O Dom é a Prática Constante

Começo o artigo de hoje com este abanão logo no início: o sucesso é para os que querem mais. Desengane-se quem acha que o sucesso é para os mais inteligentes, para os que têm 27 diplomas, para os que têm melhores notas. A sociedade prioriza os mais inteligentes, mas devia procurar pelos mais espertos. Enquanto os inteligentes são muito bons a absorver informação, os espertos não têm medo de dizer que não sabem, porque no momento a seguir vão à procura. Quando dás por ti, eles já estão prontos para aplicar o que aprenderam, enquanto os inteligentes muitas vezes ficam retidos na teoria. Este é um erro que já testemunhei inúmeras vezes: pessoas que ficam presas no loop infinito de obter conhecimento e informação, que nunca aplicam. Muitas vezes a explicação (que nada mais é do que uma desculpa) é sentirem que ainda não estão prontos ou não sabem tudo. Agarrem-se bem para o que aí vem: alguma vez alcançaste alguma coisa que antes de começares estavas 100% pronto?

A conclusão que tenho a certeza a que chegaste é NÃO! Agora podes estar confortável com o que sabes e não tens problemas a desempenhar esse papel, mas no início não estavas completamente pronto; ninguém nunca está... o conhecimento é apenas potencial. A aprendizagem real materializa-se quando colocas em prática. Aí, é quando o potencial passa a cinético (a vossa amiga enganou-se e escolheu Ciências no secundário). Para começar, basta saberes o básico; é com a prática que evoluis e aprendes o avançado. Existem as pessoas que aprendem para fazer e as que fazem para aprender; não sejas a primeira. Por esta altura deves estar a pensar que vais errar bastante; ainda bem!! A escola enraizou um medo horrível do erro e da falha... não deixes que isso te pare!

O erro é o segredo para o sucesso. Arrisco-me até a dizer que não existe erro, apenas aprendizagem; não existe falha, apenas oportunidade para crescer. O Michael Jordan foi recusado a participar na equipa de basquetebol no secundário; a Oprah Winfrey foi despedida do emprego dela por não ser boa o suficiente como jornalista. Não estranhes isto ter acontecido: na altura em que eles foram recusados ou despedidos, eles não eram o Jordan e a Oprah que ficaram eternizados na História. Eles precisaram de passar por essa parte menos boa para se tornarem astronomicamente bons.

Preparação e intenção vencem talento. Ninguém é bom quando começa. Os primeiros passos em qualquer tarefa em que te envolvas vão ser os mais penosos. O ser humano tem por hábito olhar para pessoas bem-

sucedidas ou que parecem muito à vontade com o que fazem e dizer que foi “sorte” ou “dom”. Essa sorte e esse dom nada mais são do que a prática constante. O meu mentor faz lives e stories para o instagram com a mesma facilidade que eu escrevo artigos. Tanto ele como eu, já ouvimos inúmeros comentários de “tens sorte que sabes fazer x” ou “tu tens um dom natural para y”. Não temos; se essas pessoas fossem olhar para a primeira live dele ou para o primeiro texto que escrevi, rapidamente veriam que éramos medíocres. A diferença entre quem tem o “dom” e quem diz que não tem, por isso não faz, é a falta de ação. Eu não deixei que o meu primeiro texto medíocre me definisse; continuei a aprimorar a minha técnica de escrita e pratico diariamente, para que hoje consiga escrever 5 artigos no espaço de 1 hora. Hoje, tenho o “dom” de escrever como se alguém me estivesse a ditar as palavras ao ouvido, uma por uma. A minha “sorte” para conquistar este “dom” foi a persistência e a rapidez. A aprendizagem do dia de hoje resume-se a isto:

Faz rápido, erra rápido, aprende rápido e melhora rápido. Tu és pago por não desistir.