Os desafios de novas gestões nas empresas familiares
Reprodução/TKE Logística

Os desafios de novas gestões nas empresas familiares

Durante o meu tempo no setor de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), percebi que a maior dificuldade das empresas familiares está em integrar novas gestões, especialmente pessoas de gerações mais novas. Saber administrar essa questão é um passo fundamental para que as empresas se mantenham atualizadas e competitivas no mercado.

No meu caso, apesar de todo o tempo vivido na TKE Logística , acredito que, nos últimos seis anos, quando voltei a trabalhar na matriz, comecei a implementar pequenas mudanças que desencadearam outras maiores. Introduzimos as certificações ISO e SASSMAQ, que organizaram nossos processos, aprimoraram nossas planilhas e controles, atualizamos nossa identidade visual, aumentamos o uso de tecnologias e aumentamos o investimento no desenvolvimento da equipe – uma melhoria notória e crescente.

Acredito que não apenas eu, mas também a nova geração que ingressou na empresa nos últimos anos, trouxe novas tendências, experiências e conhecimentos para enfrentar os nossos desafios. Ao mesmo tempo, como empresa, devemos sempre procurar ajudar os mais jovens a desenvolver suas aptidões.

Entendo que os maiores desafios sejam modificar a cultura e a rotina quando introduzimos novidades. As pessoas estão acostumadas a fazer as atividades de uma determinada maneira e muitos não gostam de perder esse domínio, sentindo-se ameaçados quando, na verdade, estão apenas abrindo novas possibilidades. Existe uma curva de aprendizado que dificulta a implantação inicial, mas, se conseguirmos superá-la, podemos obter bons resultados.

No TRC, compreendemos que os líderes, mais do que operacionais, são responsáveis pela integração de novos modelos e atualizações de processos. No entanto, entendo que a diferença entre o líder e o operador reside no impacto que um acerto ou erro pode ocasionar ao grupo. Posso dizer que, na TKE, estamos sempre discutindo novas propostas, formas de aplicá-las, visibilidade alcançada e os desafios a serem enfrentados.

Temos sorte em contar com uma equipe diversificada, com diferentes conhecimentos e referências, que não hesita em discutir propostas de maneira inteligente, utilizando informações e analisando tanto o cenário macro quanto o impacto micro da operação. Quando conseguimos estruturar e desenvolver uma ideia com o apoio dos envolvidos na operacionalização, fica mais fácil engajá-los na implementação.

Outro aspecto que auxilia o desenvolvimento dessas organizações e, principalmente, a construção da carreira de novos executivos do transporte, é a participação na Comissão de Jovens Empresários e Executivos (COMJOVEM). Como membro e coordenador do núcleo da região sul de Santa Catarina, conheci diversos profissionais e fui a eventos do setor, que, de outra forma, eu não teria acesso.

Essa oportunidade me ajudou a mudar até mesmo a forma como me relaciono com as pessoas. Antes, eu imaginava que todos eram estritamente meus concorrentes, mas a verdade é que somos colegas de profissão buscando melhoras para nossas empresas e nosso segmento. Além disso, estamos sempre aprendendo boas práticas com excelentes profissionais de diferentes lugares. 

Por mais que acredite que meu caminho percorrido ainda seja curto, se eu puder dar um conselho ao que chegaram até aqui: independentemente da idade, gênero, origem, poder econômico, educação, orientação política, entre outros marcadores sociais, todos têm algo que podem nos ensinar ou dar como referência, seja como fazer ou não. A arrogância nos fecha muitas portas.

Todos cometem erros, mas procure não repetir sempre os mesmos.

Diogo Possebon

Partner & Private Banker at Profitto Growth // BTGPactual

6 m

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