Desvendando o poder oculto dos ecossistemas de inteligência de negócios
Com 15 anos, trabalhando em um banco em Goiânia, em uma época onde todos os documentos eram em papel, identifiquei um problema que era algo simples: falta de organização. A situação foi resolvida criando um sistema claro de disposição alfabética. Parece básico, mas o resultado foi otimização nos processos, redução de tempo e melhoria na experiência do cliente, já que não havia mais filas na agência. O problema existia há anos, mas precisou de um novato — no caso eu — mesmo com pouca experiência, para que algo fosse feito a respeito.
Levei esse aprendizado comigo, conquistei posições de liderança ainda muito jovem e, quando aos 29 anos decidi empreender, imaginava que o caminho podia ser criar uma empresa de inteligência de negócios. Pouco mais de uma década depois, a marca se transformou no primeiro ecossistema de inteligência de negócios da América Latina.
Todas as empresas, das pequenas às multinacionais, têm seus pontos positivos e gargalos. Enquanto os positivos precisam ser potencializados, os negativos precisam ser arduamente trabalhados para promover transformações efetivas no negócio. Nenhum empreendedor ou presidente de uma corporação sabe tudo e, mesmo com toda disposição do mundo, em algum momento vai reconhecer que precisa de profissionais especialistas que façam a diferença.
De acordo com o Mapa de Empresas, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), o Brasil conta com 21,8 milhões de empresas. E segundo o Monitor Global de Empreendedorismo, 60% da população brasileira sonha em abrir o próprio negócio.
Em contraponto, uma pesquisa do Sebrae mostra que 24% dos novos negócios abertos fecham as portas antes de completarem dois anos de existência e, ao final de quatro anos, esse percentual chega a 50%. Muitas vezes são ideias, serviços e produtos incríveis, mas sem inteligência de negócio para crescer e lucrar.
Recomendados pelo LinkedIn
O executivo ou empreendedor se vê sem saber o que fazer, sem dados para identificar as falhas e sem identificar a famosa “virada de chave” para chegar ao almejado sucesso. Nesse cenário, é fundamental o olhar de fora e ainda mais essencial que seja uma análise 360. Por isso que, mais do que uma consultoria pontual, é válida a intervenção de um ecossistema com multiespecialistas, como encontrado em um ecossistema.
Em um ecossistema, é possível unir inteligências, competências e expertises variadas que trabalham de maneira integrada. Cada situação exige um caminho diferente. Pode ser necessário desde hunting e desenvolvimento de pessoas à pesquisa de mercado, ciência de dados, marketing, branding e gestão financeira.
Na vida pessoal, nos vemos o tempo todo contratando e usando serviços diferentes, seja para otimizar o tempo, reduzir gastos, resolver um problema ou simplesmente porque não sabemos o que precisa ser feito. Se meu jardim virou uma floresta ou está morrendo, é o caso de contratar um jardineiro. Uma reforma requer um engenheiro, empreiteiro ou arquiteto. Se estamos doentes, vamos ao médico para obter um diagnóstico e tratar.
Não é diferente no universo corporativo. Não precisamos saber de tudo e nada melhor do que multiespecialistas ajudando na jornada, principalmente em um contexto de mudanças intensas e rápidas que os mercados vivem. Para muitos, um ecossistema de inteligência de negócios pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. Mas, vou um pouco além. É o melhor caminho para quem busca um crescimento saudável e viável a longo prazo, se cercando sempre das melhores e extremamente necessárias soluções.
*CEO da matter&Co., primeiro ecossistema de inteligência de negócios da América Latina