A pegadinha do novo imposto sindical e a história do bode na sala...... você conhece ?
Tenho certeza que você conhece o conto popular do "bode na sala" e os estudos para formalizar o novo imposto sindical após a reforma trabalhista traduzem perfeitamente essa história. Vamos ver como.
Antes da reforma trabalhista o trabalhador devia recolher anualmente aos cofres dos sindicatos, sem qualquer controle ou prestação de contas, o valor correspondente a 1 dia de trabalho, ou 3,33% do seu salário/mês. Isso causou enorme desconforto aos sindicatos que propuseram a "deliberação espontânea" do trabalhador através das assembleias que aprovam as negociações coletivas, sabendo-se que as mesmas são totalmente dirigidas por membros dessas organizações que inventam mil malabarismos para aprovarem o que bem entenderem.
Pois bem, qual a nova ideia dos sindicatos para reforçar esse projeto ? Impor uma alíquota entre 6% a 13% do salário ao ano, mais do que dobrando o valor atual. Porém, para não ficarem mal com a "plateia", eles propõem a fixação de um teto para esse valor que corresponderá , no máximo, a........... 1 dia de salário! Portanto, muda-se para ficar exatamente como está.
Percebem, agora, a analogia com o "bode na sala". Colocamos o bode na sala (aumento da alíquota), protesta-se contra a sua presença e o retiramos (fixando o teto) e todos ficamos aliviados.
Será que vamos cair nessa ?
São Paulo, 2017.
José Francisco D´Annibale
Sócio-Diretor da Remunera Consultoria de RH.