O Mercado de Planos de Saúde não pode parar

O Mercado de Planos de Saúde não pode parar

O mercado de planos de saúde não pode parar, pois nenhuma operadora ou seguradora neste momento consegue atender a demanda de outra que venha a quebrar, quando uma operadora sai do mercado por qualquer que seja o motivo, no mínimo o usuário perde em algo, além disso, algumas empresas recebem cartas de baixa por não serem interessantes na análise da nova operadora.

O mercado de saúde suplementar vai se achatando e com isso as opções se tornam menores. O Sistema Único de Saúde (SUS) por falta de recursos vai falindo aos poucos, aliás, ele já se encontra com um sinal vermelho de falência.

Atualmente não existe uma atenção devida para o nosso mercado, todos os envolvidos lutam pela sua saúde financeira e com isso deixam de buscar inovações e melhorar seu sistema de atendimento para sua carteira ativa.

Qualquer nova proposta que seja oferecida para o RH atualmente é sempre vista como um risco, ser o primeiro a atesta-la é algo que poucos se interessam, dessa forma deixando de inovar e abrem possibilidades para o risco.

A comunicação entre as partes é deixada de lado, os usuários são pouco orientados para que utilizem seu plano de forma consciente, os setores de
RH das empresas clientes, estão cada dia mais enxutos, e com isso não se especializam no benefício, terceirizam a responsabilidade para seus corretores, esse é um ponto crucial na história, pois existem corretoras que fazem e outras que não fazem nada na gestão de saúde, e isso nada tem a ver com o tamanho deles, tem a ver com a estratégia e conhecimento do que esta sendo oferecido, muitas corretoras e operadoras utilizam sua força somente para suas maiores contas, focam a atenção para as contas menores na época das renovações e contratam funcionários sem experiência para minimizar o custo operacional. Tudo isso é crítico para o futuro do mercado.

O que é uma constante ainda neste mercado em relação ao reconhecimento de bons projetos oferecidos para o RH é que muitos negócios são fechados com amigos ou parentes de diretores das empresas clientes, muitas vezes o corretor amigo nem conhecimento tem para cuidar daquela conta, mas tem o QI, neste processo a empresa cliente perde sem saber ou deixa de ganhar sem perceber, pois no mercado de saúde, fechar um negócio por amizade pode parecer bacana no primeiro momento, mas no decorrer do tempo à falta de conhecimento trará reflexos terríveis para a sustentabilidade do benefício dentro da organização. Gestores de RH se surpreendem pelo projeto, mas ao levar pra frente são podados pela própria diretoria.

Se tudo continuar assim, as empresas não dando a devida atenção para uma gestão de saúde bem feita, fechando negócios com amigos para ajuda-los sem medir a competência, se os setores de Rh bloquearem as possibilidades de bons projetos oferecidos pelos corretores, se a mentalidade das empresas for trocar de plano de saúde sempre que tiver um problema, as coisas poderão piorar, muitos projetos deixarão de existir, muitas empresas não terão mais opções interessantes de planos de saúde e deixarão de ser competitivas nas contratações e retenção de seus talentos.

Marcos Costa

Academico na ANSP - Academia Nacional de Seguros e Previdência

8 a

Marcelo; Ótima reflexão do mercado, empresas que enxugam seus Departamento de Gestão de Pessoas, onde em muitas vezes os colaboradores são indicados para Corretoras, onde após a primeira renovação do plano/seguro são desligados. Corretoras que se dizem especializadas e utilizam o velho editar colar, Operadoras/Seguradoras, com quadro de profissionais sem experiência, bem acredito que o cenário pode ser revisto começando pelo retorno de uma área de Gestão de Pessoas pelas empresas para forçar o resto do sistema mudar.

Parabéns Marcelo pelo seu comentário. Lido com isso diariamente e percebo a dificuldade materializada na gestão de saúde das empresas. Temos o RH, que, apesar de enxuto, nos suporta e por vezes compreende esta dinâmica, mas depende de decisões executivas que nem sempre enxergam o benefício da gestão de saúde. Continuarei acompanhando suas postagens.

Mario Henrique Osanai

Membro da Comissão para Reformulação do Manual de Fiscalização do CFM

8 a

Caro Marcelo, parabéns pela abordagem! O cenário da saúde suplementar, onde estão inseridos os planos de saúde, é de muita incerteza e desafios crescentes. É inegável que, hoje, os planos de saúde suavizam muito do impacto da capacidade limitada do sistema público. O quadro é bastante heterogêneo, mas há significativas lacunas e pontos frágeis, tanto no público quanto no suplementar. A lógica do menor preço, sem o devido respeito à gestão racional de recursos e sem uma análise de eficiência dos serviços oferecidos, sempre trará prejuízo ao menos informado, geralmente o contratante. A política de contratações por amizade ou compromissos políticos e familiares é outro fator de desequilíbrio nesse tipo de relação, que deveria ser primeiramente técnica, com projetos bem desenvolvidos, propostas objetivas e estruturas saneadas e eficientes. Um colapso da saúde suplementar seria o ocaso de todo o sistema de saúde brasileiro. Por esta razão, é preciso que, urgentemente, os representantes do setor percebam a gravidade do quadro e, juntos, definam caminhos comuns para a sustentabilidade e crescimento. A competitividade deve vir da qualidade e da inovação, em que cada ator demonstrará seu preparo e talento. Mas, uma política para a saúde, aí incluído todo o sistema - público e suplementar, é necessária e não pode ser dependente de interesses político-partidários, nem exposta à canibalização por interesses meramente comerciais. O momento político brasileiro deveria estimular essa discussão da forma obsoleta de se fazer política e negócios. Sem dúvida, há um corpo técnico e de gestores e administradores preparado para os desafios, com qualificação e competência. Basta que sejam criadas condições para que executem seus papéis e mostrem seus talentos. Um abraço.

Não mencionam a transferência voluntaria de carteiras que não foram poucas as operadoras que praticaram. A dois anos existia uma tese que, as operadoras com menos de 20 mil vidas não se sustentaria, e agora? Temos varias operadoras de varias bandeiras com centenas de milhares de beneficiários e duas acima de um milhão de beneficiários em dificuldades ou fechando?????.

Realmente a situação das operadoras de plano de saúde não esta fácil, judicialização, envelhecimento da população, crise financeira, disparada dos custos, novo roll da ANS, multas por detalhes que somam milhões por parte da ANS, RN's frequentes, que exigem grandes esforços das operadoras e geram mais custos, garantias financeiras que beiram o irreal, etc. etc. etc... poucas operadoras sobreviverão, inchando mais e mais o SUS, já debilitado.

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