Para 2025, cultivemos a Gentileza!

Em uma palestra que tive o privilégio de assistir no início deste ano, a atriz Denise Fraga fez uma reflexão sobre o poder da gentileza, tão raro nos dias de hoje. Em tempos marcados pela pressa, pela obsessão por aparências nas mídias sociais e pelo imperativo de se impor, essa ideia me fez refletir sobre minha principal resolução para 2025.

Vivemos uma era em que a autorreferência parece operar no piloto automático. A necessidade de vencer — a qualquer custo — atropela o respeito pelo outro e ignora o valor das relações humanas. Estamos tão ocupados em nos exibir de forma impecável, em projetar força e invulnerabilidade, que nos esquecemos de ser gentis. Nessa corrida incessante, deixamos de lado a escuta, o cuidado, os gestos desinteressados que dão alma às conexões genuínas.

Gentileza não é apenas um ato; é uma escolha. E uma escolha que exige coragem. Coragem para interromper o fluxo incessante do fazer e, simplesmente, ser. Ser presente para o outro. Ser empático diante das fragilidades alheias — e, especialmente, das nossas. Porque a gentileza autêntica nasce da aceitação de nossa própria vulnerabilidade. É reconhecer que ninguém vence sozinho, que a vida não é uma competição, mas uma jornada compartilhada.

Em meu livro Reinvenção Corajosa, explorei como as transições profundas em nossas vidas são convites para repensarmos nossos valores e prioridades. E, neste momento de renovação que o fim do ano traz, convido todos a fazer da gentileza a nossa principal resolução para 2025. Mas não uma gentileza performática, e sim aquela que nasce do entendimento de que somos interdependentes. Uma gentileza expressa em gestos simples, mas poderosos: um olhar atento, um agradecimento sincero, um “como você está?” dito de coração.

O tempo em que vivemos clama por mais humanidade. Pede que desaceleremos, que ouçamos, que reconstruamos laços. Que deixemos de lado a urgência de estarmos sempre certos e abracemos o desafio de estarmos presentes. A gentileza é um antídoto poderoso contra a solidão e o cinismo que tantas vezes nos cercam. É, também, um ato de resistência em um mundo que frequentemente celebra a indiferença.

Que neste fim de ano possamos olhar para trás com gratidão pelos aprendizados e para frente com a determinação de sermos melhores. Que cada gesto de gentileza que cultivarmos se transforme em uma semente, germinando frutos que nos conectem de forma mais profunda e autêntica. E que, ao final de 2025, possamos dizer que não apenas existimos, mas fizemos a diferença na vida de outras pessoas. Gentileza é a verdadeira revolução. Que ela seja o alicerce de um novo tempo.

Boas Festas!