O piano de Lionel (Um olhar psicológico sobre o craque na Copa)
Analisando os jogos da Copa do Mundo e as seleções, um dos grupos que me chamou a atenção foi o da Argentina, muito pelo Messi (e toda a expectativa que sempre fica sobre ele) e também pelos outros jogos. Percebi comportamentos que me chamaram mais ainda a atenção para o Messi e seu rendimento. Isso porque nos dois primeiros jogos da primeira fase, o craque ficou bem distante do que estamos acostumados a ver em campos espanhóis, onde ele delira os fãs com seu talento.
Sim, o multicampeão e diversas vezes “Melhor jogador do Mundo” adormeceu em campo, nos dois primeiros jogos, passou sem gols, sem toques talentosos e sem ajudar os seus companheiros, que sem ele (e tendo ele como líder e modelo) pouco fizeram e quase que não se classificam para as Oitavas da competição. Ok, mas o corpo de Lionel disse (na verdade gritou) que existiam situações que o incomodavam e que impediam de “genializar” em campo. Em momentos como o hino nacional, onde o atleta desviou o olhar da câmera de televisão, demonstrando um desconforto, possível sentimento de medo e negatividade. Outro ponto, quando sua seleção tomava os gols da Croácia ele demonstrava apatia, um sentimento semelhante ao de impotência, que no caso poderia ser substituído por raiva, tristeza, ou fúria até, elevando a sua adrenalina e fazendo com que ele buscasse jogadas ou mudar o jogo de alguma forma. Além disso diversas vezes a mão que passava em seus cabelos demonstrava a sua frustração com sua atuação, que por sinal, tem um saldo a ser levantado, em uma das partidas o craque tocou menos na bola do que o goleiro de sua seleção, praticamente um score sem sentido, visto que os jogadores de linha tem maior número de jogadas a fazer. A nítida autopressão do atleta que bloqueou seus skills, vem das projeções expectativas de seus fã clubes e compatriotas, mídias mundiais, por ele nunca ter conquistado uma Copa do Mundo e imaginem quanta energia negativa o craque não tem lançada para ele! Situações surreais de crenças e cobranças que Lionel carrega em suas costas, infelizmente, sem ter com quem dividir em muitas das vezes, pois a sua seleção não é a das melhores estruturadas no momento e nem era até então a das mais unidas.
Com Messi sem alma em campo, pouco fizeram seus colegas de seleção para ajudar a carregar o piano para a próxima fase da competição, coube ao último jogo contra a Nigéria. Hoje sim, Lionel Messi chegou a Rússia, com uma postura totalmente diferente dos outros dois jogos e com a equipe muito mais unida e que havia feito um pacto pela vitória, o craque se acalmou, baixou as suas defesas, deixou medos, pressão, cobranças e tudo mais o que limitava suas habilidades e assim foi a luta, fez um gol e chamou jogadas, puxou a “responsa” também para si e teve a colaboração de seus colegas. Mas a mais vistosa mudança foi a do intervalo, Messi fez a última conversa com a equipe antes da volta para o jogo, e deu certo com a vitória de 2 x 1 sobre a equipe africana, a Argentina passou para as oitavas de final. Com toda a certeza a Argentina chega com mais união dos jogadores, com alívio por não fracassar como muitos queriam e ainda mais, não decepcionado o carregador de pianos argentinos, Lionel Messi.
Esse texto, mostra o quanto é importante a ajuda psicológica no esporte, o quanto os atletas são seres humanos também e o como a análise psicológica demonstra o que está em cada gesto e sentido dos atletas.
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