O micro-ondas e a (des)inteligência artificial – Impactos na construção do conhecimento

O micro-ondas e a (des)inteligência artificial – Impactos na construção do conhecimento

De acordo com o site A Origem das Coisas, o forno de micro-ondas foi concebido em 1947 por Percy LeBaron Spencer, um engenheiro eletrotécnico que trabalhava na Raytheon, empresa que fabricava equipamentos para radares utilizados para detectar aviões inimigos durante a Segunda Guerra. Assim a Raytheon produziu e comercializou o primeiro micro-ondas da história pela bagatela de US$ 42.000 em moeda de hoje. Era um equipamento que pesava 340 kg e media 1,8 metros de altura. Somente a partir de 1967 é que o forno micro-ondas começou a ser comercializado em versões domésticas por US$ 450 com o apelo de facilitar a vida das donas de casa modernas.

Fato que a comida feita ou requentada no forno de micro-ondas, por experiência, perde rapidamente seu calor, sendo assim, os que gostam de comida bastante quente têm que comer rápido.

Esta analogia que vou fazer aqui com o forno de micro-ondas e o conhecimento de hoje é para mostrar que algumas pessoas desejam obter rapidamente conhecimentos fabricados em fornos de micro-ondas. Conhecimento que não se sustenta, saberes para resolver o problema do dia da prova, do dia do concurso, que esquentam e esfriam rapidamente.

Tenho lido e visto muita gente falar dos chatbots de inteligência artificial (IA) como sendo um aparato que vai transformar a forma que buscamos e produzimos conhecimento. Como professor fico preocupado, a cada dia que passa a internet tem apresentado facilidades que fazem, cada vez mais, os alunos não produzirem pensamento, pois tudo já está pronto e até bem argumentado pela IA.

Minha pergunta é, IA é realmente instrumental de produção de conhecimento ou facilitação da busca por conhecimento barato, fácil de ser dispensado?

Uma das principais bases de poder que alguém pode ter está no fato de possuir um conjunto de competências humanas, técnicas e conceituais. Uma autoridade construída não em conhecimento de micro-ondas, mas em estudo, prática e aplicação. Utilizando um apetrecho, um artefato não virtual, mas de carne humana, nosso cérebro. Leva tempo.

Você pode até esquentar a cabeça para aprender algo, mas esse aprendizado, quando inculcado, dificilmente vai esfriar da sua memória, como é o conhecimento de micro-ondas.

That’s all folks!

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