Quem manda no fluxo de caixa?
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Quem manda no fluxo de caixa?

A gestão do fluxo de caixa, pode ser tarefa ingrata. Em empresas que não possuem um processo financeiro documentado, disseminado e respeitado por todos os tomadores de decisão o gestor financeiro fica à mercê dos demais gestores e não pode tomar atitudes de maneira ágil, para corrigir o ciclo operacional e financeiro do negócio. 

Como a maioria das pequenas e médias empresas ainda estão em fase de desenvolvimento onde os controles internos não foram inspirados em modernas técnicas de gestão e finanças. Nas empresas que visito é recorrente, os tomadores de gestão não terem consciência sobre o funcionamento do fluxo de caixa empresarial.

Enquanto a empresário ou empresária, não tomar a decisão de desenvolver a gestão formal e finanças modernas em seu negócio, infelizmente é este o ambiente que iremos encontrar em uma empresa de pequeno e médio porte no Brasil.

O conhecimento básico de gestão financeira que muitos empresários e gestores possuem vem da sua cultura familiar, logo, ele ou ela leva o que sabe para o contexto empresarial. Mas, não se administra o financeiro de uma empresa tal qual o fazemos com nossos orçamentos familiares. Não se pode fazer isso, sob pena de deixar o negócio ineficiente, traduzindo-se em margens negativas, prejuízo e consumo de caixa.

Geralmente, em empresas com cultura organizacional familiar, existe um alto nível de tolerância a ineficiência. Alguns empresários sentem-se invadidos quando começamos a demonstrar os controles necessários, para implementar uma gestão eficiente em seu negócio. Pois, ele percebe que será preciso mudar o modus operandi de sua empresa.

É preciso superar o mal-estar e abraçar as mudanças na empresa, para que ela se perpetue. Uma filosofia que pode auxiliar nesse momento, é a construção de um legado. Ele ou ela pode pensar que sua empresa deve continuar na perpetuidade, contribuindo com os herdeiros, trabalhadores, fornecedores e clientes. Deixar uma contribuição positiva no mundo, é um sentimento nobre e edificante, que auxilia nesses momentos de mudança.

Voltemos então a ingrata função do gestor financeiro, nessa perspectiva. A ingratidão vem do fato dele ou dela mostrar apenas os resultados da decisão de outros gestores e não a sua. Por exemplo:

Um gerente comercial decida aumentar o prazo de recebimento das vendas de sua equipe. Neste caso, ele decidiu por investir mais recursos financeiros no contas a receber que irá aumentar em saldo e em dias. Nesse caso, ele tomou uma decisão de aumentar o investimento em contas a receber.

Um gerente de compras, que decida comprar os suprimentos à vista, pensando economizar recursos para a empresa com desconto de 5% a.a., está na verdade destruindo valor, pois se o mesmo recurso for investido em um CDB DI, hoje, ele renderia 10,5% a.a. Ou seja, a empresa deixou de ganhar 5,5% nessa compra à vista.


Um gerente de produção que decida aumentar os níveis de estoque, uma vez que gostaria, de ter mais produtos a pronta entrega, está decidindo investir mais nos estoques. Sem a análise correta, ele pode na verdade, deixar mais dinheiro parado, perdendo valor para a inflação, além de não render nada.

Exemplos como esses ocorrem diariamente nas organizações. O gestor financeiro sozinho, geralmente não consegue sozinho sensibilizar seus pares a tomarem decisões mais assertivamente. É preciso suporte da alta gestão para que as mudanças necessárias no sentido de gerar mais lucro e caixa para a empresa sejam aplicadas.

É preciso criar uma cultura interna para tomada de consciência e instrumentalização do conhecimento de que os gestores são na verdade tomadores de decisão de investimento e financiamento, decidindo diariamente onde alocar os recursos da empresa e como financiá-los.

A gestão financeira na sua empresa faz parte da cultura organizacional?

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Conteúdo perfeito Maxmilliano Reis, o acompanhamento do fluxo de caixa de nada serve se não há uma gestão integrada entre os gestores. O planejamento de caixa é uma tarefa em conjunto entre as áreas, principalmente no setor industrial.

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