Payroll testa mercados após realização lá fora; RCN calibra juros aqui.

Ativos de risco estão iniciando a última sessão da semana sem direção única, com bolsas europeias em queda, acompanhando a forte realização verificada nos EUA após o fechamento dos mercados no Velho Continente, enquanto índices americanos esboçam uma abertura de estabilização. Na agenda, o mercado fica atento à leitura de março do relatório de empregos urbanos (nonfarm payrolls) nos EUA, além de uma nova bateria de falas de diretores do Federal Reserve (Fed).

Após o presidente do Federal de Minneapolis, Neel Kashkari, avaliar em discurso a possibilidade de nenhum corte de juros este ano, o que contribuiu para as baixas acentuadas registradas nos mercados ontem, há uma lista bastante longa de palestrantes do Fed para se observar hoje. A governadora do Fed, Michelle Bowman, falará sobre riscos e incertezas na política monetária em um evento em Nova York, e a presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, fará comentários em um evento organizado pela Universidade Duke.

Hoje cedo, os avanços nos futuros de NY para uma leve recuperação seguindo a pior sessão para os índices desde meados de fevereiro. Uma estabilização nos preços do petróleo está ajudando a acalmar o mercado depois que os futuros do Brent ultrapassaram o limiar chave de US$ 90 o barril, embora ainda estejam perto de uma alta de cinco meses. Os investidores estão ponderando a possibilidade de o petróleo a US$ 100 o barril fazer um retorno. O ouro está caindo pelo segundo dia após alcançar um novo recorde no início desta semana, enquanto o mercado de títulos do Tesouro está atualmente estável após a sessão de quinta-feira ser caracterizada pela busca por segurança por parte de investidores.

Ainda, como principal destaque na agenda diante das incertezas com relação à trajetória dos juros nos EUA, o investidor avalia a evolução do mercado de trabalho americano, às 09:30, com a divulgação do relatório de Nonfarm Payrolls. Segundo a mediana das projeções de mercado (Bloomberg), a taxa de desemprego de fevereiro deve ser manter estável no maior nível em dois anos (3,9%) e o relatório deve mostrar a criação líquida de 212 mil empregos em março. Do lado do crescimento dos salários, há a expectativa pela aceleração do ritmo para 0,3%, o que ainda assim configuraria uma desaceleração de 4,3% para 4,1% no acumulado em 12 meses. De modo geral, outro sinal de atividade econômica robusta pode reforçar apostas de que o Fed manterá as taxas mais altas por mais tempo. Atualmente, o mercado ainda precifica o início do ciclo de cortes em junho com mais de 50% de probabilidade.

Enquanto isso, no Brasil, o mercado acompanha declarações de Campos Neto em meio às especulações sobre uma possível Selic terminal mais este ano e à pressão recente sobre o câmbio. Ontem, o diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, sugeriu que o mercado de trabalho está sob pressão e a atividade econômica aquecida, o que poderia resultar em uma desaceleração mais gradual da inflação. A agenda econômica do dia ainda inclui a divulgação do IGP-DI, que mostrou nova deflação de 0,3% em março, e o resultado primário do governo em fevereiro, que sai às 08:30.

Ontem, o diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, sugeriu que o mercado de trabalho está sob pressão e a atividade econômica aquecida, o que poderia resultar em uma desaceleração mais gradual da inflação. Na Bolsa de Valores, o foco permanece na Petrobras, que enfrentou forte volatilidade recentemente devido a especulações sobre a saída de Prates e possíveis dividendos extraordinários. A empresa estatal esclareceu que ainda não tomou uma decisão sobre os dividendos, enquanto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu investigação sobre o assunto. Enquanto isso, surgem discussões sobre uma potencial reforma ministerial liderada por Lula, embora Haddad pareça manter sua influência, conforme reportado pela Folha.

Agenda Brasil

08:00 - Brasil - IGP-DI Inflação FGV M/M (Mar): -0,30%; Proj: -0,36% (Anterior: -0,41%)

08:30 - Brasil - Resultado primário do setor público consolidado (Feb); Proj: -50,6b (Anterior: 102,1b)

08:30 - Brasil - Relação dívida/PIB (Feb); Proj: 60,1% (Anterior: 60,0%)

Agenda Internacional

06:00 - Zona do euro - Vendas a varejo M/M (Feb): -0,5%; Proj: -0,4% (Anterior: 0,1%)

06:00 - Zona do euro - Vendas no varejo A/A (Feb) -0,7%; Proj: -0,8% (Anterior: -1,0%)

09:30 - EUA - Variação folha de pag não agrícola (Mar); Proj: 212k (Anterior: 275k)

09:30 - EUA - Variação na folha pgto de manufaturados (Mar); Proj: 10k (Anterior: -4k)

09:30 - EUA - Taxa de desemprego (Mar); Proj: 3,9% (Anterior: 3,9%)

16:00 - EUA - Crédito ao consumidor (Feb); Proj: $16,400b (Anterior: $19,495b)