O desastre ocorrido no RS tem nos mostrado alguns pontos que precisam de reflexão
Divulgação/Canva

O desastre ocorrido no RS tem nos mostrado alguns pontos que precisam de reflexão

Todos estamos acompanhando a triste situação vivida no Rio Grande do Sul. O momento nos deixa aflitos com o que está acontecendo, mas abre espaço para uma série de reflexões das quais eu gostaria de compartilhar com vocês neste artigo.

Temos que ter cuidado com nossos vieses, tanto políticos quanto eleitoreiros, que podem nos tirar do foco de pensar no problema e nas soluções que precisamos encontrar para o que está acontecendo, pelo que poderia ter sido feito. O que foi, ou não, feito já passou. Agora não é hora de procurar culpado, isso é depois com a cabeça fria.

A realidade, na minha visão, é que ainda estamos no meio de uma crise, onde mais de 70% do RS ainda está debaixo da água, enquanto escrevo este texto. No momento o foco está sendo resgatar e manter vivas as pessoas que estão precisando. Ainda não se sabe como iremos reconstruir, recuperar e investir nas cidades, casas, empresas, estradas... Como será dado sequência na vida de todos estes desabrigados. Onde estas pessoas irão morar no momento que a água baixar?

Em relação aos impactos econômicos, acredito que é importante pensar nos produtos que são produzidos no RS, ou serviços que serão direcionados ao estado.

Podemos lembrar que o estado tem sua economia baseada na agricultura, com arroz, soja, trigo, mandioca, e milho como principais produtos; além da pecuária e da indústria, com grandes indústrias de couro, calçados, beneficiamento de alimentos, produção têxtil, madeireiras, metalúrgicas (que vão desde produção de utensílios domésticos até carretas e ônibus), indústrias químicas e de papel e celulose. O RS produz 70% do arroz do país, 90% da uva e vinho, é o 3º maior produtor de soja, milho e tangerina do país. Ou seja, esse impacto econômico, será sentido por um período significativo, e em todo país. Não apenas na região.

Além disso, temos a situação de que o mercado de transporte está todo interligado, então não havendo a possibilidade de consumo no RS (pelo problema nas estradas), as indústrias de outros estados não terão a venda uma das maiores economias país. Ou seja, além de diminuir a movimentação de caminhões e carretas entre as regiões.

É um momento extremamente delicado, mas acredito no trabalho dos brasileiros para reconstruir o estado. Cada pequeno gesto é importante para as famílias gaúchas que se encontram em situação tão desesperadora.

Em apoio a essas famílias, tenho acompanhado uma série de mutirões de doações e ações. Nós, da TKE Logística, estamos realizando a coleta e compra de mantimentos, em especial água, roupas, alimentos e rações, tanto coletados por nós como por voluntários em diversos locais, para serem direcionados aos locais que têm necessidade, por exemplo.

O networking da COMJOVEM tem ajudado na mobilização e organização a nível nacional. Temos os integrantes do Núcleo de Porto Alegre, além de realizarem suas próprias doações de mantimentos e trabalho, ajudando em especial no direcionamento e organização do pessoal que vem de fora, com a Thaís junto a defesa civil, Gustavo em POA, Andressa e Mayara em Lajeado, além de tantos outros nucleados.

As empresas, junto a população, conseguem se mobilizar rapidamente, de forma cooperativa e sem burocracia nessas situações. É fundamental essa pronta resposta para ajudar as pessoas necessitadas. E mobilizações como as que estão sendo feitas, de forma rápida e orgânica, literalmente estão salvando vidas. E cobrar de nossos representantes políticas soluções duradouras para os problemas climáticos que estamos enfrentando.

É hora de auxiliarmos, e neste momento, o que importa na verdade é nos unirmos em prol desse bem comum: salvar as vidas do Rio Grande do Sul.

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