Networking! Você está fazendo isso certo?
Poucas coisas no mundo são tão antigas e atuais ao mesmo tempo quanto a prática do networking! Antes de ter esse nome pomposo, antes mesmo de existir o mercado de trabalho, estabelecer conexões entre pessoas e grupos já era algo essencial para a sobrevivência do homem primitivo.
Pode-se dizer que a capacidade de se organizar coletivamente é, entre outras atividades sociais, uma das ações que fez com que a raça humana se tornasse a dominante do planeta. Não somos os mais rápidos, tão pouco somos os mais fortes, nem sequer somos os maiores. Somos os mais espertos? Bem, dá para dizer que temos uma estrutura cerebral distinta de qualquer outra espécie vivente, mas é pensando na nossa capacidade de unir esforços, compartilhar recursos em prol de objetivos comuns de maneira singular, que podemos afirmar que inteligência social é algo ainda mais poderoso do que a inteligência cognitiva.
Todavia, hoje em dia não precisamos mais correr de predadores, ou nos arriscar na caça de animais em ambiente selvagem para sobreviver, mas é possível dizer que criamos um mundo moderno (por assim dizer) tão complexo, que os desafios diários permanecem mantendo o networking como uma prática de profunda relevância.
Mas afinal, o que é fazer networking?
As definições são diversas, mas de maneira muito simples, fazer networking (ou simplesmente network) é a atividade de estabelecer conexões com outras pessoas ou grupos tendo em vista interesses comuns, ou trocas que promovam benefícios para as partes envolvidas.
Em outras palavras, diz respeito a estabelecer vínculos favoráveis à geração de negócios e oportunidades com olhar bilateral.
Quantidade ou qualidade, o que é melhor?
Ter uma grande rede de contatos não necessariamente está relacionado ao bom network. É absolutamente possível ter uma extensa lista de conexões em redes sociais por exemplo, sem necessariamente manter nenhum tipo de envolvimento com ninguém, tal como é cabível obter um enxuto círculo profissional altamente fértil e promissor. Eu arrisco a dizer que o ideal é manter o equilíbrio entre as duas práticas. No entanto, conseguir tal façanha pode ser amplamente desafiador, isso porque o tempo é um recurso escasso e é pouco provável que alguém seja capaz de manter proximidade ativamente com milhares de pessoas (já vi alguns profissionais badalados anunciando ter mais de 30 mil contatos!).
Mas afinal, qual é o benefício das duas práticas? Da minha perspectiva, diversas! Em primeiro lugar, se você estiver buscando por novos horizontes de trabalho, quanto maior for a sua rede, maior é o seu alcance e acesso a informações sobre oportunidades de mercado. Muitos recrutadores (terceiros ou contratantes diretos) anunciam vagas de maneira informal, em textos corridos, ou fazendo “reposts” de outros anunciantes. Além disso, nunca sabemos quando precisaremos do contato de alguém daquele segmento específico, ou daquela determinada empresa em questão. Sendo assim, quantidade não é o mesmo que qualidade, mas não deixa de ter sua importância. Por último, estar em conexão é entrar no radar, ser notado e é abrir as portas para que profissionais de RH e possíveis contratantes te encontrem com mais facilidade.
No entanto, quando o assunto é network, o buraco é mais embaixo... Aqui estamos falando de proximidade, relacionamento e troca de valor. Veja que não estou me referindo a entrar em contato depois de cinco anos sem se falar com uma pessoa para pedir um favor, não que isso seja um problema, mas essencialmente não é networking.
Nutrir relacionamentos, como o nome sugere, diz respeito a manter contato com qualquer que seja, visando genuinamente nada mais do que estreitar laços, estendendo a mão quando necessário, construindo pontes entre pessoas e grupos de interesses e gerando soluções. Pode ou não ser motivado por valores altruístas, mas independe disso. Na verdade, é certo que em algum momento você poderá precisar de suporte e que será muito mais provável que o consiga tendo um bom e aquecido network. Trata-se na maior parte do tempo de atender necessidades do que ter necessidades atendidas. Dá trabalho, mas é recompensador.
Dica de ouro!
Não espere ficar em apuros para começar a fazer essa saudável prática, tampouco encurte a o braço para ajudar. Esteja ao alcance de outros profissionais, estendendo a mão sem pedir nada em troca. Comece agora! Marque aquele café, introduza aquela conversa ente potenciais parceiros que ainda não se conhecem, divulgue aquela vaga para aquele ex-colega que busca por recolocação, compartilhe o contato daquele eficaz fornecedor que um dia te ajudou. Garanto que não há contraindicações! Quando chegar a hora (e o mundo dá voltas), você terá suporte de pessoas engajadas, dispostas a te ajudar com prontidão sem pedir nada em troca... assim como você fez um dia.
A palavra-chave é reciprocidade! Dê você o primeiro passo!