Sob estresse, mulheres compartilham o que sentem - mas isso pode ser contraprodutivo à sua imagem no trabalho.
Homens e mulheres lidam de maneira diametralmente opostas com o estresse. Homens tendem a focar mais e mulheres a expandir mais. Homens processam o problema internamente, ficando quietos em suas cavernas ou buscando “problemas” menores pra resolver, como a partida de futebol, ou o video game. O lema do masculino muitas vezes é: se não se pode fazer nada a respeito, esqueça. Eles não compartilham seus problemas, pois isso é interpretado como um sinal de incapacidade de resolução (como já vimos no texto da semana passada!
No mundo feminino, se não se pode fazer nada a respeito, vamos ao menos conversar sobre o problema. E essa diferença faz com que a gente se desentenda e desrespeite. É comum nas minhas palestras as mulheres falarem que se sentem diminuídas por compartilharem o que sentem, botarem para fora o que está incomodando quando estão estressadas.
Acontece que mulheres quando estressadas têm o sistema límbico ativado, o que dispara respostas emocionais. Nossa mente se transforma em uma miríade de janelas abertas, cada uma delas levando a diferentes problemas - e o resultado é que ficamos com a cabeça poluída de coisas a resolver. Natural a gente desgovernar a mente e até mesmo chorar neste estado, não?
Mas, no universo masculino (que é, aliás, a natureza do mundo corporativo) compartilhar o que sente é lido como reclamação ou como culpabilização. Ou, pior ainda, a declaração explícita de que ela não é capaz de resolver aquilo por si mesma. Obviamente somos capazes de resolver o que quer que seja, mas nossa forma de lidar com os problemas é outra. Muito outra.
A dica, portanto, é: faça uma boa gestão do seu estresse. Isso inclui instâncias de desabafo com pessoas de extrema confiança, de preferência fora da empresa. Acho fundamental termos amigas e amigos em quem confiar e nos blindarmos de comentários.
Você já se sentiu julgada/o por estar estressado na empresa onde trabalha?