Ora News #10: um diálogo sobre estratégia, inovação e governança
Mais do que um salário atrativo, benefícios de encher os olhos e uma estrutura de ponta, o que gera uma conexão verdadeira entre uma empresa e seus colaboradores é a empatia, a valorização do ser humano, a compaixão. Esse é um dos temas desta edição da Ora News, que também traz conteúdos sobre a “nova onda dos fundadores”, sucessão no campo e a empreitada das varejistas brasileiras por uma tributação mais efetiva das plataformas internacionais de e-commerce. Confira:
ESTRATÉGIA
🤗 Como as empresas conquistam a lealdade dos colaboradores? Não se chega a um relacionamento duradouro entre organização e funcionário apenas com melhores salários e benefícios materiais. A resposta está na conexão humana, ancorada em compaixão e empatia. Em artigo publicado na Harvard Business Review, pesquisadores apontaram que ser compassivo não só traz benefícios a si próprio e aos relacionamentos pessoais, mas também no âmbito profissional. É necessário, porém, ser autenticamente altruísta. No texto, os autores dão algumas dicas para nos aprimorarmos nesse sentido, como ser grato e encontrar seu verdadeiro propósito.
🏴 ☠️ Entidades brasileiras do varejo estão pressionando o Congresso e o Governo Federal no sentido de que plataformas de e-commerce cross-border, como Shopee, Aliexpress e Shein, sejam taxadas corretamente. Os varejistas alegam que essa disparidade tributária é prejudicial para as empresas brasileiras, impactando negativamente o empreendedorismo nacional. O desrespeito por parte de muitos vendedores desses sites em relação às regulamentações de segurança e antipirataria também são alarmantes, sem qualquer tipo de preocupação com a origem dos produtos e os riscos que eles podem trazer aos consumidores. Representantes do setor estimam que a evasão fiscal nesse contexto gira em torno de R$ 14 bilhões ao ano.
INOVAÇÃO
💡 A nível mundial, as empresas de tecnologia desligaram, ao menos, 160 mil funcionários em 2022. Neste ano, o cenário não melhorou e a estimativa é de que 100 mil trabalhadores já tenham sido afetados pelas demissões do setor. Mas no lugar de procurar postos em outras companhias da área, muitos profissionais têm optado por abrir seu próprio negócio. O que temos visto, portanto, é uma espécie de onda de novos fundadores. O principal desafio enfrentado por esses empreendedores tem sido, após um período de juros baixos e estímulo ao investimento de risco, encontrar capital para impulsionar seus negócios. Significa que os investidores de Venture Capital (VC) estão mais seletivos, o que, no fundo, acaba sendo uma boa notícia para negócios realmente inovadores.
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⚙️ Muitas organizações passam pela seguinte situação: ideias inovadoras, na maioria das vezes, nunca ultrapassam o estágio de Minimum Viable Product (MVP) e uma implantação mais ampla do conceito não é concretizada. Segundo pesquisadores do Centro de Sistemas de Informação do MIT, dimensionar uma ideia em escala enfrenta barreiras estratégicas e operacionais. Enquanto as primeiras impedem que os executivos se comprometam com a inovação digital, as barreiras operacionais geralmente estão ligadas à falta de tecnologia ou habilidades para implantar de forma ampla uma inovação para os usuários finais. Em artigo, lançando mão de estudo de caso da multinacional de energia Repsol, que obteve 800 milhões de euros em fluxo de caixa ao levar mais de 300 iniciativas digitais à escala em um período de cinco anos, os pesquisadores descrevem cinco etapas essenciais para superar os obstáculos mais comuns à expansão da inovação digital.
GOVERNANÇA
🚜 Se em setores como varejo e indústria a sucessão é um tema delicado, não raramente relegado a segundo plano, no campo o tema parece ser ainda menos discutido, muito em razão dos jovens – herdeiros, sucessores – preferirem a cidade. Há, contudo, um movimento que vai na contramão desse raciocínio. Reportagem do Canal Rural mostrou como jovens do Mato Grosso estão se preparando para assumir os negócios de suas famílias. “Depois de muito pensar e ter várias opções, eu comecei a vir para dentro da fazenda. Meu pai começou a me incluir mais e aí tive que tomar a decisão e pensei em tudo o que ele construiu. Tem que cuidar, né?”, apontou à reportagem Natália Vigolo, a filha mais nova da família que optou por cursar Agronomia e seguir os passos do pai na fazenda.
👩🏻 💻 Ainda que já tenhamos avançado muito nesse tema, as mulheres seguem enfrentando barreiras em suas trajetórias profissionais. Segundo estimativa do Fórum Econômico Mundial (WEF), levaremos 132 anos para acabar com a desigualdade de gênero. No mundo corporativo, são dificuldades que vão de estereótipos como o de que mulheres não são boas com números e computadores até o menor acesso a capital financeiro. À Forbes, a ex-embaixadora da ONU e cofundadora da Aliança Financeira Global para Mulheres, Amanda Ellis, compartilhou dicas para quebrar essas barreiras, como ter mentores, envolver-se em redes fora da sua zona de conforto e não temer novas oportunidades.
Até a próxima!