Reconhecimento e Feedbacks positivos não fazem mal
Na cidade da inovação, existia a empresa Felicidade S.A., onde supostamente todos eram felizes e alegres, pois a empresa era certificada como uma Excelente organização para se trabalhar. Em seus processos seletivos, utilizavam uma ferramenta automatizada que já eliminava 90% dos candidatos, porque o importante mesmo, era a confiança na inteligência artificial, que sempre trouxera os melhores candidatos.
Na Felicidade S.A., as relações humanas eram muito mais importantes que os resultados, porque é mais importante todo mundo feliz do que passando fome não é mesmo? Só que essa era a realidade até o capítulo dois, pois em muitas de suas áreas o clima era cinza e sisudo, mesmo com equipes compostas por profissionais talentosos, mas que estavam desanimados. A rotina de trabalho havia se tornado um fardo, não havia desafios e o ambiente estava caminhando para um silêncio ensurdecedor. Parecia que ninguém se importava mais, mas mantinham suas relações interpessoais intactas.
No centro de uma das equipe, estava Mônica, uma líder que havia se esquecido do poder das palavras. Ela costumava ser uma gerente calorosa, sempre pronta para reconhecer e elogiar, de forma verdadeira, o esforço de sua equipe. No entanto, ao longo do tempo, a pressão e o estresse haviam sufocado sua habilidade de dar feedbacks positivos e focados em resultados. Os elogios passaram a ser automáticos e sem muita autenticidade.
Um dia, ao observar o semblante cansado de sua equipe, Mônica percebeu que algo estava errado. Ela decidiu que era hora de reverter essa situação, mas por onde começar? Foi então que ela se lembrou de um livro que havia lido: 'Comunicação Não Violenta' de Marshall Rosenberg, onde havia refletido bastante sobre o que lera, e se lembrou de uma das reflexões que havia anotado ao ler o livro:
"As palavras e as emoções aplicadas de forma correta, têm o poder de mudar o mundo!"
No dia seguinte, Mônica decidiu que começaria a reunião da equipe de uma maneira diferente. Em vez de se concentrar apenas nos mesmos problemas e metas que se estendiam por anos, ela começou reconhecendo verdadeiramente o esforço e a dedicação de cada membro da equipe. A equipe, a princípio olhou desconfiada, mas logo os olhos cansados começaram a brilhar com um pouco de esperança.
A cada feedback positivo, a energia na sala parecia aumentar. As pessoas começaram a sorrir e se sentir valorizadas. O ambiente de clima agridoce começou a se iluminar. Foi como se uma brisa fresca tivesse invadido o escritório, afastando o estresse e a apatia.
Mônica percebeu que, ao dar feedbacks positivos, estava reforçando a autoestima de sua equipe e incentivando um ambiente de trabalho mais saudável, ainda que existissem problemas não dito nas organização. Ela viu seus colegas de trabalho se tornarem mais motivados e dispostos a se esforçar.
Com o passar dos dias, a mudança era notável. Os projetos começaram a fluir com mais eficiência, e a equipe começou a superar desafios que antes pareciam intransponíveis, pois mesmo sabendo da realidade da organização se viram motivados a buscar novas soluções para os problemas. E foi assim que Mônica se deu conta de que havia desbloqueado um potencial adormecido em si mesma, pois havia se rendido a cultura organizacional, e que ao simplesmente usar palavras de encorajamento estava conseguindo resultados novos.
Recomendados pelo LinkedIn
De olho no impacto que aquela reflexão sobre o livro a trouxera no trabalho, Mônica resolveu aplicar também a nova abordagem em outros ambientes. Ela começou a dar feedbacks positivos em sua vida pessoal também. Ela elogiava o esforço de seus filhos nos estudos e valorizava as pequenas conquistas no seu relacionamento amoroso, bem como com os amigos. Ela percebeu que as palavras tinham o mesmo poder transformador em sua casa e nos que estavam ao seu redor.
Um dia, um dos membros de sua equipe, Luiz, se aproximou de Mônica e disse: "Você não imagina o quanto seus Feedbacks e a forma como você os dá têm feito a diferença em minha vida. Eu estava prestes a desistir da Felicidade S.A, mas sua confiança em mim me deu forças para continuar."
Mônica ficou feliz ao ouvir tais palavras. Ela viu como sua decisão e esforços tinham o poder de elevar as pessoas e inspirá-las a alcançar seu potencial máximo. Ela percebeu que o feedback positivo não era apenas uma ferramenta de gerenciamento, mas uma maneira de construir relacionamentos significativos e nutrir o crescimento pessoal, de forma genuína.
A nova postura de Mônica não significou que agora ela apenas elogiava, pelo contrário, também falava firme e repreendia sua equipe quando necessário, porém, o time percebeu que até nos momentos mais difíceis ela buscava apontar propostas e soluções em vez de apenas criticar ou fingir que nada estava acontecendo, forçando um ambiente positivo.
Com o tempo, dentro da equipe de Mônica, a colaboração florescia, e a equipe se apoiava mutuamente. O clima agridoce foi substituído por risos e conversas animadas. Todos estavam motivados a dar o seu melhor, sabendo que seu esforço seria reconhecido e valorizado, ainda que houvesse adversidade que estavam além de suas alçadas.
E assim, Mônica relembrou que ao se conectar genuinamente com as pessoas e usar as palavras de forma correta, feedbacks positivos tinham o poder de elevar pessoas, e é uma ferramenta poderosa para transformar vidas. Ela prometeu a si mesma nunca mais esquecer desse poder, nem deixar ser vencida pela cultura de onde estivesse, ao mesmo tempo que seguiria espalhando o incentivo, a crítica e a positividade, de forma honesta, por onde quer que fosse.
E assim, com o tempo a equipe de Mônica provou que, quando as palavras são usadas para elevar, elas têm o poder de transformar o ambiente ao nosso redor, tornando-o mais brilhante e cheio de esperança, e transformando uma parte da Felicidade S.A. a encarrar problemas de frente, colocando verdade e sentimentos verdadeiros em tudo que faz.
E aqui fica a interrogação:
onde você está na Felicidade S.A., sendo o que a cultura te forçou a se tornar, ou se conectando com sentimentos e palavras verdadeiras?
Professora Universitária | Gestão de Projetos | Engajamento de Stakeholders | Descarbonização | Mudanças Climáticas | Voluntariado
1 aUau! Que texto impecável ❤️
CPC-A | C31000 | CPIIC | CPESG | Analista de Compliance Sênior na RNP | Especialista em Compliance e Governança Corporativa | Gestão por Processos e Projetos | ESG e Inovação
1 aParabéns Lucas! As palavras tem mesmo um peso incrível no dia das pessoas, principalmente se vem de pessoas que amamos ou admiramos (líderes). Amei, amei, amei!