O Poder do Propósito
A única coisa que você leva da vida é a vida que você leva. (Barão de Itararé)
Pessoal, quero compartilhar com vocês algumas palavras sobre o tema Propósito. Há algum tempo venho insistindo neste assunto, provocando questionamentos sobre sua a relevância.
E o que é propósito? Propósito é aquilo que estou buscando, é o que dá sentido à minha existência. O propósito nos faz seguir em frente de forma intencional, nos permite ser a nossa melhor versão. Uma vida com propósito é aquela em que sei por que faço o que faço e, principalmente, por que deixo de fazer o que não faço (obrigado Cortella). É aquela em que tenho comprometimento diário com meus objetivos. Resumindo, sou o autor da própria vida.
No meio corporativo é comum vermos uma busca insana por engajamento, protagonismo, iniciativa e outros termos que muitas vezes acabam virando clichê. Embora as organizações comecem a despertar para os seus propósitos (pelo menos conceitualmente), observo que, no nível individual, em geral, essa não é uma busca priorizada pelas pessoas. Sejamos realistas, qual a probabilidade de alguém que não conhece o seu propósito se sentir feliz (realizado) com o trabalho que realiza em uma empresa, mesmo que essa tenha seu propósito declarado? Baixíssima (na minha opinião!).
Existe uma pesquisa do Gallup de 2015 que traz dois fatos alarmantes sobre o mercado de trabalho americano. Somente:
- * 30% dos trabalhadores estão engajados e
- * 35% dos gerentes estão engajados.
Para mim, engajamento, protagonismo e iniciativa são consequências de uma causa chamada Propósito. Sendo bem pragmático, acredito que se eu quero transformar algo preciso atuar na sua causa e não nas suas consequências.
Arrisco dizer que conhecer o seu propósito é o primeiro passo da realização. Digo isto, não baseado em estudo, mas nas experiências que vivi. Tenho alguns anos de BB (na verdade muitos). Embora entregasse aquilo que era esperado de mim, não era feliz com o que eu fazia. Essa tristeza me fez pensar, inclusive, em sair do Banco, mesmo sabendo que a questão não estava na empresa mas sim em mim.
Diversas circunstâncias da minha vida (a chegada dos 40, por exemplo) me fizeram refletir sobre o meu propósito (pra que estou aqui?). Meu salto quântico foi quando, após descobrir o meu propósito, consegui realizá-lo no meu ambiente de trabalho - desde então, não sinto mais a síndrome de 2a feira pois gosto de fazer o que faço. A conclusão? Não basta ter consciência do seu propósito; é imprescindível realizá-lo no dia-a-dia. O meu desafio foi descobrir como conectar o meu propósito com o propósito da empresa em que trabalho.
Embora a descoberta do propósito e sua realização sejam uma jornada individual (não, elas não aceitam delegação), elas não precisam ser solitárias e é aqui que os líderes desempenham um papel fundamental. Como? Com sensibilidade; identificando as aptidões e investindo na capacitação de seus liderados; fornecendo o terreno fértil para que os indivíduos realizem todo o seu potencial. Com isso todo mundo ganha (organização, líderes e liderados).
Nessa jornada pelo propósito existem alguns sinais que indicam se estamos no caminho certo ou no caminho errado:
E aí? Alguma semelhança com o que você vive? Sabendo disso, o que você vai fazer?
Pra terminar, uma frase que gosto muito:
Você não é produto das circunstâncias. Você é produto das suas decisões. (Viktor Frankl)
Pós Graduado | Fundação Getulio Vargas
6 aMuito bom o texto, Márcio. Realmente leva a muitas reflexões. Parabéns!!!