Lições de liderança da Rainha Elizabeth II
Nesta semana acompanhamos o falecimento da Rainha Elizabeth II. Ela reinou por 70 (setenta) anos no Reino Unido, assumindo o trono britânico em 1952 após o falecimento do seu pai George VI. Foi a monarca com reinado de maior duração na história do Reino Unido.
Elizabeth II, antes de se tornar Rainha, se voluntariou no exercito britânico tendo participado da Segunda Guerra Mundial no Auxiliary Territorial Service, grupamento apenas de mulheres. Para tanto foi treinada como motorista e mecânica.
Durante seu reinado presenciou grande transformação econômica e tecnológica, viu a Europa sendo reconstruída após a Segunda Grande Guerra Mundial, reinou durante a Guerra Fria, viu o fim do império Britânico. Presenciou a passagem de 15 premiês do governo britânico.
São muitas e muitas histórias. Espero, sinceramente, que ela tenha registrado suas memórias e que, de alguma forma tenhamos acesso a tantos momentos pelo seu olhar. Sendo ou não favorável a esta forma de governo, fato é que estamos diante da história e a história interessa a todos nós.
Assistindo à minissérie The Crow, transmitida pela Netflix conseguimos imaginar um pouco do que foi a sua vida, seus desafios como a Rainha, seu estilo de vida e como ela se comportava em algumas situações delicadas em que era chamada a se posicionar.
E é sobre isso que vamos falar aqui hoje, a respeito do legado que ela em teremos de liderança.
Gerir é servir.
Aos 21 anos, em seu aniversário na África do Sul, a Rainha praticamente definiu o que é gestão quando afirmou: "Declaro diante de todos vocês que toda a minha vida, seja longa ou curta, será dedicada ao seu serviço.".
O site G4 Educação define gestão como "um conjunto de princípios relacionados às funções de planejar, organizar, dirigir e controlar uma companhia". Todas essas ações realizadas pela gestão somente são possíveis porque há pessoas envolvidas em cada um desses processos. Assim, um gestor sem uma equipe engajada, determinada e focada não consegue alcançar nenhum objetivo.
E qual a relação entre gerir e servir? Total.
A liderança deve servir à sua equipe ajudando, apoiando, beneficiando dentro das possilidades, contribuindo reflexões para a tomada de decisões, compartilhando e dando mérito à equipe, doando seu tempo para solucionar as questões que envolvem todo o time, analisando perfis e promovendo o desenvolvimento dos profissionais.
Ela também deve servir ao cliente porque de forma direta, uma empresa só existe se houver cliente para pagar a conta. Também deve servir aos seus pares, auxiliando a todos no alcance dos objetivos.
Se der medo, vai com medo mesmo!
Aos 25 anos a Rainha Elizabeth precisou assumir o trono em razão do falecimento do seu pai George VI e a abdição de seu tio. O fez não porque queria, mas porque era necessário.
Estando diante de um desafio, não se apequenou. Teve coragem para se apronfundar, estudar e aprender. Resiliência e disciplina para entender que precisaria enfrentar os desafios que estavam diante de si.
Ninguém é dono da verdade
Em uma transmissão anual de Natal em 1991 a monarca disse: "Não nos levemos muito a sério. Nenhum de nós tem o monopólio da sabedoria."
Mesmo estando em cargos de liderança, precisamos nos conscientizar que cada pessoa traz consigo experiências únicas que podem agregar na tomada de decisão.
Portanto, é imprescindível exercitarmos a escuta ativa da nossa equipe, dos nossos pares, perceber suas linguagens corporais para permanecermos em aprendizado e tomarmos a melhor decisão.
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Mantenha-se firme
A rainha se deparou com muitas situações durante seu longevo reinado e mesmo assim manteve-se firme fazendo que tinha que ser feito.
Muitas vezes somos confrontados com problemas a serem resolvidos que não estão diretamente ligados à nossa vontade, mas sim à estratégia da empresa. Não obstante tal fato, precisamos executar o que foi determinado com criatividade, interesse, foco e determinação para que servirmos da melhor forma à empresa.
Adaptabilidade
Assumindo o trono em 1952, em meio à reconstruição da Europa pós Segunda Gerra, ela presenciou problemas na Irlanado do Norte, o ingresso do Reino Unido às Comunidades Européias e a saída do Brexit.
Concomitantemente às mudanças mundiais, ela também acompanhou e se adaptou ao avanço da transmissão televisiva, da tecnologia e, como consequencia, o aumento da exposição de sua vida pessoal e familiar que passaram a ser vastamente expostas em jornais e revistas em todo o mundo.
Para que pudesse superar suas adversidades, a rainha necessitou se adaptar às novas realidades que foram se apresentando no decorrer de seu reinado, mas ela soube manter, dentro das possibilidades, o foco naquilo que estava ao seu alcance, a confiança da população.
Trabalhe constantemente em sua marca pessoal
Sua marca pessoal é o seu maior patrimônio e deve ser trabalhada com constância e intenção. Isso vale para colaboradores, líderes, profissionais autônomos, para todos em geral.
Sua marca pessoal é o seu caminho, é a história que você está contando para o mundo, é a forma como você será referenciado em sua ausência. Não a negligencie.
Fazendo um paralelo com a Rainha Elizabeth II, não podemos negar que a sua marca é forte. Ela conseguiu espalhar sua mensagem e voz feminina por todo o mundo, fixou os nossos olhares nos seus trajes coloridos e únicos, demonstrou carisma através do seu sorriso.
Prepare sucessores
Como a Rainha Elizabeth foi pega de surpresa na sucessão do trono, ela adotou uma postura diferente do pai e durante seu reinado foi preparando todo os que estão na linha de sucessão para esta tarefa.
Vale lembrar, neste ponto, que nós não somos um cargo, nós estamos em um cargo e que há possibilidades reais de mudança dentro da empresa ou que a empresa que você trabalha atualmente não esteja mais alinhada com seus interesses.
Diante disso, é importante prepararmos pessoas para assumerem as nossas posições possibilitando nossa ascensão ou mesmo nossa saída de forma a manter as portas abertas.
Por fim, destaco que não precisamos repetir comportamentos negativos, ao contrário! Diante de experiências que não foram tão positivas em nossas vidas, temos o dever de usar a nossa criatividade para criar outras percepções, outras atitudes, outras formas de ensinar, possilitando aos outros uma experiência mais saudável nas relações profissionais e pessoais.
Espero que tenham gostado e que de alguma forma eu possa ter contribuído para suas reflexões.
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Boa semana, nos vemos na próxima quinzena!