinco, Cobre e Níquel estão fazendo resultados "OK". O preço do minério de ferro já não foi tão amigável com produtores: caiu 48%. Sem um grande "player" a mais, a entrar em metais não-ferrosos em 2014 ou 2015. Poderíamos ter atingido o fundo do poço na Mineração, mas não. As baixas qualificações e mão de obra cara, infra-estrutura deficiente, para os não ferrosos isto também é um problema.
"A partir de agora, esperamos melhorias para o negócio."

Elcio, com foco no ouro: "O ouro é um mix de produto e reserva de valor, por um longo tempo temos sido valorizado como reservas. Não mais. Estamos agora sendo exigidos para mostrar os ganhos de produtividade e recebemos muita pressão de custos em nossas costas. A imagem do Brasil como destino de investimento não é privilegiada. Grandes perguntas no ar." O Código de Mineração e política mineral foram criticados pelo VP da AGA, em sua opinião são fracos. Gargalos em estradas para transportar. Perdemos os anos de boom. Perdemos participação de mercado. Austrália ganhou. Precisamos de um plano para o Brasil.

Rodrigo Vilela, acredita em um começo melhor: "Anglo American completou recentemente primeiros embarques de minério de ferro. O projeto Minas-Rio, redesenhado, gastará o dobro do tempo, duas vezes mais caro do que se pensava inicialmente. O foco está agora na qualidade de produção. Saindo do boom para uma baixa de mercado, temos que nos preparar para ser mais competitivos e eficientes. Nós abandonamos boa engenharia na última década. Nós construímos plantas não de uma forma estruturada, para que possamos otimizar a produção e manutenção."


Minhas notas pessoais:
Paradoxal que altos executivos dizem enxergar a produtividade e excelência operacional como vital para todos. Mas a média gerência a vê como um incômodo - pelo menos a rota para isso é um problema, para avaliar ou investigar áreas de melhoria. O histórico que vi em 2014 foi ve-los e suas equipes continuar martelando não importa o quão quebrado o seu martelo está. Muitas de nossas incursões para oferecer ferramentas de produtividade são bloqueadas rapidamente por gerentes de nível médio em várias empresas. Fornecedores de solições e ferramentas como a nossa, tem de usar o discurso do CEO como abridor de porta e ligar nossas ofertas com as suas dores. Produtividade vem da motivação, do empenho, mas também de usar a ferramenta adequada e avançada para a tarefa.

Alan Pereira

Director, C Level Operations and Maintenance Engineering General Manager

10 a

Pressão por custos, falta de infra estrutura, Engenharia de qualidade, produtividade. Nada disso deveria sair da pauta, nunca...

Sylvio L. Riccó

Business Development Senior

10 a

O que aconteceu com a industria automobilística após abertura de mercado seria um bom exemplo a ser seguido pelas mineradoras?

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