[Postei & Saí #1] Posicionamento digital deve ser planejado sim

[Postei & Saí #1] Posicionamento digital deve ser planejado sim

Navegando pelo Twitter nas últimas horas, me deparei com uma ‘polêmica’ em torno da Bianca Andrade, a Boca Rosa e nada melhor que trazer conhecimento através de um case, não é? Vamos lá então!

O caso foi que, nos stories Bianca compartilhou uma reunião de digital com seu time da Boca Rosa Company. Na sequência, ela falou sobre como eram feitas as estratégias e criação de linha editorial, tanto das suas marcas, quanto do seu próprio perfil.

Resultado: uma chuva de críticas direcionadas ao seu planejamento de stories onde tinha uma quantidade numerada de conteúdo sobre sua vida pessoal e profissional, dando a entender que um personagem foi criado. O que eu achei? Nada demais.

Para quem trabalha com construção de marca digital, uma das fases mais importantes é o início do processo, onde o cliente nos conta onde quer chegar e traçamos metas baseadas não apenas nesse objetivo final, mas também em hábitos já existentes no seu dia a dia, afinal, por trás do profissional, existe uma pessoa com hobbies, família e tudo mais, que também faz parte de quem é a pessoa no final das contas.

Bianca começou como uma influenciadora quando ainda era adolescente, mas desde 2018 vem se posicionando publicamente como uma empresária do ramo de beleza, além de fortalecer sua autoridade como estrategista, contando sobre seus processos de criação. No meio disso, ela também se tornou mãe. Mas o que isso influencia na sua marca pessoal?

A partir daí, ela tem uma empresa para gerenciar e todos sabemos como é uma rotina corporativa, né? Porém, ela ainda tem o plus da responsabilidade de ser apenas a Bianca influenciadora das redes sociais para o público que já estava ali desde quando ela começou. E como também atender esses novos públicos que chegaram? Planejando e organizando.

Para quem é apenas consumidor de conteúdo, ver o dia a dia do seu criador preferido, seus hobbies e curiosidades é muito legal e aproxima, mas no mundo em que vivemos hoje, nós podemos ser várias coisas e isso pode gerar confusão no meio do caminho.

O que garante que o criador/profissional não será consumido pelas cobranças do algoritmo sobre visualizações, curtidas e comentários é justamente um planejamento sugerido e nada rígido, baseado nos hábitos e metas da pessoa e não em um personagem fictício (que nós sabemos que também acontece muito).

Organizando assim, garantimos que ações serão feitas pensando em números e conversões, que são importantes quando falamos de uma gestão empresarial focada em objetivos, mas sem esquecer que marcas pessoais também são negócios. E aí temos o grande desafio: equilibrar a pessoa física com a jurídica.

O Instagram é e sempre foi uma rede social de aparências. Sempre criou um mundo irreal e inalcançável e isso começou justamente por criadores que sem planejamento nenhum postavam e postam até hoje sem saber o impacto que a informação tem na vida dos seus seguidores, gerando consumismo, comparações e aceleração na década do fast content.

Planejar ações de trabalho e pessoais não é sobre inventar um personagem na internet, mas sim a garantia que você manterá sua essência mesmo quando todos estiverem indo para um caminho e você não. Seus hábitos, compartilhados ou não, também fazem parte de quem você é (e isso não quer dizer exposição pessoal a todo momento). Como você vai saber em que fase da jornada está se não houver um planejamento?

Trago um case pessoal para ilustrar: eu sempre fui fã de filmes e séries e além disso, sempre fui nostálgico com as produções dos anos 2000. Ano passado, fiz um vídeo onde escolhi uma música de propósito, uma narrativa de propósito e que no final, para quem viu, parecia que tudo foi feito ‘ao acaso’, mas foi estratégico.

Quer dizer que eu só fiz para viralizar? Não, quer dizer que fiz algo que representava minha essência e minha identidade, mas que foi pensado para gerar identificação com outras pessoas que também sentiam a mesma falta que eu. As consequências foram 2 milhões de visualizações e uma base de pessoas que se identificou com o material.

Não tem nada de errado em usar estratégias para atrair pessoas, o que tem de errado é inventar um personagem digital que não condiz com seu dia a dia e nem com as coisas que você acredita.

Vocês conseguem imaginar o social media da Netflix sendo um homem fisiculturista de 35 anos? Não, né? E isso no posicionamento estratégico chamamos de tom de voz. Quem se comunica com vocês é a Netflix, um perfil com uma voz feminina, aparentemente jovem e da geração Z. Isso impede que o profissional seja um homem de 35 anos? Não, pois ele é um profissional que dá vida à Netflix, uma persona digital com identidade própria.

A maneira “desleixada” e muitas vezes “desbocada’ de responder os seguidores do streaming faz parte do tom de voz que foi criado com a sua comunidade e isso tem uma estratégia por trás, que gera comentários, visualizações e tá tudo bem.

A gente precisa saber com quem estamos falando e como falar. Isso é estudo de público e é o básico para qualquer estratégia macro de posicionamento digital.

Não podemos confundir a cultura do consumismo desenfreado e disseminação de péssima influência, com construção de marca pessoal fiel e forte. A internet possibilitou que a comunicação hoje em dia seja para todos (amém), mas comunicar não é e nunca foi brincadeira, é trabalho, é estudo e planejamento.

Até a próxima!

Priscila Lemes Marques

Copywriter | Redator Publicitário | Analista de conteúdo | Marketing Digital | Produção de Conteúdo

2 a

Sensacional! Inocente é quem pensa que é possível ser o fenômeno que ela é sem ter o mínimo planejamento em cada passo dado por trás.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Maik Lomonaco

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos