O sucesso do amanhã
A arte do direito, o direito sem arte, o manto que protege o homem, mas do que mesmo? De nós? Do Estado? Da metafísica? Somos um vácuo, um vazio descoberto, seres com vícios, loucos por si, queremos o sucesso, todavia nem sabemos por onde começar.
O ser humano é uma espécie, no mínimo diversa, difere das demais, dizem que somos racionais, mas que inteligência é essa que criou guerras, holocausto e racismo? Será que somos tão “superiores” assim? Creio que vivemos uma passagem, não necessariamente chegaremos ao paraíso, e sim, no final do destino, encontraremos o real significado da nossa existência. Para uns é o poder, para alhures é a procrastinação, contudo assemelham no ascetismo, na crença exacerbada, “tens fé na metafísica e esquece do hoje”.
Imagine perder-se num labirinto, e no meio do caminho perderdes suas forças, seu elán vital, enfraqueceu-se, e para completar a tragédia shakespeariana, um monstro começa a te perseguir; e não importando o quanto corras, não terá a certeza do caminho certo, não entenderá seu destino de fato, e cada vez que olha para trás verás o Leviatã mais perto. Angustiante? Agora, e se eu disser que isso já aconteceu com todo mundo, acreditas? O labirinto és sua vida, na maior parte dela, parece que estás perdido, não conhece nem a ti mesmo, imagina então saber seu destino, confiar no seu dom; já o monstro é os obstáculos, as pedras, como já escrevia Carlos Drummond de Andrade, “no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho, tinha uma pedra, no meio do caminho tinha uma pedra (...)”, aquela sensação que tens de manhã, a vontade de desistir, a ilusão, a perda, a falsidade. Mas aonde quero chegar? Quando encontrar as curvas da vida, não foges, pise nas pedras, caia, machuque-se, somente assim aprenderá a ser forte, a se destacar da massa, será o ponto fora da curva. Encare o problema, mesmo o mais insignificante, de frente, como um espartano indo à guerra.
A vida é uma guerra? Sim, inúmeras batalhas travadas contra seu maior inimigo, aquele que te bloqueia, que tira seus sonhos, que te faz desistir, sabem que é? Isso mesmo, você mesmo. Então faça dela uma poesia, que em algumas estrofes te causa espanto, outras escorres até lágrimas, mas sempre termina numa sinestesia atemporal, uma felicidade que entra para a história. O erro da humanidade é querer entender tudo, buscar um conhecimento lírico, quase absoluto, ao invés disso, erre, seja mais humano, sinta as palavras dando vida a um poema, chore no momento de dor, sorris, não se envergonhe de ser oque és, assuma suas dores, controle-se, e nunca perca a sua epifania de sonhar. Mesmo que, hoje não tenhas o sucesso esperado, certifique-se que estás no caminho dele.
Para encerrar, errado é pensarmos que existam seres perfeitos, o sucesso traz um certo medo, medo de não conseguir manter o mesmo padrão de excelência; como asseverava Gabriel Tarde na teoria da Imitação, a nossa existência é cíclica, somos um reflexo dos nossos antepassados, a nossa moral é uma construção do que mais interessa a sociedade. Todavia, devemos, no século XXI, relativizar tudo, até a nossa concepção da existência e o conhecimento absoluto. A existência mais triunfante é aquela que o indivíduo cria de si, isto é, seja você mesmo, sem medo, confie em ti; referente a razão absoluta, vamos mitigar esse cartesianismo, transformando cada conhecimento em próprio, importante para a construção de uma nova sociedade.
Henrique Checchia Maciel
04/06/2019