Reflexões sobre um ano peculiar...

Ufa... parecia que não ia chegar nunca, mas enfim, estamos vivendo os últimos dias de 2020.

No meio de tantos desafios que 2020 nos proporcionou, posso dizer que empatia foi uma habilidade necessária. Não foi um tempo para egoísmos e iniciativas individuais, mas de pensar no coletivo. Vi diversas iniciativas para ajudar os profissionais a se realocarem, aprimorarem seus conhecimentos e habilidades, e no meio da crise, de forma objetiva, reequilibrarem questões pessoais, familiares e profissionais.

Resolvi vir aqui na rede e olhar para a Rosane ao longo de 2020. Revi o que foi registrado e dois momentos muito importantes me chamaram à atenção:

1)     Em fins de 2019, assumi um compromisso de mentorar jovens profissionais negras, e apoiá-las em seu desenvolvimento. Me organizei para acompanhar 3 jovens, acabei me comprometendo com 5, outras surgiram ao longo do percurso, para questões pontuais. Muito aconteceu e pode ainda acontecer com cada uma delas, mas sobretudo, estou muito feliz de olhar para essas guerreiras e vê-las mais conscientes de suas potencialidades. Missão cumprida, eu diria..rsrs

2)     Iniciei uma nova etapa de minha vida profissional. Nem todos entenderão o que isso significa, mas, para uma mulher negra, da periferia fluminense, chegar ao nível de diretoria, é algo emblemático. E o toque de midas está no fato de esse acontecimento se dar na área de sustentabilidade, essa que foi rapidamente alçada ao nível estratégico das empresas, e hoje faz parte do processo de tomada de decisões importantes das organizações. Mais ainda, no setor de saneamento, tão igualmente estratégico para o desenvolvimento de nosso país e de nossa sociedade, ainda mais em tempos de crise profunda, quando investimentos em infraestrutura se tornam vitais para a empregabilidade e para a promoção de melhoras sociais estruturantes. Estar no lugar certo é importante.

Poderia continuar descrevendo e relatando, mas entendo que o que está registrado, está posto, e a história forja o indivíduo no dia-a-dia.

Que nunca percamos de perspectiva de onde viemos, e o que foi realizado no percurso. Só assim conseguiremos projetar o que queremos que esteja diante de nós no futuro. Olhar pelo retrovisor é sempre um exercício interessante... o que fica para trás hoje, em algum momento, esteve diante de nossos olhos; no início, distante, mas logo em seguida, se aproximou e fez parte do dia-a-dia, antes de ser história.

Aprendi dia desses que, quando você está no limite máximo de algo, usamos o prefixo “PER” para traduzir esse nível máximo possível. Uma coisa pode estar feita, e pode estar PERfeita; estar perfeita significa também a insistência em fazer, em aprender, em continuar. Tudo isso experimentamos nesse ano, não é verdade?!

Em 2020, aprendemos várias lições, algumas muito dolorosas, como a perda repentina de entes queridos. Meu desejo para 2021 é que PERsigamos na prática das lições aprendidas, e que elas nos permitam evoluir, e ressurgir como uma sociedade de fato comprometida com o bem-estar comum.

Como bem disse um autor desconhecido, “não cancele o ano que te fez enxergar o quanto você é forte!”.

Feliz novo ano!