QUE VENHA 2022

O gráfico do meu humor (otimismo x pessimismo) dos 24 artigos publicados desde janeiro, tem quase a forma de uma bacia, iniciou o ano em alta, caiu ao longo do ano e voltou a subir um pouco no final. Quer saber por quê?

RESUMO DAS OPINIÕES AO LONGO DO ANO

No primeiro artigo do ano (2021 – Ano Novo?) eu estava otimista, embora tenha colocado um ponto de interrogação no título. Resumi este sentimento no destaque: “O ano pode ser muito bom. Só depende das ações na saúde e na política econômica ”. Já em fevereiro (Humor do Mercado) alertei que “Insegurança econômica + descontrole fiscal = desvalorização moeda + aumento da inflação + queda popularidade governo + ameaça reeleição". A imprevisível ameaça do fim do Teto dos Gastos comprovou que a previsão estava correta. Os principais indicadores do Boletim Focus do Banco Central com as Expectativas Mercado, mostram as seguintes variações entre dezembro de 2020 e 13 de dezembro de 2021: A inflação passou de 3,32% para 10,05%; o dólar de 5,00 para 5,59 (bem menos do que a inflação) e a taxa de juros Selic de 3,00 para 9,25.

Próximo ao meio do ano, meu otimismo voltou nos artigos “Janela de Oportunidade” e “Porta de Oportunidade”. Pena que errei feio ao acreditar em um crescimento de 5% do PIB, a Bolsa acima de 125.000 pontos e o dólar em uns 5,15. Ingenuamente, acreditei (ou sonhei) que o Congresso aprovaria a Reforma Administrativa e uma parte da Tributária. Justifiquei o otimismo com a fórmula: “Equação do Crescimento do Brasil: Esforço liberal – freio negacionista”. Não contava que o tiro para acabar meu otimismo viria de onde nunca imaginei (Posto Ipiranga). No início de novembro, quase joguei a toalha no artigo “Vaca no Brejo”, com o destaque “Economia Brasil 2022 = em tempo de muda passarinho não canta. Espere por 2023”.

VOX POPULI, VOX DEI

Quando já tinha passado a régua em 2021, além de colocar as barbas de molho para 2022, participei de uma palestra virtual da Fundação Dom Cabral com o título Perspectivas 2022 para o Ambiente Econômico. Na palestra foi apresentado o resultado da análise da performance econômico-financeira de 97 médias empresas entre 2019 e 2020. As médias empresas são um ótimo termômetro do humor do mercado porque estão próximas do cliente, além de processo decisório ser mais rápido. Por isto, que seus números e opiniões cabem no ditado em latim: voz do povo, voz de Deus.

Três palavras sintetizam o resumo do humor dos empresários entrevistados: Otimismo, Alívio e Esperança. As justificativas para isto são os resultados positivos nas vendas, no caixa, na manutenção dos empregos e no lucro em quase todos os setores, com exceção dos serviços.  

O QUE PODE VIR EM 2022?

- Economia: O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma dos bens e serviços produzidos no país. Uma estimativa conservadora permite prever que o consumo das famílias (turbinado pelo Auxílio Brasil de 400 reais), consumo do governo (este é fácil), investimentos privados e saldo da Balança Comercial serão positivos. O que pode puxar o crescimento do PIB para baixo são os investimentos do governo, o que não é tão ruim já que quase sempre são mal aplicados.

Três fatores podem afetar negativamente esta projeção: desaquecimento do mercado mundial (principalmente China), inflação no Brasil e lá fora, além do desequilíbrio fiscal. Nas condições atuais é razoável apostar que estes três fatores fiquem, razoavelmente, sob controle.

PROJEÇÃO 2022: ANO MORNO, PODENDO MELHORAR, SEM ACIDENTES!

- Política: O mercado já precificou ativos como dólar, ações para as candidaturas da direita e esquerda. Precificar é um jargão de economia que significa ajustar os preços para baixo antes de algum problema. Nenhuma das duas principais candidaturas assusta os investidores, no máximo os faz serem mais cautelosos. O discurso dos dois principais candidatos deve caminhar para uma linguagem mais conciliadora. Quem não fizer isso, perderá votos do centro conversador. O improvável fortalecimento de uma candidatura de terceira via acordaria o chamado "espírito animal” do capital. Aí teríamos um verdadeiro boom econômico.

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Sou Ismar Becker, empresário, conselheiro, mentor, estudei em Harvard Business School, no curso de Owner and President Management Program. Sou especialista no mercado de cerâmica em mais de 70 países e acumulo experiência de mais de 40 anos de viagens pelo mundo. A experiência e conhecimento que adquiri, e continuo a ganhar diariamente, busco repassar às pessoas e empresas por meio de uma visão cosmopolita e holística em novos desafios.