Para que servem os pais? Mediando o desenvolvimento do meu filho
Diariamente escuto em meu #consultório #pais que necessitam saber como educar seus #filhos, quais caminhos e decisões tomar, o que é melhor para eles e como fazê-lo da melhor maneira possível. Se seu filho é normal, se tem algo de errado e caso tenha, o que é o melhor a se fazer? Essas dúvidas são muito compreensíveis, pois até a década de 60, era natural os pais decidirem tudo pelos filhos. Havia muita repressão. A partir dos anos 70, depois dos movimentos sociais e políticos a favor da liberdade nas relações, a ideia era educar as crianças evitando dar muitos limites, a palavra “não” era quase um palavrão. Essas crianças cresceram quase sem ouvir um “não”. Agora, trocaram de lugar, e essa geração dos “sem não” hoje são pais. Seguem as recomendações dos especialistas, de que é importante impor limites, mas como?
O ser humano passa por várias fases do desenvolvimento, cada autor tem uma explicação teórica, e cada linha de pensamento olha o ser humano com um olhar diferente. O pediatra vai olhar o desenvolvimento de peso, altura, saúde; o neurologista vai olhar sob os aspectos de desenvolvimento neurológico; o terapeuta ocupacional sobre os aspectos do desenvolvimento motor; o fonoaudiólogo sob o desenvolvimento da linguagem; o psicólogo sobre o lado afetivo-cognitivo-social; o pedagogo sobre os aspectos do desenvolvimento da aprendizagem. São muitos olhares, são muitos saberes.
Os pais olham sobre todos esses aspectos o desenvolvimento do seu filho e sempre buscam saber se ele está dentro dos padrões de normalidade, se não há nenhum atraso, nenhum problema, pois esperam que seu filho esteja se desenvolvendo normalmente, ou seja, crescendo, alimentando-se falando, aprendendo, amadurecendo neurologicamente, cognitivamente, socialmente, emocionalmente, espiritualmente, intelectualmente e principalmente, fazendo tudo isso sendo feliz.
O desenvolvimento cognitivo diz respeito a mudanças nos processos de pensamento que resultam na capacidade de adquirir e utilizar os conhecimentos sobre o seu mundo. As características cognitivas são universais e o seu desenvolvimento acontece de maneira interacionista. Por exemplo, as crianças de qualquer lugar do mundo andam mais ou menos por volta de um ano, aprendem a ler e a escrever mais ou menos por volta dos seis/sete anos. Desde que não haja nenhum obstáculo em seu desenvolvimento normal, sob nenhum dos olhares descritos acima.
O desenvolvimento da cognição, da inteligência, do afetivo-emocional, está intimamente ligado ao social. A interação entre a criança ou adolescente não é, nem pode ser, passiva. O desenvolvimento se dá por meio da observação dos mais velhos, por repetição e correção dos comportamentos por meio de feedback recebido. A criança/adolescente aprende tanto em ambientes formais (sistemáticos), por exemplo na escola, como nos ambientes informais (assistemáticos), ou seja, em grupos de pares ou com os pais e familiares.
O desenvolvimento ocorre por meio de um processo no qual a #criança /adolescente avalia as estratégias aprendidas e as utiliza para, por sua vez, aprender novas #habilidades. Mas ela só vai chegar ao seu ponto máximo de desenvolvimento se ajudada (mediada) por um adulto. Ou seja, o desenvolvimento é uma ação conjunta. Não importa quanto tempo os pais passam com o seu filho, mas sim a qualidade em que passam juntos.
Falar de qualidade de interação através da mediação exige esclarecimento. A necessidade mais importante na interação mediada é a formação de ambientes voltados para a modificabilidade de desenvolvimento da criança. Ou seja, os pais devem estar preparados para passar mensagens voltadas para a possibilidade de mudança dizendo: - filho, você pode modificar, crescer, melhorar, aprender e nós o ajudaremos a fazer isso afinal somos seus pais. Amor Rita
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De volta ao Mercado de Trabalho
5 aGostei, porém não tenho certeza que nossa geração cresceu sem escutar “não” e por isso agora nos custa dizer não para nossos filhos. Acho que crescemos sendo sim repreendidos sem poder manifestar nossa opinião. Hoje queremos educar nossos filhos querendo dar participação a eles e aí acho que ficamos sem mão, ficando os “nãos” e a definição dos limites sem parâmetros. Ainda temos que somar que muitos de nós viemos de classes médias e que graças ao esforço dos nosso país, e nosso, claro, vencemos. Porém, durante a infância tivemos restrições matérias. Agora queremos dar todo para eles. Concluindo, estamos criando nosso filhos sem limites e sem dar valor ao que tem.
Psicóloga, especialista em Neuropsicologia e mestra em Educação | Líder de projetos sociais na causa da pessoa com deficiência
5 aPerfeito. O mundo e os saberes precisam de mais mediação - não interfere e nem atrasa o desenvolvimento, e ainda por cima oferece a autonomia necessária para aquele indivíduo trilhar o próprio caminho com todos os recursos aprendidos!