Por que pessoas permanecem em emprego que odeiam
Outro dia, ao receber uma edição da revista profissional & negócios, deparei com a manchete “por que pessoas permanecem em emprego que odeiam”, bom, sendo um profissional de desenvolvimento humano, o interesse pelo tema foi instantâneo. A matéria traz um estudo da AON Brasil que traça o perfil de profissionais altamente desengajados.
Bom, os resultados não é novidade, mas dizem muito sobre o mercado de trabalho, a análise constatou que mais de 60% dos desengajados que “ficam na empresa” têm remuneração acima da média do mercado. Neste sentido, existe incongruência, pois demonstra que ter uma remuneração (salários e bônus) acima de mercado contribuem para a criação de uma verdadeira população de “prisioneiros”.
Existe um esforço grande dos RH’s em criar e manter políticas para não perder os engajados (talentos), mas faz-se necessário um olhar mais profundo, mais minuciosa para as pessoas. Atuei como executiva de RH, e posso afirmar, dados como este não aparece nos gráficos de clima organizacional, é necessário um olhar mais humanístico, o tal do “olho no olho”, o respeito, o interesse genuíno pelo outro, feedback dado com sinceridade.
A amostra do estudo representa 8% da mão de obra global, ou seja, uma organização com 50.000 colaboradores, em média existe cerca de 4.000 “desengajados”
Em um cenário econômico no Brasil de grandes desafios, que exige esforços das organizações em descobrir como produzir mais com menor custo e manter-se competitivo, o estudo faz o alerta:
Qual o custo para empresa, e para o funcionário, manter-se em um ambiente em total desalinhamento de interesses? Será que os líderes estão de fato preparados para estimular o engajamento das suas equipes? Em um cenário de crise, com redução de quadro de funcionários, como manter a alta performance ou a boa produtividade?
Fica mais claro compreender que não se trata só de reter de forma estratégica os talentos. É preciso entender o cenário atual e as expectativas dos colaboradores, além de criar uma conexão com aspectos mais intangíveis da organização, como cultura organizacional, qualidade de vida, local físico, sistemas de reconhecimento remunerados ou não, alinhamento com os valores e possibilidades de carreira. Esses fatores e outros formam a lista de desafios de todos e não só da área de RH e devem ser tratados como prioridade estratégica.
Engajar é promover a sustentabilidade dos resultados e isso se consegue em função do alto índice de energia, comprometimento, resiliência, reconhecimento, entusiasmo e busca por desafios.
Como coaching de carreira atendo muitos profissionais que estão nas organizações desengajados, e quando questiono as razões pela falta de motivação, as respostas são unanimes: não sou reconhecido pelo meu trabalho, não me sinto desafiado, não há coerência com a missão e valores destacados na parede e a realidade do meu trabalho.
No entanto, fica a reflexão: Quanto tempo o colaborador permanece neste estado de “prisioneiro” do trabalho, até tomar uma ação de procurar apoio para sair desta inércia? E os que não buscam apoio, por quanto tempo permanecem nas empresas com resultados medianos?
Falamos muito em crise, com uma conotação de “estado externo”, mas o estudo revela, que a lição começa em casa, é necessário aproximar-se das pessoas, conhecer a sua forma de percepção de valor sobre o trabalho, qual o seu perfil comportamental, qual a melhor forma de estimulá-lo.
Agora, confira as dicas abaixo, faça check list, depois reflita qual estado atual da sua empresa.
- Envolva-se com os projetos dos colaboradores. Não deixe seus funcionários inteiramente a sós após a atribuição de projetos. Em vez disso, tenha interesse neles e no que estão fazendo. Confira regularmente, pergunte o que eles precisam de você e tome atitudes para garantir o alcance das metas. Superiores engajados fazem seus colaboradores se tornarem mais dedicados, então separe um tempo para acompanhá-los.
- Converse cara a cara. Não converse somente por e-mail ou por mensagens. Falar cara-a-cara com seus funcionários ajuda a aumentar o engajamento porque faz com que sintam que você se importa e faz parte das atividades diárias deles.
- Forneça feedback regularmente. Dar feedback regularmente ajuda a mantê-los engajados. Faça o possível para fornecer palavras de apoio e dicas de melhoramento. Não se limite às criticas ou seus funcionários vão se sentir desencorajados, mas não se limite aos elogios também.
- Faça do engajamento o seu propósito. O engajamento dos colaboradores não acontece de repente. Se você quer convencê-los, torne isso parte da sua estratégia. Peça aos funcionários que preencham pesquisas para descobrir quais fatores fazem diferença no engajamento. Assim você poderá concentrar seus esforços nos pontos principais.
- Dê autonomia aos colaboradores. O microgerenciamento pode matar o engajamento. Quando o funcionário sente que tem liberdade para fazer o trabalho do seu jeito, ele se torna mais animado e engajado. Encontre o equilíbrio entre ser parte do projeto e dar aos colaboradores autonomia para completar seus próprios trabalhos maximizando, assim, o engajamento.
- Fique atento a sua comunicação. Certifique-se de estar se comunicando claramente e regularmente com os membros do time. Se os colaboradores não entenderem o que devem fazer, eles ficarão frustrados ao invés de engajados. Comunique-se verbalmente e por e-mail e tome o tempo que for preciso para garantir que todos estão na mesma página e têm a informação necessária para o sucesso.
- Mantenha sua palavra. Não faça promessas que não possa cumprir. Se sentirem que não podem confiar em você, seus funcionários começarão a indagar qual o propósito do trabalho deles. Manter sua palavra manterá seus colaboradores satisfeitos em ajudar.
- Peça aos colaborados que te ensinem alguma coisa. Cada profissional traz algo novo, senão não seria necessário contratá-lo. Faça da sua rotina, descobrir quais habilidades seus funcionários têm que você não possui e peça que te ensinem como realizar tarefas das áreas deles. Isso vai fazer com que eles se sintam valorizados e importantes e, portanto, vai engajá-los.
- Encoraje ao invés de dar respostas. Se seu colaborador vier com um problema ou uma questão, não dê a resposta. Ajude-o a encontrar suas próprias respostas escutando atentamente e fazendo perguntas abertas. Isso fortalece a comunicação entre vocês e, consequentemente, aumenta o engajamento.
Promover o engajamento é trabalhoso sim, mas faz toda diferença. Empresas que conquistam este patamar desfrutam de um ambiente altamente produtivo, com líderes que inspiram e formam boa aliança com seus respectivos subordinados. Os resultados são mais elevados e a capacidade de atravessar os dias turbulentos também.
Uma organização alinhada nesses horizontes atrai talentos. Mais importante ainda: os desenvolvem e, comprometidos com o sucesso, eles ficam por muito mais tempo ENGAJADOS.
Gostou deste artigo, curta a página www.mracoach.com.br e receba conteúdos relacionados ao desenvolvimento humano.
Fonte: http://tutano.trampos.co/7208-colaboradores-ideias-para-engajar/
Fonte: HAVARD BUSINESS REVIEW BRASIL
Real Estate | Project Manager & MAC Lead Specialist, Building Powerful Internal Relationships na Nubank
7 aMuito bom Marli, parabéns pelo artigo.