Negociação de Fretes III - A escolha do frete ideal
Continuando a saga pelo assunto que faz todo gestor de logística perder os cabelos (não os tenho mais, diga-se de passagem, rs), negociação de fretes.
No último artigo, abordei de forma bem simplificada, os tipos de fretes mais utilizados, carga fracionada, fechada e veículo dedicado.
Hoje, vamos tentar aprofundar um pouco mais o assunto, entendendo em quais situações geralmente tais tipos de frete são contratados.
Situação 1
Vamos imaginar uma empresa fabricante de brinquedos, de pequeno porte, que manda produtos para todo o Brasil. Vamos avaliar algumas características:
- Empresa pequena (volume pequeno de cargas a enviar);
- Grande variedade de destinos, atende todo o Brasil;
- Demandas sazonais (dia das crianças, natal).
Com essas poucas informações, podemos começar a pensar como contratantes de frete:
- Para baixo volume de cargas enviadas, será muito difícil conseguir bons preços com carga fechada (onde solicita-se um veículo integralmente). PORÉM, para toda regra há exceções. Sabemos também possui períodos de grande demanda, o que aumenta o volume de vendas, tornando a contratação de frete fechado bem interessante;
- A empresa envia para todo o Brasil, o que praticamente exclui a escolha por veículo dedicado, já que seria caro atender a uma demanda para tantos destinos;
- Conclusão: A escolha tende a ser predominantemente de carga fracionada, solicitando fretes fechados em picos de demanda.
Situação 2
Empresa de pequeno porte, distribuidora de alimentos. 90% das entregas dentro da cidade de São Paulo e região metropolitana. Características:
- Distribuidor, fluxo de entrega constante, para os mesmos lugares, frequência alta;
- Pequeno porte, entregas em SP Capital e Grande SP;
- Alimentos, produtos com validade, geralmente curta.
Vamos analisar:
- A empresa possui rotas curtas, com volume de entregas também pequeno. Pelo fato das entregas serem em locais próximos, solicitar veículos dedicados (transportador ou agregado) seria uma opção viável e (bem) mais barata.
- Para regiões mais longas (SP interior), é viável contratar um transportador para carga fracionada, até porquê a frequência de entrega é menor (1 ou 2 vezes por semana), o que viabiliza a escolha de fracionado NESSES casos.
- Conclusão: Agregados para fretes dentro da cidade de SP e região metropolitana, e transportadora para entregas distantes (interior).
Como podem ver, usei de dois exemplos somente para ilustrar que, a escolha de frete vai muito além de ligar em uma transportadora. Envolve conhecimento pleno da operação da empresa, do tipo de produto, do fluxo de entrega, das regiões atendidas, entre muitos outros fatores.
Portanto é MUITO importante considerar tais fatores, considerando que a gestão logística envolve uma fatia muito grande dos custos de qualquer empresa seja qual for seu segmento.
Um ótimo fim de semana, e até o próximo artigo! :)
Disponível em: bsabioni.wordpress.com/2017/10/27/negociacao-de-fretes-iii-a-escolha-do-frete-ideal/