Marilena Chauí ajuda Bolsonaro e Lula abre as asas para Janja.
José Luiz Portella Pereira
Professor, Engenheiro, Gerente de Projetos, Consultor Político e Sócio Proprietário Consultoria JLPP
Em seu discurso na USP, no pátio da História, em ato pró-Lula e Haddad, Marilena Chauí falou ministrando uma aula, sem se importar com a paciência dos convidados, que estavam horas, ali, esperando pelas falas de Lula e Haddad. Quis estrelar.
Quase no final, contemplou o movimento hoje nas periferias de protagonismo das igrejas evangélicas diante da ausência de Estado. E arrematou, atacando as igrejas e pastores , genericamente, como complicados no comportamento ético e à busca de dinheiro dos fiéis.
Foi aplaudida. Lula se contorceu na cadeira, determinadas ajudas, atrapalham. Muito.
O segmento que Lula mais perde votos atualmente, e Bolsonaro mais cresce, é o dos evangélicos.
O ego da Chauí se antepôs ao pragmatismo de Lula e suas respectivas necessidades. Lula está fazendo tudo o que pode para diminuir a diferença para Bolsonaro entre os evangélicos.
Se Bolsonaro usar o discurso de Chauí no horário eleitoral o estrago vai ser ainda maior.
A filósofa que odeia a classe média, e é mais conhecida por isso do que pelos seus estudos sobre Baruch Spinoza, antagoniza esse estamento, onde Lula também precisa conquistar votos para vencer no primeiro turno.
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Mais uma vez, fez gol contra. A Vaidade do Eclesiastes prevaleceu na "lecture" que Chauí ofereceu.
Lula corre atrás para reduzir o prejuízo.
Por outro lado, Lula apaixonado, e convicto da vitória, olha só como pode encantar Janja, com sua potência popular. Prefere locais onde é ovacionado e olha o tempo todo para Janja, para ver o resultado, da exibição. Certos assessores estão com medo do que chamam "o efeito pavão", quando a ave abre as asas pra conquistar a parceira.
Campanha não é só o que acontece nos meios tradicionais. O ser humano, como sempre, é refém de suas próprias armadilhas emocionais.
Chauí foi traída pela vaidade acadêmica, Lula, pelo desejo de demonstrar potência.
Bolsonaro aproveitou para desfilar Michelle.
As idiossincrasias contam mais do que se pensa. O homem é o único ser irracional, que se acha racional.