O que acontece quando julgamos?
Toda vez que julgamos alguém, perdemos a oportunidade de nos conectarmos com o outro... Deixamos de praticar a empatia e passamos a ter uma visão muito limitada do que acontece a nossa volta, porque decidimos enxergar a partir do nosso mapa, sem levar em consideração o mapa do outro...
Decidimos que a nossa perspectiva e tudo o que vem com ela é uma verdade absoluta e que não há nenhum outro modo de interpretar a situação. Concluímos que existe um jeito certo e um jeito errado para tudo, e pior do que isso, concluímos que o nosso jeito é o certo, o que nos leva a certeza de que qualquer um que pense diferente, sinta diferente, aja diferente está errado e não merece consideração...
Quando escolhemos o julgamento, perdemos oportunidades incríveis de aprender com o outro, porque não conseguimos enxergar as suas vulnerabilidades, o seu sofrimento, os seus desafios, preferimos apontar os seus “erros” e recriminá-lo...
Cada vez que julgamos, colocamos a todos em uma vala comum, exigimos do outro comportamentos, atitudes e ações que em nossa perspectiva são corretos, sem ao menos cogitar a hipótese de que o outro possua crenças, valores, recursos diferentes dos nossos. Nem melhores, nem piores, só diferentes...
Sempre que optamos pelo julgamento, perdemos a oportunidade de contribuir com o outro, de expandir a nossa consciência, de transformar o mundo e a nós mesmos. Escolhemos vibrar em uma energia de superioridade, movida pelo ego, quando poderíamos vibrar em uma energia de gratidão...
Toda vez que julgamos, anulamos a história do outro. Passamos uma mensagem clara de que o outro não merece ser ouvido. De que não importa o que ele tenha passado, nós somos melhores, superiores...
O que muitas vezes nos esquecemos, porém, é que, quando julgamos o outro, damos a ele permissão para nos julgar também. Permitimos que o outro nos enxergue exclusivamente a partir do seu próprio mapa, que anule a nossa história, que desconsidere as nossas crenças, que desrespeite os nossos valores. Aceitamos que a nossa vida seja guiada pela energia do julgamento, mas esperamos receber as bênçãos daqueles que, positivamente geram movimento!
Cristiana Soares