O clima de uma empresa muda quando as lideranças mudam
São muitos os fatores que fazem o clima de uma empresa ser ruim, gerando insatisfação entre os colaboradores e, consequentemente, alta rotatividade. Dentre eles, costumo sempre afirmar que uma estrutura organizacional comandada por “chefes” não flui como deveria. Sim, “chefes” são muito diferentes de “líderes”, e podem ser destrutivos para todos aqueles que estão ao seu redor.
Um chefe encara seus colaboradores como subordinados. Está sempre cobrando fora dos prazos, estabelecendo metas impossíveis e não age com compreensão diante de necessidades pessoais. Um chefe não enxerga que o sucesso do seu trabalho depende da atuação de todos e que a equipe inteira merece o mérito pelas boas conquistas.
A relação de “autoridade” está sempre intrincada a essa figura, fazendo com que o time se sinta intimidado, pois não há um diálogo saudável. Não há qualquer preocupação com a saúde mental e o bem-estar geral. Um chefe legítimo não pede opiniões, não assume os próprios erros, não sabe delegar atividades com medo de perder o poder, culpa a equipe quando os resultados não são bons e, sobretudo, faz demasiadas cobranças, aumentando o nível de estresse organizacional.
Sim, ainda existem muitos chefes no mercado atual, com práticas ultrapassadas e que só geram atrasos para empresa. Ainda existem corporações perdendo grandes talentos porque não sabem liderar, tampouco treinar as suas figuras de liderança para serem, de fato, inspiradoras.
Um bom líder, por sua vez, é aquela pessoa que abandona conceitos antigos de hierarquia e entende que a sua função é a de integrar pessoas, dando reconhecimento, feedbacks claros e muita abertura para o diálogo. Um líder legítimo escuta elogios, mas também insatisfações, apresentando soluções claras. Lideranças positivas estão sempre engajadas em motivar seus colaboradores, seja através de flexibilidade, premiações, folgas, benefícios, reuniões mais descontraídas e, sobretudo, com o entendimento de que cada colaborador é único e merece ser compreendido em suas particularidades e desejos.
Lideranças inspiradoras são aquelas que têm a perfeita compreensão de que um colaborador insatisfeito não produz como deveria, e que tudo é uma via de mão dupla. Não é só a empresa que precisa avaliar o colaborador. O colaborador também avalia o que lhe cabe ou não.
Considerando tudo isso, afirmo com conhecimento de causa: toda empresa precisa de um programa assertivo de desenvolvimento de líderes, englobando planos de ações com a equipe, técnicas de diálogo e esforços de engajamentos. A formação de lideranças positivas é chave do sucesso para o trabalho de todo um time, e as consequências são inúmeras: retenção de talentos, cultura interna fortalecida, melhor produtividade com as tarefas e entregas, etc.
Não vivemos mais em um mundo no qual as empresas devem se preocupar apenas com a lucratividade. O espaço de trabalho – seja presencial ou remoto – deve ser dinâmico, colaborativo, humanizado e liderado por pessoas que sabem, de fato, como fazê-lo. E é sempre possível formar candidatos para tal, basta abertura para a mudança.