O que importa para os investidores agora?
Depois de uma última semana extremamente negativa, a pior desde março, outubro deixou um saldo negativo de 0,69% para o Ibovespa, no terceiro mês consecutivo de baixa para as ações brasileiras.
O balde de água fria veio aos 45 do segundo tempo, com o principal índice de ações do país saindo da casa dos 101 mil pontos no dia 26 para os 93 mil no dia 30 – uma queda de 7% em apenas quatro pregões, que comprometeu toda a performance positiva que vinha sendo conquistada às duras penas nas sessões anteriores.
O dólar, por sua vez, acumulou uma alta de 2,13% no período, cravando o terceiro mês seguido de valorização frente ao real. Nossa moeda, aliás, segue como uma das piores do mundo em 2020, já tendo perdido mais de 40% em relação à divisa americana.
Enquanto isso, na renda fixa pouca coisa mudou após o Copom decidir sem surpresas pela manutenção da taxa Selic em 2% ao ano, com a inclinação da curva de juros – diferença entre as taxas curtas e longas – favorecendo a venda de títulos com vencimentos mais curtos e a compra de papéis com prazos mais dilatados.
No geral, mais um mês difícil para o investidor brasileiro, que novamente se depara com a necessidade de uma maior diligência na seleção dos ativos que devem compor um portfólio cada vez mais diversificado em meio à um cenário repleto de incertezas.
Ainda mais quando olhamos para os eventos com potencial de movimentar os mercados em novembro, com destaque para o tão aguardado resultado da eleição americana.
Obviamente que a vitória de Donald Trump ou de Joe Biden serão recebidas de forma diferente pelos investidores. Por outro lado, há muita clareza do que esperar de um ou de outro, de modo que os dias seguintes ao anúncio podem acabar mitigando a forte volatilidade observada nos mercados nas últimas semanas.
Trump reeleito trabalharia para destravar um pacote de estímulos mais vigoroso nos EUA, o que tenderia a reduzir o sentimento de aversão ao risco nas bolsas pelo planeta. A eleição de Biden, por sua vez, pode significar um dólar mais fraco, beneficiando os mercados emergentes e alguns setores específicos, como o de tecnologia.
Saindo da esfera política, temos uma ameaça muito mais concreta, relacionada à chance de uma segunda onda do coronavírus em alguns dos principais países do planeta.
Na última quarta-feira de outubro, por exemplo, Alemanha e França anunciaram a retomada de restrições de circulação. Os mercados entraram em pânico e o Ibovespa acompanhou com forte queda de 4,25%, a maior desde 24 de outubro.
Ainda é cedo para afirmar que voltaremos a ver os casos de Covid disparando, mas sua simples possibilidade já preocupa porque coloca em risco a continuidade de uma retomada da atividade econômica que mal começou.
No Brasil, a pandemia deve continuar agravando o desequilíbrio das contas públicas, na medida em que o governo segue expandindo os gastos para tentar reativar a economia ao mesmo tempo em que a proximidade das eleições municipais acabou eliminando no curto prazo qualquer chance de avanço na agenda de reformas.
Do lado positivo, existe um entusiasmo com os balanços das empresas no terceiro trimestre, com boa parte delas já tendo anunciado resultados acima das expectativas do mercado. Trata-se de uma temporada crucial para sinalizar melhor o que está por vir não apenas nos últimos três meses do ano, mas também em 2021.
Colocando tudo isso na balança, entendo que, para o mercado brasileiro especificamente, o maior fator de risco não é a pandemia ou a eleição americana, mas sim a questão fiscal.
De qualquer forma, não acredito que veremos novas quedas da mesma magnitude daquelas que observamos em março. Mais do que isso, enxergo boas oportunidades na B3 aos preços atuais, especialmente para os investidores que se consideram tolerantes à volatilidade.
Não sabemos o que acontecerá no mercado nas próximas semanas ou mesmo nos próximos meses. Mas sabemos que problemas serão resolvidos, soluções serão encontradas e a maioria das empresas criará valor ao longo do tempo.
Aos investidores, isso é muito do que importa agora.
Por mais que a economia real esteja sofrendo, temos na B3 as melhores e mais competitivas companhias do país, sendo que muitos acabam aproveitando a crise para consolidar o setor, reduzirem gastos e se tornarem ainda mais fortes.
Por este motivo, enxergo a queda recente como uma ótima oportunidade de comprarmos ou aumentarmos a posição em ações de empresas boas a preços muito mais baratos, sobretudo para quem investe com foco no retorno em um horizonte mais dilatado de tempo.
Se este for o seu caso, vale a pena dar uma olhada nas carteiras recomendadas pelo BTG Pactual para novembro.
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Um abraço.