Por que os brasileiros tem necessidades de pronomes?
Ao longo da vida tive a oportunidade de conhecer muita gente. Foi muita gente mesmo, porque comecei no jardim de infância aos seis anos de idade e no trabalho com onze, quando ajudava meu pai na venda e entrega de pó de café e biscoitos nos “armazéns” das cidades vizinhas.
Conheci gente muito simples, que mal sabia escrever o próprio nome, até gente simplória, assim como conheci gente “importante”, “donos” de algum conhecimento, letrados, “doutores” e doutores.
Fui observando que a vestimenta, o visual, a “carruagem”, o local de trabalho e outros detalhes aparentes podem distinguir as pessoas.
Acredito que as pessoas são tão oprimidas pela sociedade, são tão “ocas” e sem conteúdo, que na primeira chance que elas têm, legítimas ou não, se apressam em incluir “títulos” que as diferenciam das outras, como se assim conseguissem preencher o vazio que sentem dentro de si próprias.
Se auto intitulam “melhores” que os outros numa demonstração clara de sentimento de inferioridade que sentem.
Fui observando também que o que realmente distingue as pessoas são as suas virtudes, a capacidade de enxergar os outros com educação e respeito. Não a “educação caricata” de utilizar pronomes adotados pela sociedade como politicamente corretos. A educação verdadeira, que brota do interior das pessoas de bem, que “enxergam” além do invólucro que todos nós apresentamos ao mundo material, que permite conversar com o outro respeitando as dificuldades de cada um.
Depois de muito tempo acabei encontrando na Bíblia, em Mateus 23:12, o entendimento para essa pobreza de espírito e carência existencial, pois quem realmente é não precisa de títulos, quaisquer que sejam, simplesmente é.
E você tem necessidade de títulos ou simplesmente é?