Liderando Mulheres

Não tem jeito. Fim de ano a gente começa a fazer revisões, aqueles balanços sobre o ano e parei para refletir, no mês que completo 2 anos num cargo de liderança, que majoritariamente lidero uma equipe com uma porcentagem elevadíssima de mulheres.

Neste momento 100% da minha equipe é feminina.

E diferente do que muitos possam imaginar sempre fui abraçada por esses seres tão diversos e únicos que tenho o prazer de ensinar e aprender cotidianamente. Uma equipe feminina, mas totalmente heterogênea e que compõe esse grupo tão potente.

Experientes ou não. De vidas completamente distintas cada olhar, cada jeito de fazer, cada currículo e experiência única fazem com que nosso trabalho seja realizado com dedicação e afinco.

Essas mulheres fazem a produção de telejornais locais com repercussão para centenas de milhares de pessoas.

Produção de TV é um lugar altamente complexo. É do nosso labor que saem matérias, percepções, jeitos de contar histórias, investimentos em temas necessários e fundamentais, no entanto, basicamente não temos rosto. O mundo desconhece o bastidor, alguns ignoram. E neste lugar de inventar, propor buscar tem muito suor, desgaste, nãos, mudanças. Está trabalhando na caixa do palco, no backstage, a coxia e um trabalho árduo que você deixa seu DNA mas basicamente poucos saberão que foi você que concebeu a obra. É necessário humildade e altruísmo num mundo onde aparecer parece ser o fator fundamental de uma vida.  

Sem falar dos próprios percalços estabelecidos pela tarefa da prática de produção: num mesmo momento você aprova um tema, executa, consegue colocar de pé o roteiro e por tantas questões aquele assunto vai lá e cai. Simples assim. E logo você terá que buscar outro...e outro...e permanecer....

Quer aprender a ser resiliente? Seja produtor de um telejornal.

E nós mulheres, por desencaixes, necessidades, julgamentos, comparações e preconceitos parecemos ter em nós o botão da resiliência ativado. É difícil abater uma mulher que deseja entregar o melhor, que veste a camisa do seu exercício profissional e isso reflete na outra que está ao seu lado. No bom combate. Na batalha de ganhar o pão de cada dia, de vencer a luta, de viver com propósito e determinação.

Admiro, cresço e ensino tudo o que aprendi com elas pois ensinar uma mulher é ensinar uma aldeia inteira. É esperançar!

Por vivência própria posso dizer que uma mulher reparte saberes e multiplica potencialidades. Independente do gênero, afinal, sabemos lá no fundo de nós mesmas que o mundo é do coletivo e que só vale mesmo quando eu, ela e ele, todos aprendemos juntos e contribuímos para um bem maior.

Definitivamente não é contra eles ou qualquer um. É com eles e por eles e também por NÓS. Afinal, somos filhas, irmãs, somos mães, companheiras, amigas, somos um todo.

Por isso, que eu tenha sempre ao meu lado Márcias, Daís, Anas, Melissas, Lorenas, Larissas, e tantas outras MULHERES para conjugar aprendizados e saberes. Ousamos e queremos ser mais!

"Uma garota deve ser duas coisas: quem e o que ela quiser."

Coco Chanel, estilista francesa e fundadora da marca Chanel S.A., é a única estilista que aparece na lista das 100 pessoas mais importantes da história do século XX da revista Time.